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A obra apresenta um acervo inesquecível de textos dos poetas românticos brasileiros e portugueses sobre Torquato Tapajós.

O apresentador Abrahim Baze do Programa Literatura em Foco, gravado na Biblioteca Genesino Braga da Academia Amazonense de Letras, recebeu nesta edição o professor Marcos Frederico Krüger Aleixo para falar sobre o engenheiro Torquato Xavier Monteiro Tapajós, conhecido como Torquato Tapajós, engenheiro, geógrafo, bacharel em ciências matemáticas e principal idealizador de uma das rodovias de maior trafego e também para falar sobre sua recente obra intitulada “Nevoeiros- Primeiras Poesias de Torquato Tapajós”.

Obra organizada pelo Acadêmico Marcos Frederico Krüger Aleixo, que em seu conteúdo o autor apresenta um breve histórico sobre a produção referente ao estudo da cultura literária do Estado do Amazonas em relação a Torquato Tapajós, classificando a obra como um acervo inesquecível de textos dos poetas românticos brasileiros e portugueses sobre Torquato Tapajós. A entrevista abordou também o estudo pioneiro sobre a cidade de Manaus, referente ao planejamento de uma capital construída para atender uma demanda do capital internacional.

Marcos Frederico Krüger Aleixo nasceu em Manaus, no dia 7 de abril de 1949. Em 1982 concluiu o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde, sob a orientação do poeta e crítico Gilberto Mendonça Teles, defendeu a dissertação intitulada Introdução à Poesia no Amazonas. Possui mestrado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982) e doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1997). É professor aposentado da Universidade Federal do Amazonas, tendo sido orientador de cerca de uma dezena de dissertações no mestrado.

Atualmente é membro da Academia Amazonense de Letras, ocupa a cadeira de nº 30, eleito em 27 abril de 2019, na sucessão de Armando Menezes.

Com imagens de Nélio Costa e produção de Juliana Neves, você confere a entrevista completa através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.

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Em dezembro 1917 alguns escritores reuniram-se sob a liderança de Benjamin Lima, Pericles Moraes e José Chevalier e diante de um quadro de desastre econômico e esvaziamento urbano de Manaus, talvez estimulados pela fundação do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas em março daquele ano, retomaram a ideia de uma entidade literária.

A entidade foi criada após três reuniões de debates, estudos do estatuto e escolha de patronos para as Cadeiras, sendo fundada em 1.º de janeiro de 1918 e instalada a 17 do mesmo mês com a denominação de Sociedade Amazonense de Homens de Letras.

Confira a história completa no documentário.

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Seus discursos parlamentares, seus sermões, suas cartas pastorais e outros escritos firmaram-lhe a reputação de sábio, assim no Brasil como na Europa.

Romualdo Antônio de Seixas nasceu em Cametá/PA, em 1 de novembro de 1787, seus pais Francisco Justiniano de Seixas e dona Ângela de Souza Bittencourt, sobrinho de Dom Romualdo de Souza Coelho, oitavo Bispo do Estado do Pará.

Fez seus primeiros estudos no seminário de Belém sob os auspícios de seu tio, o Padre Romualdo de Souza Coelho que mais tarde viria a ser bispo do Pará e que também nascera na mesma cidade de Cametá. Estudou algum tempo no seminário em Lisboa, onde seu talento foi sobre modo apreciado.

Voltando para o Pará, lecionou no Seminário Latim, Retórica, Filosofia e Francês. Posteriormente, tornou-se deputado na Assembleia Geral Legislativo. Como deputado, apesar de ter nascido no Pará, foi defensor incansável na Campanha em prol da criação da província do Amazonas e seus discursos a esse respeito constam dos Anais do Parlamento Nacional, assunto sobre o qual se refere o historiador Arthur César Ferreira Reis, em sua obra História do Amazonas, afirmando que foi a primeira voz a se erguer em favor da criação da Província do Amazonas.

Rua Marquês de Santa Cruz em Manaus (AM), 1953. Autoria: Tibor Jablonsky; Lúcio de Castro Soares. Soares. Série: Acervo dos trabalhos geográficos de campo. Foto: Reprodução/Biblioteca IBGE.

Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, o Bispo do Pará Dom Manuel enviou o padre Manuel Evaristo de Brito Mendes e o Diácono Romualdo Antônio de Seixas para levar os cumprimentos ao Rei Dom João VI, em nome do Clero Paraense. Manuel e Romualdo voltaram a Belém com a nomeação de Cônegos da Sé Paraense e Cavaleiros da Real Ordem de Cristo.

Romualdo Antônio de Seixas foi ordenado presbítero em Belém, no dia 1 de novembro de 1810, por Dom Manuel de Almeida de Carvalho, em seguida, nomeado pároco de Cametá e posteriormente Vigário Capitular. O cônego Romualdo Antônio de Seixas presidiu a junta governativa da Província do Grão-Pará e Rio Negro entre 1821 a 1823. Recebeu de Dom Pedro I o Título de Pregador da Capela Imperial e a Grande Dignatária da Imperial Ordem da Rosa e de Dom Pedro I, por ocasião de sua coroação, em 18 de julho de 1841, a Grã-cruz da Imperial Ordem de Cristo.

