Monthly Archives outubro 2024

Durante a solenidade, o vice-presidente da Academia Amazonense de Letras, jornalista Abrahim Baze foi um dos agraciados em receber o diploma “AMIGO DO CMA”.

O Comando Militar da Amazônia promoveu uma celebração especial para comemorar os 68 anos de fundação, mediante a presença de autoridades civis, militares, representantes de instituições academicas e convidados, o evento iniciou com o lançamento do livro sobre a operação desencadeada nas Terras Indígenas Yanomami (TIY), elaborado pelo Núcleo de Estudos Estratégicos, reforçando o compromisso do Exército Brasileiro com o apoio às comunidades indígenas e a defesa da região amazônica.

Durante o lançamento do livro, o Comandante Militar da Amazônia, general Costa Neves em um breve discurso destacou a região amazônica como riqueza inigualável, pois em sua defesa soberana, o Exército Brasileiro é representado na região pelo Comando Militar da Amazônia, atuando na defesa e proteção a Amazônia, uma responsabilidade de todas as esferas governamentais e ressaltando que um dos grandes ativos da CMA são os recursos humanos.

Após o lançamento do livro, militares e civis se dirigiram para o campo, na área externa do CMA, onde foram agraciados com diplomas e medalhas, em reconhecimento às contribuições prestadas para a instituição e para a defesa da Amazônia, ações que contribuíram para o cumprimento da missão constitucional do Exército Brasileiro na Amazônia Ocidental

A solenidade contou também com uma formatura e a entrega de diploma para 15 agraciados, assim como a concessão das medalhas: Marechal José Pessoa; Militar; Corpo de Tropa; Mérito Blindado e Aviação do Exército.

Entre os agraciados, o vice-presidente da Academia Amazonense de Letras, jornalista Abrahim Baze recebeu o Diploma de “Amigo do CMA”, homenagem que marca a personalidade reconhecida pelos relevantes serviços prestados e demonstração de amizade pelo CMA.

O evento encerrou com desfiles das tropas militares, promovendo ao público presente a apresentação da estrutura organizacional, unidades reconhecidas como as melhores unidades de combate na selva do mundo, formada por militares oriundos de outras regiões, profissionais especialistas em guerra na selva.

A criação do Comando remonta ao decreto n° 40.179, de 27 de outubro de 1956, durante a presidência de Juscelino Kubitscheck, com a sede original em Belém do Pará, sendo transferida para Manaus em 1969.

*Com informações da ASCOM-AAL/ CMA
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Imagens: Divulgação/CMA

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Pesquisando sobre W. Peters, para atender solicitação de um amigo, entre anotações antigas encontrei coisa bastante curiosa que não quero deixar de passar ao conhecimento dos leitores que me honram em acompanhar os artigos que, semanalmente, ouso oferecer neste canto de página.

Em 1910, a serviço da empresa da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, o grande cientista brasileiro, Oswaldo Cruz, esteve de passagem por Manaus a caminho de Porto Velho, tendo aqui chegado pelas cinco horas da manhã do dia 8 de julho, e largado os cabos de uma confortável lancha da empresa por volta das 20 horas, na companhia de vários outros cientistas. Um dos seus companheiros de excursão científica, médico de formação, logo no dia 13 escreveu ao Rio de Janeiro contando as novidades. E é uma parte dessas novidades que está transcrita em jornais de Manaus e de Belém e que apanhei em notas em um dos muitos cadernos de pesquisa que mantenho desde há muito, quando o tempo era mais folgado e os anos de vida mais verdes, muito embora não fossem mais juvenis.

A descrição que faz da cidade de Manaus, conforme a impressão que teve após uma breve circulada de dia inteiro, é o que trago ao leitor, repetindo palavra a palavra o que ele disse a um amigo em missiva particular que se tornou pública: “percorri toda a cidade que não é muito grande, porém é bem situada e bastante confortável, com viação e iluminação elétrica muito boas. Tem inúmero e colossal movimento comercial, uma verdadeira miniatura de Nova York. Só se ouve aí falar em seringa, dinheiro e política”.

