O Termo de Fomento nº 63/2023 foi assinado com o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa no dia 31/10/2023, no valor de R$ 49.999,00 tendo como objeto o apoio financeiro por meio da Emenda Parlamentar nº 027/2023 de propositura da Deputada Estadual Alessandra Campêlo para a realização do Concurso Literomusical Maria Callas, no período de novembro 2023 a novembro 2024.
O Termo objetiva realizar a homenagem à cantora lírica Maria Callas que em 02/12/2023 estaria completando 100 anos com a realização do Concurso de Artigo / Redação e Solenidade de Encerramento com premiação.
Maria Callas foi uma artista mundialmente conhecida, possuidora de uma voz poderosa com uma amplitude fora do comum que contribuiu para reacender o estrelismo do gênero ópera e de seus intérpretes. Esta intérprete, detentora de raros dotes vocais e interpretativos, revolucionou a ópera, trazendo-a novamente às origens. Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou nos teatros mundiais de maior destaque. Ela é possivelmente a mais famosa soprano do século XX. Callas entrou para a história da ópera por suas habilidades cênicas. Em última análise, esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.
Na página de transparência do site da Casa de Adriano Jorge você confere todos os termos e repasses assinados em parceria com o Governo do Estado do Amazonas e Prefeitura Municipal de Manaus.
Para saber as atividades e novidades da Academia Amazonense de Letras, confira as redes sociais e fique de olho no site da instituição.
As obras literárias intituladas “Oligarquias Políticas no Amazonas e outros estudos” e “Fundadores da Academia Amazonense de Letras, serão lançadas neste sábado, 11 de novembro, na Academia Amazonense de Letras. A entrada é gratuita.
A obra “Oligarquias Políticas no Amazonas e outros estudos” produzida pelos acadêmicos Marilene Corrêa e Robério Braga, apresenta um encontro entre a sociologia e a história, uma junção de pensamentos diferenciados baseados no conhecimento do Império a República.
“Fundadores da Academia Amazonense de Letras”, do acadêmico Robério Braga, reúne a história da Academia e suas intenções que motivaram a sua fundação e suas ações, uma pesquisa bibliográfica cultural em sua composição atual, resgatando o registro da memória da instituição durante seu centenário na capital amazonense.
Os livros editados pela Academia Amazonense de Letras são frutos de emenda parlamentar, a partir de propositura do Secretário Serafim Corrêa, com apoio do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult.
Após o lançamento haverá a distribuição gratuita das obras autografadas pelos Acadêmicos aos convidados.
Todos os títulos lançados ao longo do ano estarão disponíveis para consulta no Memorial e Biblioteca Genesino Braga, localizado na sede da Academia, na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.
Apresentado por Abrahim Baze, a entrevista aconteceu na Biblioteca Genesino Braga, na sede da Academia Amazonense de Letras, o atual Reitor e Professor Evandro Brandão Barbosa falou sua obra literária intitulada “Navegação fluvial adolescente”.
A obra que destaca a história da navegação fluvial na Amazônia desde o início até os dias atuais, abordando o desenvolvimento e produção ribeirinha através da exploração dos caminhos naturais, a obra ganhou o Prêmio Samuel Benchimol, prêmio destinado ao melhor livro de ensaio socioeconômico.
A entrevista completa você pode conferir através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.
A professora Júlia Barjona Labre formou muitas gerações de homens e mulheres os quais souberam colocar em prática valores e atitudes que, com ela, aprenderam.
“Os homens não valem pelo privilégio da fortuna de que desfrutam ou do poder que, eventualmente, conseguem empalmar, mas pelo que produzem em prol da coletividade”.
Júlia Barjona Labre, (professora Julitta para os íntimos) nasceu no dia 4 de abril de 1887, no Estado de São Paulo, filha de Luís Araújo Labre e Isabel Maria Barjona Labre. Fez seus primeiros estudos no Liceu Nacional de Lisboa, Portugal. Uma escola tradicional, fundada em 1836, com nome de Liceu Passos Manuel, hoje, Escola Secundária de Camões. Instalado à época no Palácio de Regaleira, no Largo de São Domingos. Ainda hoje, esta tradicional escola mantém o ensino noturno e continua a ser uma das maiores escolas secundárias do país.