Ainda no reinado de Dom Pedro I foi nomeado Arcebispo da Bahia, no dia 26 de outubro de 1826 e confirmado pelo Papa Leão XII, no dia 20 de maio de 1827.

Dom Romualdo Antônio de Seixas foi sagrado na Capela Imperial do Rio de Janeiro por Dom José Caetano da Silva Coutinho, estando presente o imperador e toda sua corte, em 1841, como único arcebispo do Brasil à época. A Província Eclesiástica de São Salvador da Bahia abrangia todo território brasileiro e todas as demais dioceses, inclusive, a do Rio de Janeiro que eram sufragâneas da Arquidiocese Metropolitana de Salvador. Presidiu a solenidade de sagração Dom Pedro II, Imperador do Brasil e dele recebeu a Grã-cruz da Imperial Ordem de Cristo. Recebeu o título de Conde de Santa Cruz, por Decreto Imperial de 2 de dezembro de 1858. Em 14 de março de 1860, foi nomeado Marques de Santa Cruz.

Dom Romualdo Antônio de Seixas pertenceu ao grupo de bispos ultramanos ou reformadores como Dom Antônio Ferreira Viçoso, de Mariana, Dom Antônio Joaquim de Melo, de São Paulo, Dom Antônio Macedo Costa, do Pará e Dom Vital de Oliveira, de Pernambuco.

Foi sócio da Academia de Monique, do Instituto da África em Paris, do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, da Sociedade Real dos Antiquários do Norte e outras sociedades de ciências e letras. Correspondeu-se com Carl Frederich Philipp von Martius e Johann Baptist von Spix após manter contato pessoal quando da viagem destes à Amazônia. Ao regressarem a Europa, os naturalistas lhe enviaram de lá o diploma de sócio da Real Academia de Ciências de Monique.

Em Cametá, há uma escola com seu nome – Grupo Escolar Dom Romualdo de Seixas – a qual é a mais antiga da cidade. Em uma das ruas do Bairro de Cambuci, em São Paulo, tem o nome Rua Dom Romualdo de Seixas. Assim como em Belém do Pará, no Bairro de Umarizal.

Seus discursos parlamentares, seus sermões, suas cartas pastorais e outros escritos firmaram-lhe a reputação de sábio, assim no Brasil como na Europa.

No dia 25 de fevereiro de 1858, escreveu seu belo e comovente testamento o qual fez executores ou testamenteiros Raimundo Barroso de Souza, seu primo, Cônego José Joaquim da Fonseca Lima, cunhado, e Cônego José de Souza Lima.  

Marquez de Santa Cruz, Arcebispo da Bahia, primaz do Imperio do Brasil. Litografia em preto e branco. Galeria dos Brasileiros Ilustres, de Sébastien Auguste, Sisson, 1861. Imagem: Abrahim Baze/Acervo.

Dom Romualdo Antônio de Seixas muito sofreu da parte de inimigos gratuitos que lhe invejavam o talento e a fama. Estes não o pouparam espalhando no Reino as mais repelentes calúnias. O prelado, entretanto, nobre e magnânimo a todos perdoou, incluindo em seu testamento esta declaração impressionante:

“… Perdôo de todo meu coração todas as calúnias, de que tenho sido objeto, sem exceção das que com inaudita injustiça se fez correr por todo o Império, de que eu tinha alcançado por meios simoníacos o arcebispado da Bahia. Reconheço-me como o mais miserável dos pecadores, mas, tomo por testemunha a Deus que me há de julgar, que não sou culpado de tão abominável delito. Nunca dei nenhum passo ou apliquei meio algum ainda indireto para conseguir esta alta dignidade, que certamente não merecia, nem jamais me tinha vindo a lembranças, pelo contrário tentei logo pedir escusa e, se o não o fiz foi movido pelosa conselhos de um sábio e respeitável prelado, mas quando chegou a Bula da confirmação, tendo já transpirado a referida atrocíssima calunia, resolvi-me então, ir pedir a Sua Majestade Imperador, que me dispensa-se de semelhante cargo, pois que ainda era tempo, mas ele não se dignou atender-me”. 

Antologia Nacional de Werneck.

Dom Romualdo Antônio de Seixas é Patrono da Poltrona n. 46 do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas. Chorado pelo seu rebanho, faleceu no dia 29 de dezembro de 1860, em Salvador, aos 73 anos.

