A Academia Amazonense de Letras em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), promoveu no Salão Nobre do Pensamento Amazônico Álvaro Maia, a Solenidade comemorativa do Centenário do Professor Samuel Benchimol, o imortal, economista, cientista e professor amazonense.
O evento contou com a presença e participação de familiares, parentes e amigos, entre eles Jaime Benchimol, Nora Benchimol Minev, Ilana Minev, Denis Benchimol, além dos representantes de entidades estaduais e federativas, como o Reitor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) – Doutor Sylvio Puga, o Secretário da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, entre outros convidados e Acadêmicos.
A solenidade foi marcada por diversos relatos de familiares e amigos através de homenagens de sua biografia e carreira como “Pai e Empresário”, iniciado pelo filho do Professor, Jaime Benchimol, Denis Benchimol e Ilana Benchimol Minev (netos do Professor) que apresentaram o legado do professor para as novas gerações, o secretário da Sedecti, Serafim Correa e o Reitor da UFAM, Sylvio Puga, também prestaram homenagens, além dos acadêmicos Aristóteles Comte de Alencar Filho, Robério Braga, Marcus Barros, Elson Farias e Abrahim Baze.
Após a solenidade, houve a distribuição de duas obras literárias, “Samuel Benchimol, ensaio biográfico de um educador e empresário” produzida pelo Acadêmico Abrahim Baze publicado pela Editora Valer e a coletânea “Samuel Isaac Benchimol; Memórias da Influência Cultural, Intelectual e Social na Amazônia Contemporânea”, com a participação dos acadêmicos que foram co-autores. O Editorial foi escrito pelo Presidente da Academia Amazonense de Letras, Aristóteles Comte de Alencar Filho. Artigos foram escritos também pelos Acadêmicos Robério Braga, Elson Farias, Márcio Souza e Abrahim Baze.
Eleito membro da Academia Amazonense de Letras, o Professor Samuel Benchimol ocupou a Cadeira de número 11 no dia 11 de abril de 2002, cujo Patrono é José Veríssimo. Atualmente a Cadeira é ocupada pelo Acadêmico Marcus Barros.
Durante sua passagem pela Academia, o professor recebeu o reconhecimento por sua produção intelectual e dedicação à educação através de suas produções literárias como: “Romanceiro da Batalha da Borracha” de 1992, “Amazônia : Formação Social e Cultural” de 1998 entre outros títulos.
As obras literárias do imortal Acadêmico Professor Samuel Benchimol estão disponíveis para consulta no Memorial e Biblioteca Genesino Braga, localizado na sede da Academia, na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.
A premiação tem como objetivo reconhecer projetos e instituições sustentáveis.
A família Benchimol promoveu nesta semana no Clube do Trabalhador (SESI) O Prêmio Professor Samuel Benchimol, o prêmio é destinado aos pensadores e defensores da região amazônica e dos povos da floresta. A premiação tem como objetivo reconhecer projetos e instituições sustentáveis na Amazônia.
A solenidade foi aberta com apresentação de um documentário feito em forma de animação contando a trajetória de Samuel Benchimol, economista, cientista e professor brasileiro de ascendência judia-marroquina que estudou no Pará, em Mimai e lecionou na Universidade Federal do Amazonas. Com os irmãos fundou a Benchimol e Irmão e a Fogás.
A premiação foi aberta como discurso do presidente da FIEAM, Antônio Simões, que destacou as potencialidades de cada premiado, citando um por um. A Academia Amazonense de Letras, recebeu através do seu Presidente Aristóteles Comte de Alencar Filho, o prêmio na categoria de Empreendedorismo Consciente, em uma singela homenagem pela representatividade das letras e da literatura no Amazonas.
A obra intitulada Samuel Isaac Benchimol “Memórias da Influência Cultural, Intelectual e Social na Amazônia Contemporânea” teve a participação dos acadêmicos Aristóteles Comte de Alencar Filho no editorial, Dr. Robério Braga com o tema “Mestre Samuel Benchimol”, Elson Farias com o tema “Samuel Benchimol e os Judeus na Amazônia”, Márcio Souza com o tema “Samuel Benchimol, uma saga de sonhos e esperança” e Abrahim Baze com o tema “Samuel Isaac Benchimol, um homem além do tempo”. Todos são co-autores da obra literária.
A festa de premiação marca também o centenário do professor e economista, organizado pela federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e Prêmio Banco da Amazônia de Empreendedorismo Consciente2023. A premiação tem como objetivo reconhecer projetos e instituições sustentáveis na Amazônia.
O espaço traz totem digital, além de documentos, fotos, vídeos que evidenciam o elo entre Benchimol com a região
O Presidente da Academia Amazonense de Letras, Aristóteles Alencar juntamente com o Vice- Presidente Abrahim Baze e demais acadêmicos como Elson Farias e Marcio Souza, participaram da solenidade de inauguração do Memorial Professor Benchimol.
A solenidade de inauguração foi promovida pela Família Benchimol em homenagem ao Professor Samuel Benchimol, o evento aconteceu no Centro Cultural dos Povos da Amazônia (CCPA), com a presença de parentes e amigos, além da inauguração do Memorial Samuel Benchimol, foi também a estreia do documentário em celebração ao Centenário do amazônida.
O local foi composto por diversos livros e objetos, um espaço dedicado repleto de histórias e memórias do empresário, professor e amante da Amazônia, entre os itens o memorial conta também com documentários ricos em informações de suas diversas facetas em áreas distintas as quais obteve destaque.