Segundo depoimento deixado por escrito pela própria dona Julitta, ela destaca:
[…] Posso dizer que nasci em berço de ouro. Nunca soube na vida estudantil o que era dificuldade. Meus avós e meus pais abastados, sempre me cumularam de tudo o que precisava para uma vida tranquila e confortável. Sempre tive o direito de escolher os lugares para passar os meus períodos de férias escolares. Foi assim que conheci Paris, Bordéus, Liège, Madri e vários outros lugares bonitos. Gosto de criança, de todos os animais sem exceção e por toda vida sigo um lema: Meus amigos não têm defeitos, meus inimigos, se existem, não têm qualidades.
Júlia Barjona Labre (Julita) nasceu em 4 de abril de 1887, filha de Luiz Araújo Labre e Isabel Barjona de Freitas Labre. Cartão postal produzido por Silvino Santos, 1921. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Em Belém do Pará, sua mãe e sua avó foram proprietárias do Colégio Progresso no qual venderam, mais tarde, ao Dr. Arthur Theodulo dos Santos Porto, tendo passado a denominar-se Colégio Progresso Paraense. Arthur Theodulo dos Santos Porto nasceu a 4 de abril de 1866, na cidade de Recife, Pernambuco, sendo seus pais: o Conferente de Alfândega, Coronel João dos Santos Porto e dona Emília dos Santos Porto. Fez seus primeiros estudos nessa cidade, tendo, mais tarde, ingressado na Faculdade de Direito onde foi aluno de Tobias Barreto, entre outros tantos mestres de excepcional talento.
Concluído o curso jurídico, viajou para o Estado do Pará, onde assumiu o Cargo de Promotor de Justiça da Comarca de Bragança, posteriormente, foi oficial de gabinete do Governador Dr. Justo Chermont, cargo que desempenhou até 1890, quando retornou a Pernambuco.
Voltou ao Estado do Pará no ano seguinte para casar com dona Júlia Pinheiro, filha do ilustre e respeitável Coronel José Caetano Pinheiro, Senador da República e um dos líderes políticos de maior prestígio. Foi também atuante advogado no fórum de Belém, onde soube honrar durante muitos anos de intensa atividade defendendo causas cíveis e criminais. Foi professor na cadeira de Geografia do antigo Liceu Paraense e, posteriormente, de História Universal na Escola Normal do Pará, onde obtivera cátedra dessa disciplina em 1893, em 1927, foi nomeado desembargador no Tribunal Superior de Justiça.
Júlia Barjona Labre chega ao Amazonas em 1907 e, desde logo, iniciou magistério com sua mãe Isabel Maria Barjona Labre e sua avó Júlia Barjona de Freitas as quais fundaram, nesta ocasião, o Colégio Progresso na Avenida Sete de Setembro, onde neste local, mais tarde, foi construído o edifício Antônio Simões. Posteriormente, o Colégio Progresso foi transferido para um sobrado com porão habitável na Avenida Joaquim Nabuco, esquina da Rua Lauro Cavalcante. Ainda no depoimento escrito por Júlia Barjona Labre, ela retrata Manaus no período de sua chegada:
[…] Quando cheguei a Manaus, encontrei dois ótimos serviços, energia elétrica e o serviço de bondes, que em nada ficavam a dever aos de Portugal e aos da Europa na época. Manaus era uma cidade pequena, mas com povo muito trabalhador e muito hospitaleiro. Nos clubes sociais como o Internacional e outros, reunia-se a sociedade em grandes festas. Nos clubes nada se pagava, os sócios tinham direito a pedir o que fosse de seu agrado sem qualquer pagamento. Do champagne ao vinho do porto, etc. Manaus, por esse tempo, recebia a visita de grandes artistas, de companhias famosas de toda a Europa. As famílias também gostavam de reunir-se com os amigos em casa.