Digo eu, agora, que ele conseguiu captar o clima geral da cidade, ao que sabemos de outros autores, e o fez com boa precisão, mas adianto que a descrição continuada que segue adiante, ainda que possa incomodar a alguns manauenses, tem as cores mais fortes, porém é de igual modo verdadeira, capaz de demonstrar com clareza e objetividade, o grau de devaneio em que vivia boa parte da população embriagada e cega pela borracha. Escreveu ele: “Tudo é caríssimo e tanto se ganha como se perde. É uma vertigem, uma alucinação que entontece a quem, como eu, está habituado a vida pacífica e patriarcal de Minas. Narram-se coisas fabulosas a respeito de grandes lucros e grandes prejuízos, contam-se loucuras praticadas pela febre do dinheiro, moléstia comumíssimas nos aventureiros da borracha, irmãos gêmeos dos antigos descobridores de oiro da minha terra. Foi para mim um alívio quando o nosso navio levantou ferro e daí a pouco nos achávamos longe daquele burburinho metálico e maldizente”.

A natureza exuberante o encantou, como se tornara comum e ainda se repete com os viajantes que aqui aportam. O pôr do sol do rio Madeira tal como ele descreve, era sem igual, mas o que se vê dessa descrição particular coincide com tudo que se fala e escreve a respeito do período áureo da exportação da borracha no qual a cidade tinha vida agitada, frenética, cara, de esbanjamentos, com grandes lucros e enormes prejuízos para alguns poucos, mas experimentava um desenvolvimento urbano sem igual e escondia a parte mais pobre da população sobre a qual poucos falam.

Pouco ou quase nada das coisas boas daqueles anos nos chegou ao presente, e nem a zona franca nos propiciou nada parecido, ainda que assegure a nossa sobrevivência em plena selva.

Por: Robério Braga
Membro da Academia Amazonense de Letras (AAL), advogado e ex-secretário de Cultura do Amazonas

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Foram mais de três décadas atuando no rádio em Manaus. Edson Ribeiro Paiva, amazonense de Manaus, teve sua primeira participação no rádio em 26 de março de 1956.

Entre tantos títulos dos programas produzidos e apresentados por Edson Paiva, este foi o de maior destaque: “Esta Noite Feliz de Todos Nós”. Este era o título de um programa que fez muito sucesso na década de 70. Embalado pelo som da Jovem Guarda, que era grande sucesso na época, esse programa era obrigatório todos os sábados, quando Manaus ainda não tinha televisão. Foi um tempo em que, as rádios comandavam a programação. No comando, um disque jóquei de voz firme, porém agradável, que tratava as meninas da época por “guria” e prendia a atenção dos seus ouvintes. Seu nome: Edson Paiva, esse amigo de sempre.

Foram mais de três décadas atuando no rádio em Manaus. Edson Ribeiro Paiva, amazonense de Manaus, capricorniano e naturalmente torcedor do Clube de Regatas Flamengo. Sua primeira participação no rádio foi em 26 de março de 1956. Edson Paiva comentava sempre como fato inusitado.

Naquela época, a rádio Rio Mar que funcionava no antigo Iapetec estava contratando locutores comerciais. Duzentos candidatos fizeram a inscrição, dentre eles Edson Paiva e Deni Menezes, por ironia do destino Deni Menezes não fora classificado e mais tarde transferiu-se para o Rio de Janeiro, tornando-se repórter esportivo da Rede Globo.

Edson Paiva, Nonato Oliveira, Luiz Fabiano, Epami, com o cantor Roberto Carlos em sua primeira visita à Manaus, em 1968. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

No dia seguinte, o grupo de amigos de Edson e Deni, que costumava se reunir na Praça Dom Pedro II, em frente a antiga sede da Prefeitura Municipal, parabenizava Edson Paiva, afinal ele havia sido escolhido por Wilma Pinheiro, considerada na época a mais bela voz feminina que o rádio amazonense já projetou.

Sob a direção de Alfredo Fernandes, a rádio Rio Mar era na época uma das maiores audiências do rádio em Manaus e, após alguns anos na emissora, Edson Paiva resolveu acompanhar com a amizade muito próxima de Deni Menezes, que se encontrava no Rio de Janeiro e trabalhava, na época, na área de esporte da rádio nacional.

Inicialmente, Deni Menezes tentou ingressar na Rádio JB, onde Alberto Cury comandava uma equipe de primeira linha que posteriormente cedeu aos argumentos de Deni Menezes, da equipe de esporte da Rádio Nacional.