O memorial traz elementos da floresta, objetos feitos de madeira reaproveitada de embarcações, que conectam a região à trajetória de Benchimol. O visitante vivencia diversos aspectos da vida do professor, formando um conjunto robusto que representa o seu legado focado na educação e na defesa da Amazônia.
Nomeado membro da Academia Amazonense de Letras, o Professor Samuel Benchimol ocupou a cadeira de número 11 no dia 11 de abril de 2002, de José Veríssimo. Durante sua passagem pela Academia, o professor teve sua proeminente produção intelectual e a sua dedicação à educação através de suas produções literárias como; “Romanceiro da Batalha da Borracha” de 1992, “Amazonia: Formação Social e Cultural” de 1998 entre outros títulos
Durante a solenidade de inauguração, uma estátua foi exposta em homenagem justa ao homem que tanto fez pela Amazônia.
A consciência negra é, basicamente, o orgulho da cor da pele negra. A ideia foi extraída dos movimentos sociais que lutam contra o racismo e pela igualdade racial.
Afinal, o que é consciência negra?
Muitas pessoas, erroneamente, dizem que não se deve celebrar a consciência negra, e sim a consciência humana. Isso, no entanto, é uma ideia que pode até ter surgido com boas intenções, mas acabou prestando um desserviço à luta contra o racismo e a favor da igualdade racial. Historicamente a sociedade sustentou-se por meio de uma relação desigual entre pessoas por vários fatores. Os principais fatores de desigualdade são: gênero; cor da pele; sexualidade; condição socioeconômica.
Para levar a riqueza da cultura africana ao povo afrodescendente de países colonizados por europeus (e também para os próprios povos africanos, que ainda sofrem as consequências do colonialismo de exploração em seu continente), o poeta e escritor martinicano Aimé Césaire criou o termo negritude, que se tornou uma corrente literária e um movimento cultural.
A ideia é a de que há uma essência cultural (a negritude) em todos os descendentes de africanos que sofreram a diáspora forçada por europeus. A ideia de uma consciência negra não surge, exatamente, a partir do conceito de negritude, mas tem muito a ver.
Para unificar o povo preto em torno de sua luta contra séculos de escravização e após a abolição da escravatura no Brasil, passou-se a pensar em uma forma de unir a população preta e conscientizá-la de sua cultura, da luta diária das pessoas pretas e do valor de ser preto.
O objetivo é ainda parecido com o da negritude, mas vai além, pois indica às pessoas pretas que, apesar de elas não ocuparem muitos lugares de destaque na sociedade dominada por pessoas brancas, elas merecem destaque por sua intensa luta.
A consciência negra é isto: um misto de conscientização da importância do preto na sociedade, do reconhecimento do valor, da cultura e da luta de pessoas pretas que não se calaram e levantaram a cabeça contra o racismo. Apesar do protagonismo negro nessa consciência — que mais do que uma ideia ou conceito, é uma espécie de prática que dá “movimento” aos movimentos sociais —, podemos esperar que, a partir do choque com a consciência negra, as pessoas brancas repensem suas práticas.
“Criação da Consciência Negra”
O cérebro humano tem uma imensa capacidade plástica de se adaptar às situações e de moldá-las para que elas estejam de acordo com aquilo que o ser humano quer. Assim, o ser humano possui algo que talvez lhe seja único dentre os outros animais: consciência. O animal tem senciência, uma capacidade de se perceber no mundo a partir dos sentidos do corpo, da autoimagem, das necessidades corpóreas e até de sentimentos. No entanto, o ser humano se percebe como um ser no mundo que pode modificá-lo e que pensa na sua existência. Isso é o que a consciência nos garante: pensar a nossa existência e, com isso, nos fazemos enquanto seres viventes.
Para filósofos existencialistas, a nossa existência precede a nossa essência. Isso significa que é ao viver que nos criamos. Também é nesse movimento vital que criamos a nossa consciência, que é aquela capacidade de pensar na existência e se perceber como um ser no mundo e capaz de modificar o mundo. Tudo isso compõe uma complexa rede de significações que nos molda enquanto seres e não é simples de ser percebida.
Para que um indivíduo que sofre a exploração contra a sua classe social, a exploração de seu trabalho, perceba-se enquanto um ser explorado, ele precisa tomar consciência de que o que é feito com ele não está certo. O mesmo vale para a mulher, que, para perceber que a cultura que a colocou como um ser inferior, frágil (até mesmo um objeto dos homens) é errada, precisa tomar consciência de que é a cultura que está errada, e não ela mesma. Isso também se aplica para o preto: o racismo estrutural é internalizado pelas pessoas que o sofrem, o que faz parecer normal ser historicamente discriminado. No entanto, a criação da consciência negra na pessoa faz com que ela perceba que ela não está errada por ser quem ela é, mas é a sociedade que está errada por discriminá-la.
É necessário desconstruir um papel de subalternidade que sempre foi atribuído à população preta e mostrar cada vez mais nos espaços midiáticos os pretos e as pretas empoderados, para que sirvam de inspiração para os outros que ainda não se empoderaram.
História da Consciência Negra
No Brasil, a história da consciência negra culminou na criação do Dia Nacional da Consciência Negra, uma data que celebra a negritude e a luta da população preta de nosso país. No entanto, a história por trás disso é mais longa. Ainda no século XIX, negros alforriados e seus filhos, muitos dos quais tiveram a oportunidade de estudar (como o advogado e jornalista Luiz Gama, o patrono da abolição da escravatura no Brasil), impulsionaram o movimento abolicionista, que advogava pelo fim da escravidão em nosso país.