A professora Júlia Barjona Labre, mestra de tantos alunos ilustres, como Phelippe Daou e Milton Cordeiro, promoveu com sua escola um ambiente mais propício ao seu acentuado pendor didático, pôde ela lecionar neste tradicional colégio até 1963, quando, definitivamente, aposentou-se do magistério, auferindo desse trabalho os meios de subsistência para ela e para aqueles que permaneceram em sua volta, buscando sempre conquistar altíssimas relações as quais lhe valeram grandes momentos de amizade. Exerceu o magistério de forma prazerosa durante cinquenta e sete anos. Nesse sacerdócio, viveu os melhores dias de sua vida, teve alunos exemplares, lecionou para os filhos das melhores famílias que ela conhecia. Teve sob a sua guarda várias gerações de amazonenses dos quais ela se orgulhava muito, pois todos eles se destacaram na vida profissional e foram, para ela, motivo de grande satisfação. A professora Julitta destacou um amigo inesquecível, Ruy Araújo. Ela, ainda, destaca no seu depoimento:
[…] O Amazonas na época do ouro negro transbordava de grandeza, mas com a queda da borracha e o registro da crise dela consequente, tudo se modificou no Amazonas. Todo mundo sentia na carne os efeitos da crise. Eu e minha família também dela não escapamos. Minha avó, por exemplo, perdeu tudo o que possuía e que estava aplicado no interior, através das mais importantes firmas da terra, que desapareceram na voragem da crise econômica sem precedentes na história do Amazonas. São tantas as recordações boas e más, da minha carreira, que não me atrevo a dizer qual delas a que me deixou marcas mais profundas. Devo, no entanto, dizer que amo verdadeiramente os “meus filhos” e “meus netos” e sinto uma alegria e prazer imenso quando sei que algum deles está prosperando, alçando-se a posições mais importantes na vida.
Seu nome está perpetuado na Escola Municipal Júlia Barjona Labre que, à época de sua criação, era uma pequena casa de madeira de iniciativa do Projeto Pró Morar São José 1, na administração municipal do Prefeito José Fernandes e teve as obras concluídas na administração do Prefeito João Furtado, cuja inauguração ocorrera em agosto de 1982.
A primeira gestora dessa escola foi a professora Dalva Sueli Moraes Mota. Outros profissionais também tiveram importante dedicação a essa escola como, por exemplo, Joaquim de Oliveira Reis, João Bosco Dutra da Silva, Gilmar da Silva Oliveira, Jocelim Umberto da Silva Oliveira, Brigida Meneses e Tarcísio Serpa Normando.
A professora Julitta após se aposentar e por influência do Comendador Emídio Vaz D’Oliveira e Phelippe Daou, foi lhe concedido um aposento no Hospital Beneficente Portuguesa, onde permaneceu até falecer. Ela, quando em vida, sempre destacou grandes amigos e companheiros de todas as horas: Isabel Barbosa de Macedo, viúva do Sr. José Manuel de Macedo; Eneida Araújo de Vasconcelos, filha do Dr. Ruy Araújo e dona Elena Araújo; Paulo Fernando Cidade Araújo; Maria Ermelinda Pedrosa de Medeiros; Valdir Medeiros; Maria do Céu Vaz D’Oliveira; Rômulo Rabelo; Osvaldo Said; Djalma Batista; Penido Burnier; Pedro Araújo Lima; Renê Gutierrez. Dona Isa Pedrosa, viúva do Dr. Valdemar Pedrosa e mãe de dona Maria Ermelinda.
Ao escrever este artigo, volto a um período importante da minha infância e juventude, onde, por tantas vezes, transitei naquele espaço do Colégio Progresso.
Sonhar e acreditar. Destas duas qualidades resultam as realizações sociais e os fazeres do espírito humano – fatores indispensáveis para perpetuação das aspirações enobrecedoras e a construção de possibilidades efetivas para existência humana.
A professora Júlia Barjona Labre formou muitas gerações de homens e mulheres os quais souberam colocar em prática valores e atitudes que, com ela, aprenderam.