Fontes:
BAENA, Antônio Ladislau Monteiro (1782-1850). Compendio das eras da Província do Pará, Belém: Universidade Federal do Pará, 1969.
BLACK, Augusto Victorio Alves Sacramento. Dicionário Bibliográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, 1883-1902.
COUTINHO, Afrânio; SOUZA, J. Galante de (dir.). Enciclopédia de Literatura Brasileira. 2. Ed. Ver. Ampl, atual. e Il. Sob a coordenação de Graça Coutinho e Rita Moutinho. São Paulo: Global; Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional e Academia Brasileira de Letras, 2001.
Guia Histórico e catálogo da Arquidiocese de Belém, 1982.
RAMOS, Alberto Gaudêncio. Cronologia eclesiástica do Pará. Belém: Falângola, 1985.
SILVA, Cândido da Costa e; AZZI, Riolando. Dois estudos sobre D. Romualdo Antônio de Seixas Arcebispo da Bahia. Salvador: CEB, UFBA, 1981. (Centro de Estudos Baianos).

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A Academia Amazonense de Letras promoveu o lançamento de duas obras literárias dos Acadêmicos Márcia Perales e Marcos Frederico Kruger Aleixo no Salão do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras com entrada franca.

Além dos amantes da literatura, a cerimônia contou com a presença dos membros acadêmicos, professores, alunos do curso de Letras da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), parentes e amigos dos autores.

A cerimônia iniciou com a composição de mesa, formada pelo Presidente da Academia, Vice-presidente da Academia, autores acadêmicos das obras literárias e Diretor de Departamento de Literatura da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa – SEC, Antônio Auzier Ramos, representando neste ato o Secretário Marcos Apollo Muniz.

Intitulada “Além dos Muros Universitários Expansão e Democratização do Ensino Superior Federal na Amazônia”, a Acadêmica Márcia Perales apresentou em sua obra o objetivo de promover ao leitor uma atenção para a educação inclusiva e de enorme alcance social e aproveitou o momento para ressaltar as dificuldades encontradas pelos estudantes para a permanência na universidade durante o processo de formação acadêmica.

Organizada pelo Acadêmico Marcos Frederico Kruger Aleixo, a obra intitulada “Nevoeiro; Primeiras Poesias de Torquato Tapajós”, o autor apresentou um breve histórico sobre a produção referente ao estudo da cultura literária do Estado do Amazonas em relação a Torquato Tapajós, classificando a obra como um acervo inesquecível de textos dos poetas românticos brasileiros e portugueses sobre Torquato Tapajós.

Após a cerimônia de lançamento as obras foram autografadas e distribuídas gratuitamente ao público presente. Editada pela Academia Amazonense de Letras, as obras são frutos de emenda parlamentar, a partir de propositura do Ex-Deputado Serafim Corrêa com apoio do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult.

Os títulos lançados estarão disponíveis para consulta local no Memorial e Biblioteca Genesino Braga, localizado na sede da Academia, na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.

*Com informações da ASCOM-AAL
E-mail: [email protected] / [email protected]
Contatos: (92) 99219.6767 / (92) 98835.9047 – Leidy Amaral

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A entrada é gratuita.

As obras intituladas “Além dos Muros Universitários Expansão e Democratização do Ensino Superior Federal na Amazônia” da Acadêmica Márcia Perales e “Nevoeiro; Primeiras Poesias de Torquato Tapajós”, organizado pelo Acadêmico Marcos Frederico Kruger Aleixo, serão lançadas neste sábado, no salão nobre do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras. A entrada é gratuita.

A Acadêmica Márcia Perales, autora da obra intitulada “Além dos Muros Universitários Expansão e Democratização do Ensino Superior Federal na Amazônia” em sua mais recente produção, visa promover ao leitor uma atenção para a educação, a potência de uma política educacional superior inclusiva e de enorme alcance social, a obra é fruto da pesquisa de avaliação de impacto que visa promover ao leitor o conhecimento da centralidade ao recente processo de expansão educacional, por meio da implantação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais.

O livro intitulado “Nevoeiro; Primeiras Poesias de Torquato Tapajós”, organizado pelo Acadêmico Marcos Frederico Kruger Aleixo, trata-se de uma obra historicamente relevante ao estudo da cultura literária do Estado do Amazonas, além de apresentar uma demonstração de diversas influências sobre o processo criativo de Torquato, este acervo aproxima o público leitor e os pesquisadores a uma inesquecível leitura dos textos que compõem a relevância e influência dos poetas românticos brasileiros e portugueses sobre Torquato Tapajós.

Os livros editados pela Academia Amazonense de Letras são frutos de emenda parlamentar, a partir de propositura do Deputado Serafim Corrêa com apoio do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult. Após o lançamento haverá a distribuição gratuita das obras autografadas pelos Acadêmicos aos convidados e público presente.

Todos os títulos lançados ao longo do ano estarão disponíveis para consulta local no Memorial e Biblioteca Genesino Braga, localizado na sede da Academia, na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.

*Com informações da ASCOM-AAL
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Nascido em Conchas, 2 de maio de 1937, é um bispo católico brasileiro. Foi o terceiro bispo de Macapá e o quinto arcebispo de Manaus.  Atualmente reside em Santa Fé, interior do estado do Paraná, na Diocese de Apucarana.