Intelectuais e políticos brancos também endossaram o movimento. No dia 13 de maio de 1888, não conseguindo mais resistir à pressão interna do movimento abolicionista e nem à pressão externa promovida principalmente pela Inglaterra, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, abolindo a escravatura em nosso país.
A trajetória dos ex-escravos libertos não foi fácil. Eles não tiveram direito à terra nem a qualquer tipo de indenização. Começaram a viver à margem da sociedade, iniciando a difícil trajetória da população preta após a abolição em nosso país. Mesmo compondo uma comunidade em sua maioria pobre e marginalizada, a cultura negra, com suas ricas raízes africanas, continuou se desenvolvendo.
Em 1971, o professor, escritor, pesquisador e militante negro Oliveira Silveira organizou um grupo de estudo e apreciação da cultura e da literatura negra em Porto Alegre com outras pessoas interessadas no assunto. O grupo propôs a criação de uma data comemorativa que simbolizasse a união e a luta do povo negro. O dia 20 de novembro foi escolhido por ser o dia da morte de Zumbi dos Palmares, personalidade considerada símbolo de luta e resistência contra a escravidão.
O grupo sofreu certa perseguição, pois, na ocasião de seu nascimento, o Brasil vivia o auge dos chamados anos de chumbo da Ditadura Militar. No entanto, os movimentos sociais que atuavam em defesa da população negra cresciam cada vez mais em nosso país. Em 1978, inclusive, foi criado no Brasil o Movimento Negro Unido (MNU).
Em 1988 foi promulgada a atual Constituição Federal de nosso país, apelidada pelo deputado Ulysses Guimarães como Constituição Cidadã. Ela recebeu esse carinhoso apelido por ser resultado de uma intensa consulta popular de vários setores da sociedade, representados por deputados e por movimentos sociais que puderam participar das sessões de criação e votação do texto constitucional. Um dos princípios estabelecidos na constituição é a igualdade e o veto à discriminação por qualquer motivo, inclusive racial.
Em 1989 foi promulgada a Lei n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que dispõe contra o preconceito racial, tornando a discriminação racial, de cor, de religião ou nacionalidade um crime passível de punição penal. Entre embates judiciais, leis e a luta dos movimentos, o sentimento de empoderamento e a necessidade de se celebrar a africanidade cresciam cada vez mais, aumentando a necessidade de se criar uma lei que determinasse a data proposta na década de 1970 como uma data comemorativa.
Consciência negra e o Zumbi dos Palmares
Zumbi dos Palmares é tido como uma das maiores personalidades representativas da força e da luta da população negra em nosso país. Muito pouco se sabe sobre a história de Zumbi, inclusive muitos dados são apontados como lendas. No entanto, a representatividade de Zumbi coloca-o como um herói e une a comunidade negra em prol da defesa de seus valores e de sua cultura.
Zumbi teria liderado por anos o Quilombo dos Palmares, um complexo de quilombos na região da Serra da Barriga. Na época, a região pertencia à Capitania de Pernambuco, sendo atualmente o estado de Alagoas.
Dados apontam que a morte de Zumbi teria ocorrido em 20 de novembro de 1695, em combate e fuga. Daí veio a escolha do dia 20 de novembro como data de celebração do Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil.
A Academia Amazonense de Letras homenageia de forma simbólica os grandes heróis desta história.
*Com informações da ASCOM-AAL/Brasil Escola E-mail: [email protected] / [email protected] Contatos: (92) 99219.6767 / (92) 98835.9047 – Leidy Amaral
Neste mês de novembro, a Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI) celebra 16 anos de atuação como um centro de referência de Ensino, Pesquisa, Extensão e Assistência à Saúde voltado para questões relacionadas ao envelhecimento e formação de recursos humanos na área de Gerontologia e Saúde da pessoa idosa. Atualmente, a fundação conta com cerca de 3 mil alunos beneficiados.
Criada como núcleo acadêmico da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) no dia 17 de novembro de 2007, a FUnATI possui hoje sede própria localizada no bairro Santo Antônio com oficinas gratuitas, além de serviços especializados em saúde na Policlínica Gerontológica Darlinda Esteves Ribeiro.
O reitor da FUnATI, Euler Ribeiro, destaca que a fundação é reconhecida nacional e internacionalmente pelas pesquisas sobre o envelhecimento do homem da floresta e por sua fomentação no processo educativo quanto ao envelhecimento e longevidade com qualidade de vida.“Ao longo desses 16 anos de história, a instituição vem atuando nos âmbitos do ensino, extensão, pesquisa e saúde, atuando em diversas especialidades médicas na nossa policlínica.”, disse o gestor.
Projetos e avanços
Na área de Pesquisa, o Governo do Amazonas tem investido em estudos sobre envelhecimento e longevidade da população amazônica. Em 2022, a FUnATI inaugurou o Centro de Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento Tecnológico (Gerontec) e hoje conta com dois grupos, um na área de pesquisas biomédicas e desenvolvimento de produtos para a saúde e outro na área da Gerontologia Social e Psicológica com desenvolvimento de processos para a melhoria do envelhecimento.
No campo do Ensino, destaca-se a qualificação de profissionais de áreas diversas que atuam ou desejam atuar no segmento da pessoa idosa, com ofertas de cursos de capacitação, seminários, palestras, encontros, workshops, programa de preparação para a aposentadoria e campanhas educativas.