A existência dela enquanto viveu entre nós, foi marcada pela vontade de servir e projetar seus alunos para o futuro. Essas considerações me ocorrem enquanto constato que, na sua escola, ela utilizou o conhecimento como pátina, no cinzelamento do conhecimento de todos aqueles alunos que beberam na fonte de seus ensinamentos.
A vida é uma aventura em que os justos e os bons, apesar das provas e desafios, afirmam, com a força de seu caráter e com suas ações, as marcas de sua singularidade e grandeza de suas atitudes. Eis, aí, o diferencial o qual distingue as almas nobres, daqueles que vivem nas sombras ou se contentam-se com a pequenez de seus sentimentos.
Coronel Antonio Rodrigues Pereira Labre, bisavô de Júlia Barjona Labre, fundador da cidade de Lábra, no Amazonas.
A trajetória dessa educadora foi reveladora de seus múltiplos compromissos com o sacerdócio de ensinar, com a vida e com a possibilidade da construção de uma sociedade que se destacou no Estado do Amazonas. A existência dessa mestra foi uma prova do poder de transformação do saber, isto é, o triunfo da vontade de ensinar. Sua vida foi vitoriosa porque era alicerçada na crença de seus pais de que o maior patrimônio que poderiam legar aos filhos era o conhecimento.
Poucas pessoas, nesse universo escolar, têm um espaço reservado na história da nossa cidade depois de longos e proveitosos anos de magistério. A mestra Júlia Barjona Labre descreveu nossa cidade como observadora atenciosa e, como se nós pudéssemos vê-la debruçada na janela de sua escola, nas tardes de domingo, que, por tantas vezes, eu presenciei na pacata cidade de Manaus onde ela escolheu para viver.
Além do círculo de amizades de nosso entorno, ela impressionava com uma amizade muito próxima de personalidades da família real, era a sua vertente mágica de construir boas amizades, pela singularidade dos seus conceitos e, principalmente, pela forma de que seus pais promoveram sua educação. O seu absoluto e elegantíssimo domínio da língua portuguesa, fez dela uma sedutora para quem teve a felicidade de ouvi-la e conviver com ela.
É certo que não só por meio da palavra os mortais podem passar à posteridade, tão significativos e ilimitados foram suas raízes a partir de seus pais, muito especialmente a sua mãe Isabel Maria Barjona Labre, que ao receber o óleo santo do batismo e a água purificadora na Igreja Paroquial de Nossa Senhora dos Mártires, Conselho do Bairro do Rossio, Distrito Eclesiástico do Patriarcado de Lisboa, através do Padre Narciso José Pinto, nesta ocasião, foi seu padrinho Sua Majestade o Imperador do Brasil, Dom Pedro II, por seu bastante Procurador o Excelentíssimo Barão de Itamaracá, seu Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário nesta Corte e recebeu como Madrinha Nossa Senhora da Conceição. Dessa forma, buscando encontrar nas curvas do tempo fatos históricos que valem a pena ficar como registro nesta viagem de rememorações, reencontros e revelações.
No seu acervo pessoal, encontramos cartões de Natal, cartão pessoal da Princesa Esperanza da Família Imperial Brasileira, com foto da Princesa dona Esperanza, Príncipes Dom Pedro Carlos e Dom Pedro de Orleans e Bragança, enviados do Palácio Grão Pará em Petrópolis, Rio de Janeiro. Além de muitos documentos, um bilhete postal produzido por Manáos – Arte – J. G. Araújo & Cia., Ltda., cuja produção artística era de Silvino Santos, com a foto de Júlia Barjona Labre. A importância da família Labre também está em um registro memorável na fundação da cidade de Lábrea, onde ocorrera a saga das terras dos índios Apurinã e Palmary, como bem destaca o Professor Doutor Hélio Rocha, na sua obra “Coronel Labre”. Antônio Rodrigues Pereira Labre (1827-1899), Coronel Labre maranhense, fundou, organizou e governou esta cidade as margens do Rio Purus, no ano de 1871.