No dia 12 de dezembro de 2012 o Papa Bento XVI aceitou o seu pedido de renúncia, por limite de idade, ao governo da Arquidiocese de Manaus. É membro acadêmico titular da Academia Amazonense de Letras, na cadeira nº 36, tendo tomado posse em 25 de novembro de 1997.

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Largo da Uruguaiana, 1873. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Esta resolução justa, por todos os títulos de caráter irrevogável e não se sabe se premeditada contra pretensão manifesta, veio provocar séria crise entre a diretoria e o Presidente da Província, conforme se pode verificar de teor das Atas das sessões de 23 e 25 de agosto de 1888:

“O Senhor Presidente traz ao conhecimento de seus colegas o pedido que lhe fora feito pelo Exmo. Sr. Presidente da Província para ser cedido às cantoras Savio e Kalas o salão acabado de edificar para servir de enfermaria, a fim destas artistas darem ali os seus concertos: O Sr. Presidente declara mais que expusera a S. Exa. Sr. Presidente da Província não poder ser atendido, o que muito sentia por ter esta diretoria deliberado em sua reunião de 20 de junho não ceder mais o referido salão para atos de interesse particular, mas, tendo o Exmo., Sr. Presidente da Província insistido para ser atendido, pede o Sr. Presidente para que ele e os seus colegas da Diretoria deliberassem em sentido favorável a sua pretensão. O Sr. Presidente trazendo ao conhecimento de seus colegas essa ocorrência, pede para que se delibere sobre o caso. A Diretoria resolve manter a deliberação já citada, o que é comunicado a Sr. Exa. o Sr. Presidente da Província“.


Altiva decisão do colegiado que não temeu nem tremeu diante da pretensão da autoridade governamental que tentou forçar a Entidade a quebrar a disciplina para satisfazer a exibição de duas artistas, que criaram um problema de estado, por simples questão de capricho. Naturalmente que se fosse para outra finalidade puramente governamental a diretoria não vacilaria em abrir exceção que deixaria de ser exceção por assumir o caráter de interesse público e não particular – o caso do espetáculo das suas artistas oficialmente apadrinhadas – caráter vetado pela diretoria.

Mas a inconformação e reação do governo foram imediatas. Um ofício, intimidativo é enviado imediatamente à sociedade para que ela diante da ameaça acabasse cedendo o salão hospitalar para as artistas. Mas a altivez dos membros da diretoria se manifesta unanimamente com a convicção de que todos estavam no pleno uso dos seus direitos de propriedade, dos quais não abdicaram um só instante, conforme se pode inferir da Ata da sessão de 25 de agosto.

“Reunião extraordinária. Presidente B. A. de Oliveira Braga, às 15h , reunida a diretoria, o Sr. Presidente lê um ofício do Exmo. Sr. Presidente da Província em o qual intima esta sociedade a apresentar na secretaria do governo no prazo de 48 horas, o título definitivo do terreno que ocupa a sociedade a praça do General Osório, tendo esta diretoria a ciência de que S Exa. o Sr. Presidente da Província houvera interpretado como lhe conviera a confirmação da recusa do seu pedido que havia tomado o caráter de uma exigência autoritária, julgou esta diretoria e julgou bem que a intimação era um violento desforço sem qualificação. Deliberou pois esta diretoria dirigir-se a S. Exa. e nos termos mais respeitosos, orientando-se de que em oportunidade legal apresentaria os documentos que comprovariam a posse do referido terreno onde já tem esta sociedade edificado parte do prédio que há de servir de hospital, datando esta posse desde 1874, a qual tem sido mansa e pacificamente e sem contestação alguma”.

Embora no decorrer da sessão os participantes, sobretudo, o presidente se manifestassem com energia e certa revolta em torno do “ultimatum”, que foi considerado uma exigência autoritária e um violento desforço sem classificação, em sua resposta ao referido ultimatum foram superiormente morigerados e continentes em seu justificado descontentamento ante imposição tão arbitrária não responderem ao Presidente da Província nos seguintes termos:

Em 25 de agosto de 1888, o Exmo Sr. com respeito e acatamento devido a alta autoridade de que V. E. se acha investido nesta província cumpre a diretoria da Sociedade Portuguesa Beneficente o dever de acusar o recebimento do ofício de V. Exa de 24 do corrente em que se exige a apresentação na secretaria do governo e dentro do prazo de 48 horas do título definitivo de concessão do terreno que a Sociedade Portuguesa Beneficente ocupa à praça General Osório.

Avenida Sete de Setembro, esquina com avenida Eduardo Ribeiro. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Em resposta, esta diretoria confirma mais uma vez o respeito e acatamento alegado, cientificando a V. Exa que dada a oportunidade legal esta apresentaria ao poder competente os seus documentos, em virtude das quais, mansa, pacificamente e sem contestação desde 1874 está de posse do referido terreno onde já tem edificado do prédio destinado ao hospital. Reiteramos a V. Exa os nossos protestos de nossa respeitosa consideração. Deus guarde a V. Exa.