Este ano avança com a implantação do programa nacional de telediagnóstico à distância nos municípios do Amazonas. O programa visa ampliar o serviço de diagnóstico e exames cardiológicos realizados de forma online, como exames com laudos de eletrocardiogramas (ECGs) e discussão de casos clínicos online. A ação integra o serviço de telediagnóstico da Oferta Nacional fomentado pela Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) do Ministério da Saúde (MS).
Histórico
Em 11 de julho de 2018, a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) aprovou por unanimidade o Projeto de Lei (PL) de número 125/2018 que criou a Fundação da Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI), levando em consideração a relevância das atividades da instituição em prol da população idosa do Amazonas. UnATI/UEA passou então a ser FUnATI, em virtude da sua independência técnica adquirida.
A melhor idade em obras Literárias
Além de médico, Euler Ribeiro faz parte da Academia Amazonense de Letras onde nela destaca seu talento de escritor através dos lançamentos de suas obras, no mês de setembro o médico lançou na sede da Academia o livro “Recordar é viver: Coletâneas”, sua mais recente obra, composta por uma variedade de artigos do médico relacionados a saúde, além da promoção do bem-estar, visando o prolongar da vida com qualidade e em julho lançou o livro intitulado “Envelhecer é um privilégio” em parceria com a geneticista Ivana Mânica da Cruz, na qual apresenta caminhos para a longevidade por meio da educação e informação.
“Nascer é uma probabilidade. Viver, um risco muito grande e envelhecer é um privilégio. Então, espero que todos nós consigamos esse privilégio”, disse o médico.
O escritor Olavo Romano, de 85 anos, presidente emérito da Academia Mineira de Letras (AML), morreu no final da tarde de quinta-feira (16), aos 85 anos. Ele deixa esposa, dois filhos, seis netos e um bisneto. A informação sobre o falecimento foi confirmada pela assessoria de imprensa da AML.
Romano havia sido diagnosticado com um câncer há cerca de uma semana. O escritor foi internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte. Ele foi hospitalizado já com a doença em metástase e falência múltipla dos órgãos.
Trajetória
Olavo Romano nasceu em Morro do Ferro, distrito de Oliveira, na região Oeste de Minas Gerais, em 1938. Foi presidente emérito da Academia Mineira de Letras, onde ocupou a cadeira 37, editor sênior da Caravana e autor homenageado da Bienal Mineira do Livro de 2022. Formado em Direito, Romano cursou o mestrado em Administração na Fundação Getúlio Vargas. Ele também foi professor nos cursos de Serviço Social e Comunicação da PUC e fez carreira no serviço público aposentando-se como Procurador do Estado.
Outra curiosidade sobre a obra, é que o poeta Carlos Drummond de Andrade viu na capa a fazenda do avô, a mesma escada, “só que do lado contrário”, e saudou o autor por “sua prosa feliz”. Jorge Amado também falou do livro correndo de mão em mão em sua família.
Romano não parou de escrever e na sequência vieram “Minas e seus casos” (Ática, 1984), “Dedo de prosa, Prosa de Mineiro” (Lê, 1986), “Os mundos daquele tempo” (Atual, 1988), “Um presente para sempre” (Atual, 1990), “Memórias meio misturadas de um jacaré de bom papo” (Dimensão, 2002), “São Francisco rio abaixo” (Abigraf, 2006), “Retratos de Minas” (Conceito, 2007), com o fotógrafo José Israel Abrantes, “Eta mineiro jeito de ser” (Leitura 2007), com relatos que, encenados, resultaram em três CD-ROMs distribuídos em escolas públicas. A toada de casos mineiros prosseguiu com “A cidade submersa” (Ramalhete, 2016) e agora com este “Café com prosa” (2021).
A produção de Olavo Romano incluiu, ainda, outras vertentes, como a coordenação do concurso de relatos selecionados presentes em “A História das Eleições é também a minha História”, de 2013. A obra fez parte da celebração dos 80 anos da instalação da Justiça Eleitoral no Brasil. Olavo também participou de antologias, como Tertúlias Quixotescas (Caravana, 2020) e duas outras alusivas à pandemia da COVID 19.
Pela Fundação João Pinheiro, o autor participou de Belo Horizonte & o Comércio, 100 anos de História, 1977, seguido de dez fascículos focalizando a vida de empresários da Capital. Para Além da Cidade Planejada, 1997, focaliza o Colégio Magnum e região Nordeste da Capital mineira. Memória Viva (1998) resume 50 anos da Alcan em Ouro Preto; Mestres Minas Ofícios Gerais (2000) resgata culturalmente o artesanato em Araxá. Seu livro Pés no Caiçara – um olhar sobre a Pampulha, escrito para o Shopping del Rey, foi lançado em 2003. Iluminando os caminhos de Minas (2005) registra os 50 anos da Cemig, enquanto Notas e tons de Israel (2014) conta a vida do empresário Israel Kuperman, resgatando sua experiência de “judeu que saiu da arca”.
O conto “Como a gente negoceia” gerou o curta-metragem “Negócio Fechado”, produção premiada no Festival de Gramado de 2001. O texto Zeca Lifonso serviu de base a curta metragem produzida em Muriaé pelo cineasta Euler Luz.