Cidade de Lábrea, no Amazonas / Foto: Divulgação
*Informações obtidas pordepoimento escrito por Júlia Barjona Labre
Escola Municipal Júlia Barjona Labre/Professor Carlos Alberto Monteiro de Oliveira;
Informações cedidas pela família do Desembargador Athur Porto através de Raul Porto, Belém do Pará;
Informações e documentos cedidos por José Paulo Macedo;
Com o apoio da Fapeam, o Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Amazonas realiza nos dias sete e oito de novembro, o ‘Seminário do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal’.
Mediado pela professora da Ufam e coordenadora estadual do Legal Amazonas, Marilene Corrêa, o evento está sendo realizado no auditório Rio Negro, no setor Norte do Campus Universitário de forma presencial e hibrida, mais de cem alunos foram inscritos pela universidade.
A programação inicia com a palestra do ex-secretário de cultura do Amazonas, Robério Braga, com o tema: “A política em Manaus: panorama e trajetória”, um relato sobre os principais acontecimentos no cenário político e suas grandes personalidades que marcaram uma era histórica na capital amazonense.
No último dia de programação, as atividades contarão com uma mesa-redonda com prefeitos de municípios do Amazonas e em seguida duas palestras: ‘O sistema eleitoral Brasileiro’, proferida pelo professor e cientista político da IUPERJ, Jairo Nicolau, além da apresentação dos boletins do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal.
Portador de uma inteligência rara, começa logo a se envolver em atividades culturais no Luso Sporting Club, tendo se destacado como ator do Corpo Cênico e diretor da referida Instituição, onde permaneceu atuando até o seu retorno para Portugal.
Manuel Rodrigues do Nascimento que nasceu no dia 12 de dezembro de 1886 foi durante muito tempo diretor do Corpo Cênico do Luso Sporting Club. O destino deste lusitano marca de forma profunda a história da “Universidade Livre de Manáos”. Seu pai, o imigrante português Lourenço do Nascimento, imigrou para o Brasil, cujo destino final era a cidade de Manaus, em 1889, tendo deixado em Portugal sua esposa Maria Rodrigues e seu filho Manuel Rodrigues do Nascimento.
Lourenço Nascimento seu pai já em Manaus, logo começa a trabalhar no Mercado Adolpho Lisboa, com uma pequena banca de verduras e frutas. Distante da família que ficara em Portugal, logo constitui nova família em Manaus, tempos depois sua esposa Maria Rodrigues embarcou com o filho Manuel Rodrigues do Nascimento com aproximadamente sete anos de idade, aqui chegando tomou conhecimento da nova família que seu esposo havia constituído.
Tentou a todo custo uma reconciliação, porém, o objetivo não foi alcançado. Após contrair grave doença Maria Rodrigues vem a falecer. Manuel Rodrigues do Nascimento fica órfão de mãe aos oito anos de idade desta forma não quis ir morar com o pai e a madrasta. Apesar de muito jovem começa cedo a trabalhar ajudado por “patrícios” nos afazeres gerais.
O tempo passa e o jovem Manuel Rodrigues do Nascimento tornou-se balconista no Mercado Adolpho Lisboa. Tendo recebido convite dos padres para viajar pelo interior do Estado e, logo os padres impressionados com a inteligência do menino proporcionam-lhe o retorno aos estudos, com formação religiosa e a conclusão dos estudos, ele aos dezoito anos retorna a Manaus.
Portador de uma inteligência rara, começa logo a se envolver em atividades culturais no Luso Sporting Club, tendo se destacado como ator do Corpo Cênico e diretor da referida Instituição, onde permaneceu atuando até o seu retorno para Portugal. Em Manaus trabalhou duro buscando seu crescimento profissional, para sua subsistência inicia uma nova profissão a de barbeiro, homem extremamente generoso nas horas vagas ajudava arrancando dentes, para atender os patrícios menos favorecidos e principalmente pessoas pobres que o procurava.
Escreveu-se no Curso de Odontologia na “Universidade Livre de Manáos”, tendo iniciado seus estudos no ano letivo de 1917 a 1918, formando-se em 23 de dezembro de 1918. Contraiu matrimônio duas vezes, tendo ficado viúvo em ambos. Após a viuvez, conheceu a jovem Ermelinda Soeiro de Carvalho, também de nacionalidade portuguesa, ela natural de Guedeiras – Colônia de Sendim – Viseu com quem contraiu matrimônio, cuja, diferença entre eles era de nove anos.