Aí teremos a comprovação da intrepidez daquele pugilo de lusos que se não abastardou diante da “exigência autoritária”, permanecendo sereno e altivo, em face de ameaças que dentro do direito cultivo pelas sãs consciências jamais poderiam receber a mínima justificativa. A sã consciência governamental deve ter aflorado a tempo, pois a crise não ultrapassou os limites da troca de correspondência acalorada, embora a requisição governamental do prédio para hospital dos alienados tenha ocorrido cerca de 4 anos depois deste incidente. Verifica-se pelos Anais que o Presidente da Província, protagonista desse “entrevero” chamava-se Joaquim Cardoso de Andrade, Bacharel, 38° presidente.

Vencida a crise, naturalmente contornada por elementos de alta influência e bom-senso, esta Entidade continuou mantendo a sala destinada à enfermaria, reservada à finura hospitalar, sem no entanto, montá-la e fazê-la funcionar por motivos ou de ordem financeira ou de ordem técnica.

A Construção do Pavilhão Central do Hospital no Largo da Uruguaiana

Embora sem funcionamento, a enfermaria já construída, a meta do hospital completo jamais se afastou da mira dos dirigentes da sociedade, cujo, dinâmico presidente, em sessão de 17 de fevereiro de 1891 propôs para que a presente diretoria durante o seu mandato empregasse todos os esforços para se edificar o corpo central do edifício da sociedade, em construção por ser de grande utilidade, tanto para o desenvolvimento da sociedade, como pelos socorros que poderia prestar visto que a edificação daquela parte já o hospital poderia funcionar, por isso, propondo para que desde já se tratasse de arranjar meios pecuniários por meio de quermesses e subscrições.

Esta manifestação, que foi integralmente transcrita como valioso documento, é mais um comprovante do não funcionamento do hospital até 1891, na praça Uruguaiana, estrada Epaminondas, ou praça General Osório, como eram conhecidas as circunjacências do atual Colégio D. Bosco e avenida Epaminondas e a praça General Osório.

Foi resolvido chamar-se por 15 dias concorrentes para proceder-se à continuação das obras Central do hospital, ficando o Sr. tesoureiro autorizado de fazer as despesas conforme as contas que lhe forem apresentadas e visadas pelo Sr. Presidente.

Jornal A CARIDADE, Manaós, domingo, 17 de dezembro de 1893. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal


Foram entregues em 15 de junho de 1891 as plantas e o orçamento para a edificação do corpo central do hospital, para se mandar edificar por meio de concorrentes, conforme foi resolvido em sessão anterior.

As atas não revelam o nome do engenheiro que elaborou as plantas do corpo central do hospital. Há apenas referências ao desenhista, Sando Pereira.

O Sr. Presidente propôs para que se desse uma gratificação ao desenhista Sando Pereira, pela confecção das plantas e orçamento para construção do corpo central do hospital e outros trabalhos que fez anteriormente. Foi resolvido que, em vista do Sr. Sando Pereira não querer fazer preço aos seus trabalhos e atendendo-se a precária circunstância do mesmo Sr. resolveu-se dar-lhe a gratificação de duzentos mil reis.

Não se explica o silêncio em torno do nome do engenheiro e com que autoridade um desenhista, gratificado, com duzentos mil reis, faz o orçamento de tão alta responsabilidade e que exige indubitável habitação técnica e profissional.

As obras, talvez por carência financeira, não foram logo acatadas, pois adiaram várias vezes a decisão da concorrência. As doações pelo Rio Madeira, Rio Negro, Rio Purus, sempre eram feitas em favor do hospital, figurando em atas o recolhimento dessas ofertas, algumas bem liberais, pois alcançavam mais da vultuosa soma, para a época, de um conto de reis, naturalmente por portugueses espalhados nos barrancos no interior do estado.

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O conteúdo literário promete mexer com a memória afetiva de muitos professores, escritores e ex-alunos de algumas faculdades e escolas de Manaus, que em 2008, participaram do  festival literário que movimentou o Estado.

O apresentador Abrahim Baze do Programa Literatura em Foco, gravado na Biblioteca Genesino Braga, recebeu o escritor Carlos Lodi. Natural do município de Campinas – SP, o autor reside na capital amazonense há cerca de 13 anos.

Nesta edição o autor destacou a sua mais recente obra intitulada “FliFloresta, do Sonho à Realidade”, pela Editora e Livraria Valer. A obra é um relato da memória de um acontecimento que impactou o Estado do Amazonas, através do nascimento da crença dos editores Isaac Maciel e Tenório Telles.

O autor ressalta ainda em entrevista a importância da pratica leitura na sociedade, os benefícios gerados como a melhoria no vocabulário, desenvolvimento do pensamento crítico, o estimulo a capacidade de concentração e a transformação que a leitura promove em sua escrita.