A primeira participação de Edson Paiva como repórter de campo ocorreu no jogo Flamengo e Vitória da Bahia, com o Flamengo vencendo a Bahia por 4×1, em partida realizada em Teixeira de Castro. Além de integrar a equipe que, entre outros, contava com Jorge Cury e Oswaldo Moreira, Edson Paiva apresentava o musical Philips, no Rio de Janeiro, de grande audiência na época e tomava parte da resenha esportiva ‘Três no Mundo da Bola’.

Edson Paiva comentava com orgulho com os amigos que, em certa ocasião, faltou o terceiro apresentador e o programa foi ao ar com sua participação e de Deni Menezes, o que motivou uma declaração escrita por Deni no livro de Rádio Nacional (pela primeira vez dois amazonenses apresentam junto um programa no Rio de Janeiro).

Edson Paiva não esquecia sua cidade natal e resolve voltar a Manaus. A Jovem Guarda já começava a alcançar as paradas de sucesso, era comum na época os jovens usarem cabelos compridos, Roberto Carlos fazia sucesso com a música ‘Calhambeque’ e é nesse período que Edson chega a Manaus, naturalmente indo outra vez trabalhar na Rádio Rio Mar.

Walter Santos que era na época o representante da CBS, deixara a companhia, passando a Edson Paiva que resolveu montar um novo programa para alcançar principalmente um público jovem. Nascia assim, o programa semanal ‘Esta Noite Feliz de Todos Nós’, que era apresentado aos sábados, às 20h.

Da esquerda para a direita: João Silva, Epami, o cantor Carlos Alberto e Edson Paiva. Década de 1960. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Foi um programa de muito sucesso, as cartas e telefonemas eram constante mostrando que o novo programa tinha conquistado o público, cujo sucesso principal era os novos lançamentos da Jovem Guarda. Nas noites de sábado, Edson Paiva oferecia pelas ondas do rádio os cantores como Lenon e Lilian, Deny e Dino, Roberto Carlos, Wanderleia, Martinha, Os Vips, entre tantos, que marcaram época na Jovem Guarda.

Edson Paiva deixa a Rádio Rio Mar para trabalhar na Rádio Difusora, onde lançou o programa ‘Viva a Juventude’, que manteve novo sucesso, porém novamente sai da Difusora para a Rádio Baré, onde permaneceu até 1979.

Edson Paiva ficou um período afastado dos microfones até 1982, pois passou a representar a Empresa CBS em Manaus, como representante divulgador e, mais tarde, convidado que foi para Rádio Difusora FM, cuja passagem durou mais ou menos um ano. Foi chamado novamente para Rádio Rio Mar, onde assume a direção comercial da empresa. Na década de 80, apresentou o Jornal Baré da TV Baré (hoje TV À Crítica).

Entre as idas e vindas, ele declarava que não podia viver longe dos microfones. A prova disto é que estava de volta ao rádio, desta vez pelas ondas tropicais da Rádio Ajuricaba, onde de segunda a sábado apresentava o programa ‘Tempo de Amar’, que apesar da simplicidade tinha marca do bom gosto do apresentador. O programa destinava-se principalmente aos solitários, amantes da boa música romântica e procurava estabelecer um contato direto com seus ouvintes por telefone.

Na verdade não podemos ignorar a força do rádio, mas será possível que um “disc jockey” (DJ) evitaria que alguém cometesse um suicídio? Pois foi possível. Edson recordava que quando apresentava o programa ‘Esta Noite Feliz de Todos Nós’, costumava fazer a abertura com mensagens espirituais, com Emanuel ou André Luís, e um dia ele recebeu uma carta de uma ouvinte da região do Cambixe. Na carta, a ouvinte contava que, havia sido seduzida e só não chegara ao suicídio, porque ouvia as mensagens lidas no programa.

À esquerda: Edson Paiva, o cantor Carlos Alberto de João Silva, da Novidade Discos. À direita: Jogo do Nacional e Fluminense em 1957, repórter esportivo da Rádio Globo, Deni Menezes, ao lado do árbitro Odail Braga Martins. (Registro de Rui Heliandro Sá Valente). Fotos: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Edson Paiva amou fazer rádio. Foram mais de três décadas. Homem que seguia as orientações espíritas e com humildade guardou consigo as orientações do amigo Jaime Rebelo, da Rádio Baré. Em termos nacionais, afirmava que Aroldo de Andrade era o símbolo da Rádio no Brasil.