Seu primeiro filho com Ermelinda nasceu em Manaus. Regressou definitivamente para Portugal em 1923, instalando seu consultório odontológico em sua residência em Moimenta da Beira, Distrito de Viseu. Ainda nesta casa nasce o segundo filho que, por vontade dos pais, chamou-se Diógenes, mas tarde, resolveu alugar uma casa em Braga, localizada no Campo da Vinda, nº 49, para onde mudou-se com toda família. Nesta casa exerceu com dignidade e profissionalismo o sacerdócio de médico dentista. O tempo passa e Deus proporcionou ao casal mais quatro filhos.
Após sua morte esta casa foi ocupada pelo filho mais velho Diógenes, o único a nascer em Manaus, que como pai tornou-se médico dentista como é o ensino em Portugal e, passou a ocupar o consultório deixado pelo pai.
Seus filhos Demóstenes, Tereza e Manuel imigraram para o Brasil. Demóstenes tornou-se industrial na cidade do Rio de Janeiro, aonde veio a falecer. Manuel reside em Belém do Pará e Tereza residiu em Manaus, até falecer.
Manuel Rodrigues do Nascimento foi um homem com enorme contribuição ao Diretório do Centro Republicano Português, em cujas sessões foi sempre um eloquente orador. No Luso Sporting Club escreveu sua história fruto do labor coletivo e a partilha das encenações teatrais, onde alimentado pelo prazer criativo da bela arte deu vida a seus personagens, que permanecem silenciosamente nas paredes do centenário club, cujas, lembranças continuam vivas no cenário imaginário de nossas mentes.
No dia 29 de maio de 1920 em virtude da preparação em seu regresso a Portugal renunciou a diretoria do club. Igual participação atuou em defesa da classe de Odontologia na Associação Amazonense de Cirurgiões Dentista. Seus filhos Ilcia, Aristóteles e Diógenes residem em Portugal. O Luso Sporting Club quando de sua partida definitiva para Portugal prestou significativa homenagem no dia 29 de fevereiro de 1920, perdia o Amazonas um grande homem e ganhava Portugal um excelente profissional. Manuel Rodrigues do Nascimento faleceu na cidade de Braga, em Portugal no dia 20 de janeiro de 1946.
*Informações obtidas pessoalmente pelo autor quando de sua visita a cidade do Porto em Portugal, onde nesta ocasião foram prestadas por sua sobrinha (filha) senhora Maria Ermelinda Faria de Carvalho.
O programa Literatura em Foco apresentado por Abrahim Baze, recebeu na Academia Amazonense de Letras a Professora Mestra, Deusa Costa, licenciada em História pela Universidade Federal do Amazonas e mestra em História Social do Brasil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que durante a entrevista aproveitou o momento para falar da sua nova obra literária, intitulada “Quando viver ameaça a ordem urbana” pela Editora Valer.
Durante a entrevista a Professora Mestra fez uma incursão sobre o processo de urbanização da cidade de Manaus no período de 1890 a 1915, enfatizando que a valorização do perímetro urbano não promoveu a segregação das classes populares de seu espaço físico, processo que não impediu a construção de uma identidade e a luta dos trabalhadores da época.
A entrevista completa você pode conferir através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.
Em 29 de outubro, comemora-se o Dia Nacional do Livro. A escolha da data deu-se em homenagem ao dia em que também foi fundada a Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio de Janeiro, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para a colônia, em 1810.
O papel chegou na Idade Média e os livros, ainda escritos à mão, começaram a substituir os pergaminhos. Em meados de 1455, o alemão Johannes Gutenberg causou a mudança que veio a ser revolucionária para a história da escrita. Gutenberg criou uma técnica de prensa com uma impressora que reproduzia letras e símbolos com relevo esculpidos em metal. O processo espalhou-se rapidamente pela Europa e, logo, pelo mundo.