Com a obra lançada, o autor tem a expectativa de promover a oferta de livros ao maior número possível de leitores; trazer autores para dialogarem com os seus públicos; além de defender nessa ação, os homens, as florestas, os rios e os animais que correm o risco de desaparecer do planeta.

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Em 1867, tem-se notícia da primeira hanseniana, residente numa palhoça em Umirisal, localidade situada acima de Manaus, à margem esquerda do Rio Negro.

Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

A história do trabalho realizado pelo Instituto “Alfredo da Matta” no Amazonas está diretamente relacionada à chegada e evolução da hanseníase. No período de 1832 à 1890, Manaus sofreu um processo migratório expressivo, quando seu contingente populacional saltou de 8.500 para 50.300 pessoas, atraídos pelo período áureo da borracha. 

Em 1867, tem-se notícia da primeira hanseniana, residente numa palhoça em Umirisal, localidade situada acima de Manaus, à margem esquerda do Rio Negro. Não há duvidas que nesta época a hanseníase já se desenvolvia com grande intensidade, os pacientes recolhidos em estado avançado da doença eram atendidos no antigo prédio da Santa Casa de Misericórdia.

De Paricatuba à Colônia Antônio Aleixo

Após serem cadastrados, os doentes eram remetidos para o Leprosário Belizário Pena inaugurado em 1923, na localidade de Paricatuba à margem do Rio Negro, cujo trabalho já era realizado por Alfredo da Matta e sua equipe. A falta de recursos financeiros para manter os doentes internados faz surgir a Sociedade de Assistência aos Lázaros e Defesa Contra a Lepra, coordenada pelo Dr. Alfredo da Matta.

Em 1942 o Governo do Amazonas inaugurou a Colônia Antônio Aleixo. Essa alternativa veio amenizar os problemas de toda ordem para os pacientes. Neste mesmo ano também entrou em funcionamento o Educandário Gustavo Capanema, destinado a filhos de hansenianos internados. No Hospital Antônio Aleixo os pacientes eram atendidos e assistidos pelos médicos Geraldo da Rocha, Menandro Tapajós e Leopoldo Krichanã.

Em 28 de agosto de 1955, foi inaugurado o Dispensário Alfredo da Matta, cujo nome foi uma justa homenagem escolhida pelos médicos Raimundo Silas C. de Andrade, Célio Mota e Menandro Tapajós.

Um baiano que preferiu Manaus

Dr. Alfredo da Matta nasceu em Salvador (Bahia), em 18 de março de 1870 e faleceu no Rio de Janeiro em 3 de março de 1954. Seus estudos primário e secundário foram cursados na cidade natal e logo ingressou na Escola de Medicina da Bahia, onde cursou brilhantemente. Em 8 de dezembro de 1889, terminou seu curso de Medicina. Em abril de 1890, nomeado médico do Loide Brasileiro, seguindo viagem até Manaus onde fixou residência.

Foi nomeado pelo Governador do Estado do Pará para exercer umas Circunscrições Sanitárias do Estado, cargo que não aceitou, pois preferia morar em Manaus. Nomeado médico do Exército para servir em Barbacena (Minas Gerais), pediu transferência para Manaus e, não sendo atendido, exonerou-se. Alfredo da Matta se especializou em Medicina Profilática e em Dermatologia. Seu amigo Dr. Francisco de Araújo Lima, na Revista Amazonas Médico de Manaus, Ano VI, página 17, Ano 1944, refere-se a ele:

“[…] Alfredo da Matta é Sócio Bem Feitor da Santa Casa de Misericórdia em Manaus e Honorário e Bem Feitor da Sociedade Beneficente Portuguesa do Amazonas. Professor na Cadeira de Higiene e Enfermatólogia dos Cursos de Farmácia da Universidade. Foi Tenente Coronel Cirurgião da Guarda Nacional e Médico do Asilo de Mendicidade. Representou o Amazonas em vários congressos nacionais e internacionais. Foi delegado e Secretário dos Comitês do Amazonas. Foi Membro Fundador da Sociedade de Medicina e Farmácia e de Medicina e Cirurgia do Amazonas da Sociedade Amazonense de Agricultura, do Clube da Seringueira e da Revista Amazonas Médico, da União Acadêmica e do Círculo dos Auxiliares de Imprensa.

As Academias de Geografia Botânica de Mons/Franca e a Italiana de Ciência Físico-Químicas, foi premiado com a Medalha de Ouro pelo seu livro “Flora Médica Brasiliense”. Foi eleito deputado à Assembleia Legislativa do Amazonas, durante os anos de 1916 à 1920, ocupando o cargo de Presidente de 1917 à 1920. Mais tarde foi Senador da República pelo Estado do Amazonas, suas monografias foram em número de 234 quer avulsos quer em revistas nacionais e internacionais, além de vários livros no ramo da Dermatologia. Em 1955, foi inaugurado o Dispensário Alfredo da Matta, em justa homenagem por todo seu trabalho realizado com dedicação e paixão na terra que escolheu para doar seus conhecimentos.