Edson Paiva foi casado com Maria da Conceição Corrêa Paiva, em 28 de dezembro de 1965, fruto desse casamento nasceram dois filhos, Yara Cláudia Corrêa Paiva e Edson Ribeiro Paiva Júnior.

Edson Paiva nasceu em 3 de janeiro de 1938 e faleceu no dia 3 de novembro de 2013, escrevendo uma bela história do Rádio Amazonense.

Aeroporto de Ponta Pelada, 1968. Foto: Ediúcio de Castro Alves/Acervo pessoal

Como renasceu o amor …

“… Estava eu no aeroporto de Ponta Pelada, nos idos de 1962, para recepcionar uma tia que chegava do Rio de Janeiro, quando me deparo com a bela figura de um rapaz, também chegando do Rio.

Estávamos todos aguardando que passasse o temporal que se abatera na cidade quando, para minha surpresa (e alegria), o belo rapaz se aproxima de mim e se apresenta. Então, passamos a conversar assuntos triviais, apenas para justificar a aproximação.

Na época ainda não dispúnhamos da tecnologia de celulares e nem eu possuía telefone. Então, combinamos um encontro na boate de domingo no Atlético Rio Negro Clube, que funcionava no parque aquático, entre 20h e 23h.

No domingo seguinte, para minha tristeza o belo rapaz que se chamava Edson Paiva, não apareceu. Então pensei: “quem sou eu para chamar a atenção de um moço recém-chegado do Rio” … Enfim …

Mas … no domingo seguinte … estava no parque aquático quando vejo surgir Edson Paiva! Dançamos, conversamos, combinamos novo encontro.

Nesse novo encontro, eu que já estava caidinha pelo moço, ele me disse que tinha resolvido não voltar mais para o Rio de Janeiro, para se estabelecer em Manaus, onde morava sua família.

Mas … (novamente o mas …) não continuaríamos com nossos encontros, pois iria recomeçar do zero e não poderia assumir um compromisso comigo.

Então eu, audaciosamente, perguntei: “Eu não posso fazer parte desse recomeço?”

E foi assim que nosso Amor se reencontrou por 50 anos, nesta vida e, que seguirá pela eternidade, porque a Vida continua …

Eu sou Conceição Paiva e esta é a nossa história.

*Informações cedidas pela senhora Maria da Conceição Corrêa Paiva.

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A obra destaca os 100 primeiros médicos inscritos no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas.

Na última sexta-feira (18), a Academia Amazonense de Letras promoveu uma solenidade especial em homenagem ao Dia do Médico, com a presença de profissionais da área da saúde, convidados especiais, representantes de instituições federativas voltadas a medicina e membros da Academia, o momento foi marcado também pelo lançamento do livro, “Vultos da Medicina Amazonense; os 100 Primeiros Médicos Inscritos no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas” do Dr. Aristóteles Alencar, uma obra dedicada aos cem primeiros médicos inscritos no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas.

A data no Brasil foi idealizada por Eurico Branco Ribeiro, um conhecido médico paranaense, nascido em Guarapuava no ano de 1902, se formou em Medicina pela Faculdade de Medicina de São Paulo, foi professor de cirurgia e fundou o Sanatório São Lucas, um dos primeiros apóstolos do cristianismo a ser reconhecido como médico grego, tornando-se padroeiro da profissão. A solenidade teve como objetivo de homenagear aqueles que dedicam suas vidas ao cuidado da saúde humana e para ressaltar a importância e a valorização destes profissionais e sua profissões no âmbito social.

Entre os convidados, estiveram presentes na composição de mesa presidencial, o Acadêmico José Braga, presidente do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), Dr. Euler Ribeiro, reitor da Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI), Dr. Cláudio Chaves, fundador da Academia Amazonense de Medicina, Antônio Francisco Auzier Ramos, diretor do Departamento de Literatura da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, representando o secretário Cândido Jeremias Cumaru Neto, Deputado Estadual Dr. Gomes e Dr. Amarildo Brito, presidente do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM).

Em um momento cívico, a solenidade iniciou com o canto do Hino Nacional Brasileiro, logo após houve o pronunciamento do presidente da Academia Amazonense de Letras, Dr. Aristóteles Alencar, com a participação dos membros da composição de mesa presidencial; Dr. Euler Ribeiro, Deputado Estadual Dr. Gomes e Dr. Manuel Jesus Pinheiro Coelho.