A primeira impressão de um livro por Gutenberg foi a Bíblia. Inicialmente ele começou a produzir páginas com 40 linhas, mas o custo para isso era alto. Resolveu então utilizar 42 linhas em duas colunas por página. O exemplar foi escrito em latim e teve 1.282 páginas.”
No Brasil, o primeiro livro impresso foi Marília de Dirceu, do autor Tomás Antônio Gonzaga, em 1810. Com a chegada da imprensa ao país, as máquinas de impressão eram utilizadas para imprimir os jornais com notícias de interesse do governo português, que financiava as impressões. Isso fazia com que muitos autores brasileiros optassem por imprimir suas obras em países europeus.
No século XX, começaram a surgir as bibliotecas organizadas e a preservação e coleção de livros. Já no século seguinte, as bibliotecas passaram a ser construídas para a frequentação de leitores, já que surgia a angústia de, muitas vezes, não ser possível ler o livro todo, o anseio de preservá-lo e a preocupação com o acesso a ele.
Com o crescimento da tecnologia, outro formato de livros ganhou espaço: os livros digitais. Esses livros do futuro” têm a possibilidade não só de trazer novas publicações em meios digitais, mas de reproduzir as mais antigas publicações da história.
Neste dia memorável a Academia Amazonense de Letras, fundada em 1918 vem contribuindo com o conhecimento através da produção de obras literárias de seus Acadêmicos, com mais de 40 membros atuantes, todas as obras são de distribuição gratuita, porém a Academia ressalta que todos os títulos lançados estarão disponíveis para consulta no Memorial e Biblioteca Genesino Braga, localizado na sede da Academia, na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.
O Termo de Fomento nº 62/2023 foi assinado com o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa no dia 26/10/2023, no valor de R$ 47.400,00 tendo como objeto o apoio financeiro para projeto gráfico de impressão de títulos da Academia Amazonense de Letras.
O Termo é oriundo da Emenda Parlamentar de propositura da Deputada Estadual Alessandra Campêlo, que desde 2019 beneficia a Academia com emendas, apoiando a difusão da literatura Amazonense.
Na página de transparência do site da Casa de Adriano Jorge você confere todos os termos e repasses assinados em parceria com o Governo do Estado do Amazonas e Prefeitura Municipal de Manaus.
Para saber as atividades e novidades da Academia Amazonense de Letras, confira as redes sociais e fique de olho no site da instituição.
O Amazonas contribui com integração entre os Estados, afirma Braga
Realizado nos dias 19 e 20 deste mês em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, o Congresso das Academias Estaduais de Letras deu ao País uma demonstração de vigor não somente da literatura, mas de todas as manifestações culturais, além de expressar um sentimento nacional.
Na opinião de Robério Braga, Acadêmico da Academia Amazonense de Letras (AAL), melhor articuladas, as instituições que abrigam imortais da literatura potencializam sua capacidade de contribuição com as vontades brasileiras.
“Trabalhamos com a palavra, cada um com seus regionalismos. Mas a palavra, que é a força da comunicação, que é aquilo em que se consuma, na verdade, a imortalidade, estamos aprimorando entre nós”, disse. Segundo o acadêmico, debate-se com profundidade “meios e modos de convivência, de consolidação das atualizações centenárias e cinquentenárias, como esta”.
Braga destacou a hospitalidade sul-mato-grossense e frisou que, com o entendimento entre as academias estaduais, estão sendo abertos caminhos interessantes para a cultura nacional. “Foi uma recepção calorosa, fraterna, para reconhecermos a verdade de cada um. E descobrimos meios e modos de como nos integrarmos. É muito oportuno estarmos aqui, naquela parte quase central do Brasil, para respirar brasilidade e falar a nossa língua, a língua da imortalidade”.
O evento foi realizado pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL), presidida pelo acadêmico Henrique de Medeiros. Após a abertura no Bioparque Pantanal – prestigiada pelo governador Eduardo Riedel e dezenas de autoridades, -, o Congresso reuniu os acadêmicos na sede da AL. A Academia Brasileira de Letras (ABL), que participou como observadora, foi representada pelos imortais Ricardo Cavaliere e Antonio Cícero.