Com o concertista Roberto Corrêa, desenvolveu, pelo interior de Minas, o projeto Causo, Viola e Cachaça, do SEBRAE/AMPARC. Já com o projeto Minas Além das Gerais, do Governo do Estado, apresentou-se em Brasília, Rio de Janeiro e em São Paulo. No programa “Sempre um Papo”, animou saraus por diversas cidades mineiras. Fez parcerias musicais com Pereira da Viola, Chico Lobo, Lu e Celinha, com apresentações em shows e animados saraus. Durante muitos anos, aos domingos, participou do quadro Prosa Arrumada, do programa Arrumação, ao lado de Saulo Laranjeira.
Presidiu a Associação dos Amigos da Biblioteca Pública Prof. Luiz de Bessa e pertenceu ao Conselho Curador da Fundação Caio Martins, ao Conselho de Integração Social da Faculdade Estácio de Sá e integrou os Conselhos Consultivo de Instituto Fernando Pacheco e o de Administração da Imprensa Oficial de Minas Gerais. Foi Sócio Benemérito do Instituto Maestro João Horta.
No sossego do sítio onde se refugiou, Olavo Romano organizou seu legado, construído nos últimos quarenta anos. Presente com oito obras na Bienal Mineira do Livro de 2022, autografou também exemplares de dois livros conjuntos: “Tertúlia Quixotesca” e “FAMÍLIA ROMANO: Memória – Afeto – Gratidão”. Além disto, ainda em 2022, recebeu no projeto “Prosa e Cantoria”, os amigos Carlos Farias, Celso Adolfo, Chico Lobo, Lu e Celinha, Paulinho Pedra Azul, Rodrigo Delage, Saulo Laranjeira, Tau Brasil, Tino Gomes e Wilson Dias.
Com quase 20 livros publicados, oito deles amplamente adotados em escolas de Minas e de outros estados, Olavo Romano deixa esposa, dois filhos, seis netos e um bisneto. Ex-presidente da AML e ocupante por quase 20 anos da cadeira 37 da instituição, que tem como patrono Manuel Basílio Furtado (1826-1903), Olavo estudou Direito (PUC-MG), Administração (FGV-RJ), Inglês (Universidade de Michigan) e Planejamento Educacional (Banco Mundial), além de fazer brilhante carreira no serviço público, aposentando-se como Procurador do Estado.
“Olavo Romano foi uma pessoa exuberante em vários sentidos: pela inteligência, pela generosidade, pela escrita cativante e capacidade de comunicação. Na Academia Mineira de Letras, sua gestão como presidente imprimiu à instituição os novos rumos que vamos trilhando. Em luto pela privação da convivência, a Academia celebra os frutos deixados por tão rica vida para a literatura e a cultura brasileira”, lamentou Jacyntho Lins Brandão, atual presidente da AML.
“Olavo Romano foi uma das melhores pessoas que conheci na vida: generoso, alegre, fraterno, solidário, o sorriso sempre aberto. Pouca gente consegue manter viva dentro de si a criança que foi um dia. Ele conseguiu. Fará uma falta tremenda”, declarou também o acadêmico e Presidente Emérito da AML Rogério Faria Tavares.
A partir de 1979, Olavo Romano publicou seus casos mineiros e textos poéticos no Estado de Minas, no Jornal de Casa, nas revistas Globo Rural, Palavra, Cícero, IstoÉ e Veja. Entre as obras adotadas em escolas, focaliza o jeito, a fala, a vida no interior mineiro: Casos de Minas, Paz e Terra, SP, 1982, 6a ed.; Minas e seus casos, Ática, SP, 1984 (esgotado); Dedo de prosa e Prosa de mineiro, Lê, 1986 (esgotados); Os mundos daquele tempo, Atual, SP, 1988, 6a ed; Um presente para sempre, Atual, SP, 1990, 14a ed., e Memórias meio misturadas de um jacaré de bom papo, Dimensão, BH, 2002.
Uma das últimas participações de Olavo como acadêmico da AML ocorreu no Congresso das Academias Estaduais de Letras, realizado nos dias 19 e 20 de outubro em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. Na ocasião, ele deu esta declaração que tão bem revela seu amor à literatura e à democracia: “Primeiro, o sentido da academia é confraternizar. É uma reunião de opostos, de tolerância, amizade. O colega de academia é chamado confrade. Não importa o que ele pense, qual o time que ele torce, a sua cor política. A academia é um espaço de tolerância, amizade e fraternidade”.
A Academia Amazonense de Letras lamenta com pesar o falecimento do escritor Olavo Romano.
A Proclamação da República foi o evento histórico que instaurou uma república no Brasil em 15 de novembro de 1889. Foi resultado de uma articulação entre militares e civis insatisfeitos com a monarquia. Havia insatisfação entre os militares com salários e com a carreira, além de eles exigirem o direito de manifestar suas posições políticas (algo que tinha sido proibido pela monarquia). Havia também descontentamento entre elites emergentes com a sub-representação na política da monarquia.
Grupos na sociedade começavam a exigir maior participação pela via eleitoral. A questão abolicionista também somou forças ao movimento republicano. Esses grupos se uniram em um golpe que derrubou a monarquia e expulsou a família real do Brasil. A monarquia também procurou censurar os militares, proibindo que eles manifestassem suas opiniões em jornais e nas corporações militares. Havia também exigências entre os militares para que o Brasil se convertesse em um país laico. Internamente, as insatisfações militares se reuniram ao redor da ideologia positivista.
Com base no positivismo, os militares passaram a reivindicar que a modernização do Brasil se daria por meio de um governo republicano ditatorial. Assim, eles acreditavam que era necessário escolher um governante que conduzisse o país no caminho da modernização e, se necessário, esse governante poderia se afastar das vontades populares.