Dr. Armauer Hansen, descobridor do bacilo causador da hanseníase e o médico Alfredo da Matta, patrono do Instituto amazonense. Foto: Divulgação

O Real Hospital Militar da Capitania de São José do Rio Negro

As mais antigas instituições hospitalares da Região Amazônica foram estabelecidas no Pará, nos séculos XVII e XVIII, como a Santa Casa e a enfermaria dos Capuchos da Conceição, em Belém e a dos Capuchos da Piedade, em Gurupá.

Apesar da grande distância dos centros civilizados, o Amazonas também teve um hospital, ainda no século XVIII, de pomposo nome e modestas instalações – o Real Hospital Militar da Capitania de São José do Rio Negro.

A sua descrição está contida no Diário da Viagem Filosófica ao Rio Negro – 2ª Parte – Participação Primeira – Barcelos (1) do insigne naturalista brasileiro Alexandre Rodrigues Ferreira, uma expedição científica destinada ao estudo da Amazônia Portuguesa, que saiu de Lisboa, a 1º de setembro de 1783, chegando a Belém, a 21 de outubro daquele mesmo ano, onde permaneceria, visitando a região até 1792.

Fonte: Artigo do Acadêmico Antônio Loureiro, publicado no livro de sua autoria História da Medicina no Amazonas.

O primeiro isolamento do Hospital e do Amazonas

Para se evitar este tipo de contágio, pela primeira vez, em 1784, foi acomodado em um tijupar, no quintal do Hospital, o soldado Albino Joseph, transferido de Tefé, por estar acometido de hanseníase, o mesmo acontecendo com o soldado Simão Joseph, em 1786, os primeiros casos registrados da doença, no Amazonas. 

E aqui temos a citação pela primeira vez da existência de doentes de hanseníase vindos de Portugal, de modo diferente, através das forças militares, o que talvez explique como tão rapidamente a doença desapareceu daquele País, nesse século e nos dois anteriores, com o fechamento de quase todas as gafarias (leprosários) e a exportação de seus hansenianos, para as colônias de além-mar.

Leprosário do Paredão do Rio Negro. Foto: Divulgação

A Hanseníase atinge Manaus e o Amazonas em cheio

Assim, as autoridades sanitárias do Amazonas das últimas décadas do século XIX e dos primeiros vinte anos do século XX, cansaram-se de anotar, em seus relatórios, sobre a expansão contínua da doença, em todo o Amazonas, particularmente entre os habitantes dos rios Solimões, Juruá e Purus, e em Manaus, para onde vinham os doentes de todo o interior, na busca de tratamento, o que dava para prognosticar uma verdadeira pandemia, nos anos futuros.

Os doentes eram então tratados nos muitos isolamentos, que existiram em torno da capital, onde se misturavam com os portadores de moléstias epidêmicas, como os de varíola, morrendo mais rapidamente os portadores do Mal de Hansen ali internados.

Em 1920, grande parte deles estava concentrada no Isolamento do Umirisal, em um terreno situado próximo ao Bombeamento de Águas da cidade, o que causava desconfiança de muitos, por uma possível contaminação do líquido fornecido à população, o que de fato não ocorria.

O Umirisal crescera em demasia, tendo, em 1923, mais de cinquenta portadores de hanseníase, habitando casas de palha e barracões de madeira, sem qualquer conforto, e um ambulatório, onde atendiam os médicos Alfredo da Matta e Antonio Ayres de Almeida Freitas. A hanseníase iniciava a sua escalada, na Amazônia, que praticamente dela ficara indene, durante a época colonial.

A miséria dos doentes era tanta, que comoveu a população de Manaus, organizando-se uma subscrição popular, destinada a levantar fundos, para a recuperação da antiga hospedaria de emigrantes de Paricatuba, o que foi conseguido, em 1924, quando o doutor Samuel Uchôa dirigia a Comissão de Profilaxia. Ali se trabalhou durante os anos de 1925 e 1926, e as instalações ficaram perfeitas, após algumas reformas, sendo constituídas por um gigantesco prédio, construído por volta de 1900, para hospedaria de emigrantes, a igreja, a usina de luz, as casas residenciais para funcionários e doentes, o necrotério, a bomba de água e a escadaria do porto, além da bela paisagem do rio Negro, em um de seus lugares mais estreitos.

O Amazonas estava preparado para seguir a política de Belisário Pena; a do isolamento dos doentes em hospitais-colônias, face à explosão da lepra, em todo o País, controlando deste modo a sua maior disseminação. Explosão que acabou determinando anos depois o fechamento deles, pois as internações criaram um ônus incontrolável para o Estado, sendo o Governo Federal o primeiro a se desobrigar desta ação, antes de 1970.