Depois de dois dias de debates e apresentações de cada Estado, o Congresso foi encerrado com a leitura da Carta de Campo Grande 2023. No documento, referendado por presidentes e representantes de 17 academias estaduais, os acadêmicos elencam sugestões e compromissos para assegurar a diversidade das manifestações literoculturais, a valorização autoral e o fortalecimento dos hábitos e programas de incentivo à leitura nas escolas e na sociedade civil.
Uma das sugestões que se destacam na Carta prevê o “empenho pela inclusão de obras digitais de autoria de acadêmicos, mediante adesão dos autores autorizando a divulgação, entre os sítios de todas as Academias Estaduais de Letras, oportunizando a divulgação”. O acadêmico e escritor Henrique de Medeiros, presidente da ASL, realçou a importância da união e das contribuições de todos os congressistas, interessados em estreitar os laços das academias.
CARTA DE CAMPO GRANDE 2023
O Congresso das Academias Estaduais de Letras – 2023 foi realizado em Campo Grande/MS, nos dias 19 e 20 de outubro, com a participação de representantes de 17 Academias Estaduais de Letras das diversas regiões do País, contando ainda com representantes da Academia Brasileira de Letras – ABL.
Realizado pela Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, o Congresso teve o objetivo de congregar as entidades para uma reflexão sobre a difusão da Literatura, suas peculiaridades e a importância do incentivo às ações que promovam o incremento da leitura no País.
O convite à Academia Brasileira de Letras – ABL foi no escopo de maior aproximação com as Academias Estaduais de Letras, garantindo crescente capilaridade entre elas e a difusão e valorização de objetivos comuns.
Foram dias de congraçamento, troca de impressões, experiências e debates durante a programação voltada para o público externo e, principalmente nas reuniões privadas, com a participação exclusiva dos acadêmicos.
A solenidade de abertura contou com a presença de representantes da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL), Academias Estaduais de Letras, Academia Brasileira de Letras (ABL), autoridades e convidados. Foi realizada no auditório do Bioparque Pantanal, espaço de experiência e conhecimento, que congrega o maior aquário de água doce em todo o mundo.
As reuniões internas entre Acadêmicos participantes ensejaram a oportunidade de estreitar o relacionamento entre as diversas Academias, além de trocar experiências exitosas.
As duas mesas-redondas, abertas ao público, oportunizaram a discussão a respeito de novas tecnologias, inteligência artificial e Chat GPT, e também a visão da literatura como suporte das manifestações culturais em cada Estado.
Entre as diversas sugestões apresentadas destacam-se:
Sugestão para a ABL criar uma aba na sua página na Internet, com os endereços dos sítios das Academias Estaduais de Letras originárias e federativas.
Realização de Congresso das Academias Estaduais de Letras, presencialmente a cada dois anos e virtualmente a cada ano. Excepcionalmente em 2024 acontecerá no Pará, com início no dia 15 de Agosto.
Afirmação do compromisso permanente de interação das Academias com a sociedade.
Indicação para que as Academias Estaduais de Letras mantenham aba em suas páginas oficiais na Internet, contendo as informações dos endereços dos sítios de todas as Academias Estaduais.
Reativação do Fórum das Academias Estaduais de Letras, sob a responsabilidade da Academia Mineira de Letras, com adesão das Academias presentes neste Congresso. Para essa consecução, fica criado um grupo de trabalho provisório com todos os acadêmicos presentes.
Desestimular qualquer tipo de discriminação, de modo geral, nas Academias Estaduais de Letras.
Inclusão de obras digitais de autoria de acadêmicos, mediante adesão dos autores autorizando a divulgação, entre os sítios de todas as Academias Estaduais de Letras, oportunizando a divulgação.
Reconhecimento da existência de uma Academia de Letras por Estado, à exceção do Rio de Janeiro, assunto a ser deliberado posteriormente.
Na expectativa que, em decorrência do Congresso Brasileiro das Academias de Letras, as propostas nele levantadas sejam colocadas em prática e que novos Congressos, com semelhantes propósitos, sejam realizados nos anos vindouros, firmamos a presente carta.