A política no Segundo Reinado sempre foi complicada, sobretudo pela briga ferrenha entre conservadores e liberais. Essa situação se agravou com a crise de sub-representação de algumas províncias. Na segunda metade do século XIX, o eixo econômico do país tinha consolidado sua mudança do Nordeste para o Sudeste. A província de São Paulo já havia se colocado como o grande centro econômico do Brasil, mas as elites paulistas se incomodavam com o fato de sua representação na política ser pequena. Outras províncias economicamente decadentes, como o Rio de Janeiro e a Bahia, gozavam de grande representatividade política.
Essa situação indispôs as elites dessa província com a monarquia, e isso nos ajuda a entender, por exemplo, por que a província de São Paulo teve o maior partido republicano do Segundo Reinado, o Partido Republicano Paulista (PRP). Havia também sub-representação da sociedade no sistema político. As cidades cresciam e novos grupos sociais se estabeleciam. Esses grupos emergentes demandavam maior participação na política brasileira, e o caminho tomado foi o inverso. Os liberais defendiam ampliação do voto para enfraquecer os conservadores e os grandes fazendeiros, mas os conservadores conseguiram aprovar a Lei Saraiva, em 1881.
Essa lei determinou novos critérios para quem teria direito ao voto, e, após sua aprovação, o número de eleitores no Brasil caiu de 1.114.066 pessoas para 157.296 pessoas. Isso correspondia a apenas 1,5% da população brasileira, ou seja, as demandas por participação não foram atendidas e a exclusão existente foi ampliada.
Essas novas elites passaram a ocupar os espaços políticos de outras formas e manifestavam suas opiniões por meio de jornais, associações e manifestações públicas em defesa de causas como o Estado laico. Essa insatisfação com os problemas da monarquia, obviamente, reforçou a causa republicana no país.
Em 1870, foi lançado o Manifesto Republicano, documento que criticava a centralização do poder na monarquia e exigia um modelo federalista (que desse autonomia às províncias) no Brasil. Esse manifesto também atribuiu à monarquia a responsabilidade dos problemas do país e indicava a república como a solução. O manifesto foi um norteador do movimento republicano no fim do império. Outra causa que reforçou muito o movimento republicano foi a defesa da abolição. O abolicionismo mobilizou a sociedade brasileira na década de 1880, e grande parte dos abolicionistas defendia a república.
Uma das primeiras ações do golpe de 15 de novembro foi a aglomeração de tropas, sob liderança de Deodoro da Fonseca, no Campo do Santana.
Ao longo dessa década, as manifestações públicas começaram a se tornar comuns, e críticas ao imperador cresciam. Um atentado contra o carro do imperador, em julho de 1889, motivou o império a proibir manifestações públicas em defesa da república, mas o Brasil estava em um caminho sem volta, pois o grupo de insatisfeitos era muito grande.
Em novembro de 1889, a conspiração estava em curso e contava com nomes como Aristides Lobo, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Sólon Ribeiro, entre outros. O que faltava para os conspiradores era a adesão do marechal Deodoro da Fonseca, um militar influente e primeiro presidente do Clube Militar.
Em 10 de novembro, os defensores do golpe contra a monarquia se reuniram com Deodoro para convencê-lo a tomar participação no movimento. Nos dias seguintes, os boatos de que uma conspiração estava em curso começaram a ganhar força e, no dia 14, informações falsas sobre a monarquia começaram a ser anunciadas em público, com o objetivo de arregimentar apoiadores.
O golpe contra a monarquia seguiu no dia 15, quando o marechal Deodoro da Fonseca e tropas foram até o quartel-general localizado no Campo do Santana. Foi exigida a demissão do Visconde de Ouro Preto da presidência do gabinete ministerial. O visconde se demitiu e foi preso por ordem de Deodoro da Fonseca.
Entretanto, o marechal estava à espera de que o imperador fosse organizar um novo gabinete e, por isso, deu vivas a D. Pedro II, e então retornou para seu domicílio. A derrubada do gabinete não colocou fim nos acontecimentos do dia 15, e as negociações políticas seguiram. Republicanos decidiram realizar uma sessão extraordinária na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para que ocorresse uma solenidade de Proclamação da República.
A Proclamação da República aconteceu na Câmara, sendo anunciada pelo vereador José do Patrocínio. Houve celebração nas ruas do Rio de Janeiro, com os envolvidos na proclamação puxando vivas à república e cantando A Marselhesa (canção revolucionária propagada durante a Revolução Francesa) nas ruas da capital.
Durante essa sucessão de acontecimentos, foi organizada uma tentativa de resistência sob a liderança de André Rebouças e Conde d’Eu, marido da princesa Isabel, mas o intento fracassou. D. Pedro II permaneceu crente de que a situação seria facilmente resolvida, mas não foi assim que aconteceu. Um governo provisório foi formado, o marechal Deodoro da Fonseca foi nomeado como presidente do Brasil (o primeiro de nossa história) e outros envolvidos com o golpe assumiram pastas importantes no governo. A família real foi expulsa no dia 16 de novembro, e, no dia seguinte, seus membros embarcaram com seus bens para a cidade de Lisboa, em Portugal.
A Proclamação da República mudou radicalmente a história brasileira. Trocaram-se os símbolos nacionais, e novos heróis, como Tiradentes, foram estabelecidos. Além da mudança da forma de governo, o Brasil passou a ser uma nação com poder descentralizado, pois foi implantado o federalismo. Mudanças aconteceram no sistema eleitoral, pois o critério censitário foi abandonado, e foi estabelecido o sufrágio universal masculino para homens com mais de 21 anos.