Em 1924, existiam cinquenta internados no Umirisal; 17, no terreno do Tiro de Guerra; uns 50, perambulando pelas ruas de Manaus, sendo ao todo 510, na capital, e mais de 1000, em Antimari, no Careiro, Cambixe, Fonte Boa, Humaitá, Eirunepé, Lábrea e Manacapuru, os municípios mais atingidos.

Em 1926, a administração amazonense estava entusiasmada com a possibilidade da introdução de imigrantes japoneses e poloneses, e o governador Efigênio Sales foi visitar o hospital de Paricatuba, em maio de 1926, acompanhado do embaixador japonês e de outras autoridades, que encantados com aquilo que seria a futura Colônia Belisário Pena, resolveram transformá-la em uma hospedaria de imigrantes, que jamais chegariam, como os do início do século, para quem fora construída.

E assim a transferência dos doentes foi postergada, somente ocorrendo em 1930, quando deixou de existir o Umirisal, sendo seus doentes levados para Paricatuba, na boca da baía da Boiaçu, um verdadeiro relógio astronômico, onde todas as tardes o sol desaparece, nos meses de equinócio, engolido pelo rio. Ali a colônia ficaria ativa por 40 anos.

Apesar da existência de dois leprosários no Amazonas, com a inauguração da Colônia Antônio Aleixo, o número de doentes continuou a crescer, devido ao contágio através das mucosas nasais, bucais e sexuais, às más condições de vida e ao desconhecimento do contágio e da promiscuidade decorrente.

Fonte: Artigo do Acadêmico Antônio Loureiro, publicado no livro de sua autoria História da Medicina no Amazonas.  

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O escritor pesquisou o que saía na mídia na época da borracha, um trabalho sobre as produções no interior da imprensa amazonense acerca da própria realidade do seringueiro em suas ações cotidianas.

O apresentador Abrahim Baze do Programa Literatura em Foco, gravado na Biblioteca Genesino Braga, recebeu o Professor e Doutor em Teologia e Mestre em História Social pela Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Daniel Barros de Lima. Descendente de nordestinos, Daniel Barros de Lima é natural do município de Pedro Leopoldo, estado de Minas Gerais.

Nesta edição, o professor relata em entrevista a história dos seringueiros amazônicos, inspirado na trajetória de vida dos seus avós que foram seringueiros no interior do Acre e do Amazonas, demonstrando o profundo interesse em compreender a formação socioeconômica da região amazônica na história.   

Em sua recente obra literária lançada no início deste ano, intitulada ‘O seringueiro na imprensa amazonense: cotidiano e vivências no mundo da borracha 1890 – 1920’ pela Editora Valer, o professor relata um panorama da diversidade e riqueza da imprensa amazonense, promovendo ao leitor o conhecimento sobre as vivências e experiências dos seringueiros amazônicos no período da borracha.

A obra é um recorte da história da migração nordestina para a Amazônia, por meio do que era publicado nos jornais da época, pois investiga as relações de trabalho que os seringueiros estabeleceram na região amazônica. Segundo o autor, não se trata de produzir mais uma análise dessa história puramente do ponto de vista político e econômico e a partir dos registros ditos ‘oficiais’, mas, pelo contrário, apresentar uma história de construção da imagem do seringueiro.

A entrevista contou também com assuntos relacionados a borracha no seu contexto industrial, imigração nordestina que teve sua contribuição, a importância da borracha e os periódicos da imprensa amazonense, entre outros assuntos.  Seringueiros, seringalistas e seringais são temas que despertam interesse em mais de 150 anos de existência.

Daniel Barros de Lima, possui Licenciatura Plena em História e Especialização em Metodologia do Ensino Superior pela Universidade Nilton Lins. É Bacharel em Ciências Teológicas pela Faculdade Boas Novas (2008). Professor da Universidade do Estado do Amazonas – UEA para o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica – PARFOR.

É membro do GT Mundos do Trabalho/Am, Associado da ANPUH (Associação Nacional dos Professores Universitários de História) e membro pesquisador da RELEP (Rede Latino-americana de Estudos Pentecostais).

Tem desenvolvido pesquisas no campo da História Social: Imprensa Amazonense e Movimentos Sociais da Amazônia e no campo da Teologia Histórica: Patrística, Reforma Protestante, Cosmovisão Cristã, Pentecostalismos e Imprensa Pentecostal.

É vinculado aos Grupos de Pesquisa de História Social da Amazônia(UFAM) e de História do Cristianismo na América Latina (EST). Nos últimos anos atuou como Professor, Coordenador de Curso e Diretor Acadêmico na Faculdade Boas Novas. Atuou como professor substituto da Universidade Federal do Amazonas – UFAM no Departamento de História na área de Teoria e Metodologia da História. Atualmente é professor do Departamento de História da Universidade do Estado do Amazonas – UEA, CEST-Tefé, além de atuar na área de Ciências da Religião para o Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica – PARFOR – UEA.

Com imagens de Yohane Honda e produção de Juliana Neves, você confere a entrevista completa através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.

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