Com a Proclamação da República, o marechal Deodoro da Fonseca assumiu como primeiro presidente do Brasil, o país se tornou um Estado laico, e o presidencialismo tornou-se o sistema de governo. A organização da república tomou forma quando foi promulgada uma nova Constituição no ano de 1889. A década de 1890 ficou marcada como um período de disputa entre republicanos e monarquistas e deodoristas e florianistas.
Os historiadores entendem que os primeiros 10 anos da república no Brasil foram um período de acomodação do sistema político brasileiro nos moldes republicanos. Isso porque havia muita disputa entre deodoristas e florianistas, grupos políticos hegemônicos que se apoiavam em Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto respectivamente.
Além disso, houve iniciativas monarquistas de recuperar o poder, e o Brasil passou por 10 anos de grande instabilidade política e econômica. Tanto o marechal Deodoro da Fonseca como Floriano Peixoto governaram o Brasil de maneira autoritária. Houve uma série de revoltas e conflitos nesse período, como as Revoltas da Armada, a Revolução Federalista e a Guerra de Canudos. Além disso, uma enorme crise econômica atingiu o Brasil, no que ficou conhecido como “Encilhamento.”
*Com informações da ASCOM-AAL/Brasil Escola E-mail: [email protected] / [email protected] Contatos: (92) 99219.6767 / (92) 98835.9047 – Leidy Amaral
Vale a pena lembrar que Luciano Dias Marques aportou em Manaus no período áureo do látex, trazido por um tio que já havia se estabelecido naquela época.
Na verdade é que, para reconhecer-se em toda a sua extensão, em todo o seu significado e em todas as minúcias, o que foi às ações dos portugueses que imigraram para o Amazonas, é fundamentalmente indispensável saber como eles aqui chegaram, como se aclimataram e como exerceram sua natural tendência o comércio tais como: bares, pequenos restaurantes, padarias e pequenas e grandes mercearias de secos e molhados, como era conhecido no passado.
E neste caso falamos do imigrante Luciano Dias Marques, proprietário da casa ‘A Renascença e Casa Dias’, ambas em Manaus, cujo primeiro local da “A Renascença” foi na Rua Joaquim Nabuco, esquina da Avenida Sete de Setembro no famoso canto do Quintela e, mais tarde, ele comprou terreno na Av. Joaquim Nabuco n° 879, bem próximo do endereço anterior, onde se estabeleceu definitivamente, e a outra casa comercial na Rua Luiz Antony n° 331, esquina da Rua Dez de Julho com Alexandre Amorim.
Inicialmente residiu no andar superior de sua casa comercial “A Renascença”, anos depois passou a residir definitivamente no andar superior da sua casa comercial “Casa Dias”, cuja entrada era pela Rua Alexandre Amorim n° 584.
Avenida Joaquim Nabuco, esquina com a Sete de Setembro (canto do Quintela), vendo-se ao fundo a firma A Renascença, de propriedade do senhor Luciano Marques, hoje Casa do Óleo, e do outro lado o Bar do Sombra, 1920. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Luciano Dias Marques aqui chegando, trabalhou incessantemente de uma forma heroica e algumas vezes abnegada. Neste período não existia a figura moderna do supermercado o que me faz lembrar seus clientes amigos e de confiança, afinal estavam com suas compras anotadas em uma desgastada caderneta do velho fiado para pagar no final do mês. Sua clientela era tão importante que ele era o único a fornecer o rancho mensal do governador do estado que fazia entregar impreterivelmente no Palácio Rio Negro.
Estas verdades históricas resultam do espírito de luta deste bravo lusitano que abria seu tradicional comércio às seis horas da manhã e fechava normalmente às dezenove e trinta. Faz me lembrar também, enormes caminhões que conduziam do porto de Manaus para seu comércio produtos importados do sul do país e naturalmente de Portugal.
Sua casa comercial tinha um balcão enorme com, pelo menos, oito a dez pessoas para atender, ao lado direito embaixo da escada que subia para o segundo andar onde era a residência, tinha um pequeno escritório, no centro do salão caixas enormes, expondo o bacalhau importado de Portugal. No fundo de sua mercearia havia uma prateleira até o teto com a exposição de vinhos, azeites, azeitonas, panelas e outras iguarias, também trazidas do sul do país e de Portugal.
Mansão do casal em São Pedro, Arganil (Portugal), onde viviam, alternando entre Manaus, sempre na companhia dos filhos. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
No domingo pela manhã sua casa comercial “A Renascença” abria das sete horas às doze horas. Este depoimento que faço com extremo prazer são lembranças da minha infância, pois, eu morava exatamente do outro lado da rua, cujos principais vizinhos eram a família Jefferson Peres, Moura Tapajós, as irmãs costureiras Mariazinha, a família Said, Sr. Gardon e dona Amália e tantas outras. Luciano Dias Marques, jamais perdeu o contato com Portugal, lá construindo uma elegante residência que ainda hoje pertence à família.
Passando alguns anos e com grande movimento comercial e o progresso da “Casa Dias e A Renascença”, não mais dando conta sozinho da administração das duas casas comerciais, mandou vir de Portugal (por carta de chamada) carta consular da época três primos dele, posteriormente, mais tarde tornaram-se sócios da firma comercial Luciano Marques e Cia Ltda., fazendo sócio também seu filho Augusto Dias Marques.
Trabalhando muito, vez por outra voltava a Portugal, retornando a sua terra natal Maladão e, comprou terras em São Pedro, Arganil, local este que destinou a construção de sua elegante moradia em frente à Capela de São Pedro, hoje monumento histórico tombado. Local aprazível que contorna a famosa Serra da Estrela, passando a residir deste então alternadamente em Manaus e Portugal, sempre acompanhado de sua família.
Casou-se em segundas núpcias com Laura Pereira Loureiro Marques, natural de Manaus, filha de pais portugueses e que fora criada em Portugal, na Beira Alta até a idade de dez anos, quando retornou a Manaus. Fruto desse casamento nasceu os filhos, Lourenço, Rui Nelson e Maria de Fátima. Sendo pai também de Leontina e Augusto.
Casal Luciano Dias Marques e Laura Pereira Loureiro Marques, pais de Maria de Fátima (Manaus), Lourenço (Manaus) e Rui Nelson (Arganil/Portal). Foto: Acervo da família cedido para Abrahim Baze
Nestas horas de intenso realismo e impulsionado por vontade de trabalhar Luciano Dias Marques não deixou de se abater pelas dificuldades de um imigrante, levou-se em cânticos à vida, em altas sinfonias de muito trabalho para construir dias melhores neste país que lhe deu guarida, concentrou suas aspirações de um trovador jovial e sonhador sempre focado de que somente o trabalho poderia escrever seu nome na história econômica do Amazonas.
Vale a pena lembrar que Luciano Dias Marques aportou em Manaus no período áureo do látex, trazido por um tio que já havia se estabelecido naquela época. Sobrinho de um grande empresário português, proprietário da fábrica de móveis “A Renascença Móveis”, no bairro do Catete na cidade do Rio de Janeiro, onde ficou por algum tempo trabalhando e morando em companhia deste tio. Retornando à Manaus estabeleceu seu primeiro comércio no bairro da Praça 14. Lamentavelmente em nome da modernidade o prédio onde funcionou a “A Renascença” está descaracterizada, cuja obra representou a época o que havia de mais moderno em construção civil.
Este lusitano integrou-se perfeitamente a sociedade portuguesa da época, tendo presidido o Luso Sporting Club no período de 1936 a 1937, cuja administração foi importante no contexto histórico do referido Club, seus familiares guardam com ternura, fortes lembranças das Pastorinhas, Alto de Natal e apresentação de grandes nomes da musicalidade portuguesa que vinham se apresentar em Manaus.
Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Esta família escreveu de forma indelével o seu nome na economia, na sociedade e na cultura do Estado do Amazonas. Bem haja o nome e a memória de Luciano Dias Marques.
*Informações cedidas por sua filha: Maria Fátima Pereira Dias Marques
A Academia Amazonense de Letras lançou obras literárias intituladas “Oligarquias Políticas no Amazonas e outros estudos” e “Fundadores da Academia Amazonense de Letras”, os livros foram produzidos pelos Acadêmicos Profa Dra. Marilene Corrêa, e Prof. Doutor Robério Braga.
A cerimônia de abertura ocorreu no Salão Nobre do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia e foi presidida pelo Vice-presidente da Academia Amazonense de Letras, Abrahim Baze e contou com a presença do público que admira literatura, professores universitários além de personalidades como o Secretário de Estado e Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação e Membro Benemérito da Academia Amazonense de Letras – Serafim Corrêa e o representante do Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa – Antônio Auzier. Compareceram também o atual Reitor e Professor da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Evandro Brandão Barbosa, assim como o Monsenhor Joaquim Hudson de Souza Ribeiro, recém nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Manaus pelo Papa Francisco.
Durante a solenidade de lançamentos os acadêmicos Marilene Corrêa e Robério Braga falaram sobre o livro “Oligarquias Políticas no Amazonas e outros estudos” que apresenta um encontro entre a sociologia e a história, uma junção de pensamentos diferenciados baseados no conhecimento do Império a República. No comentário de Robério Braga sobre o livro “Fundadores da Academia Amazonense de Letras”, apresentou a história da Academia e suas intenções que motivaram a sua fundação e suas ações, uma pesquisa bibliográfica cultural, sua composição atual, resgatando o registro da memória da instituição durante seu centenário na capital amazonense.
Os livros lançados foram editados pela Academia Amazonense de Letras e são frutos de emenda parlamentar, a partir de propositura do então Deputado Serafim Corrêa, com apoio do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manaus, através da Manauscult. Após o lançamento, houve a distribuição gratuita das obras autografadas pelos Acadêmicos aos convidados. Todos os títulos lançados ao longo do ano estarão disponíveis para consulta no Memorial e Biblioteca Genesino Braga, localizado na sede da Academia, na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.
O Termo de Fomento nº 64/2023 foi assinado com o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa no dia 31/10/2023, no valor de R$ 57.065,00 tendo como objeto o apoio financeiro por meio da Emenda Parlamentar nº 026/2023 de propositura do Deputado Dr. Gomes, para a realização de evento em Homenagem ao Dia do Médico e aos médicos imortais da Academia Amazonense de Letras, além de ampliar o Programa de Edição de Livros com a publicação de artigos sobre o tema, no período de outubro de 2023 a outubro de 2024.
Na página de transparência do site da Casa de Adriano Jorge você confere todos os termos e repasses assinados em parceria com o Governo do Estado do Amazonas e Prefeitura Municipal de Manaus.
Para saber as atividades e novidades da Academia Amazonense de Letras, confira as redes sociais e fique de olho no site da instituição.