As atrações foram marcadas pela recitação de poemas dos acadêmicos Luiz Barcellar – A Mário Quitanda, Almir Diniz – Canto da Liberdade e De Madeira Lilás de Thiago de Mello, todos proclamados pela atriz Ariane Feitoza, além  das apresentações musicais com as participações dos artistas Mirian Abad e Hilo Carriel que proporcionaram aos convidados uma seção especial em litero-musical.

Realizada no salão nobre do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras, a solenidade é fruto de Emenda Parlamentar do Deputado Estadual Dr. Gomes, além de ampliar o Programa de Edição de Livros com a publicação e artigos sobre o tema e como forma de retribuição e reconhecimento pelos serviços prestados à sociedade amazonense, os médicos homenageados receberam certificados pela notável contribuição e compromisso com a medicina amazonense, dois buquês de flores amazônicas foram entregues pelas mãos das Acadêmicas Rosa Brito e Artemis Soares ao Médico e Deputado Estadual, Francisco Gomes e Suely Cardoso, secretária e funcionária mais antiga do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM).

Durante a solenidade, os convidados puderam prestigiar o lançamento do livro intitulado, “Vultos da Medicina Amazonense; os 100 Primeiros Médicos Inscritos no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas”, do médico cardiologista e coordenador do Programa Estadual de Controle do Tabagismo do Estado do Amazonas, Dr.  Aristóteles Alencar, obra dedicada aos médicos e profissionais de saúde que ao longo de suas trajetórias deixaram um grande legado de inestimável profissionalismo, cuidado e humanismo à saúde do povo amazonense.  De uma forma simbólica, a obra visa eternizar a memória dos profissionais que honraram a medicina amazonense com registros fotográficos e depoimentos. Após a cerimônia de lançamento houve a distribuição gratuita da obra autografada pelo Acadêmico aos convidados e um coquetel ofertado ao público presente.

Homenagem na ALEAM

Durante a semana na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) por indicação do Deputado estadual, Dr. Gomes, uma singela homenagem foi promovida aos médicos, entre os homenageados, Dr. Aristóteles Alencar, foi agraciado com o certificado de homenagem pelos serviços prestados a população amazonense, a homenagem teve como objetivo de materializar e eternizar a importância dos médicos e suas obras em prol da saúde amazonense.

Segundo o Deputado Estadual, o momento foi de muita emoção e reconhecimento mediante a presença de grandes personalidades, como a secretária de saúde do Amazonas, Nayara Maksoud entre outros representantes, para o Deputado, a homenagem é um pequeno gesto de agradecimento a todos os médicos que, com dedicação, ética e empatia, enfrentam desafios, superam barreiras e se dedicam ao que há de mais valioso: a vida humana.

*Com informações da ASCOM-AAL
E-mail: [email protected] / [email protected]
Contatos: (92) 99219.6767 / (92) 98835.9047 – Leidy Amaral

Imagens cedida pelo fotografo Koynov

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A medalha é uma forma que a Assembleia Legislativa do Amazonas encontrou de materializar e eternizar a importância dos educadores e de suas obras para a formação da população amazonense.

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), promoveu nesta quinta-feira uma solenidade especial em homenagem aos professores no plenário Ruy Araújo, os agraciados foram contemplados com outorga da Medalha do Mérito Legislativo Educacional “Professora Ignês de Vasconcellos Dias”.

A medalha, outorgada anualmente, foi criada pela Resolução Legislativa nº 459/2009 proposta pela então deputada estadual Therezinha Ruiz, como forma de reconhecer a dedicação e trabalho dos professores que se destacaram por seus méritos tanto na educação pública como privada, no Amazonas.

Foram homenageados 34 docentes, sendo 24 indicados pelos deputados estaduais; um indicado pelo Fórum Estadual de Educação do Amazonas e nove indicados pelos parlamentares que compõem a Comissão de Educação da Casa Legislativa.

Entre os agraciados, o Acadêmico, Prof. Dr. Cláudio do Carmo Chaves foi um dos homenageados por sua atuação e destaque na educação, graduado em Medicina pela Universidade Federal do Amazonas, o professor possui licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Amazonas, especialização em Oftalmologia e Administração Hospitalar pela PUC.

Possui também Doutorado em Medicina (área de concentração Oftalmologia) pela Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado no Center for Eye Research (OCB) Boston, MA – USA. Nascido em Manaus, filho do professor Cleomenes do Carmo Chaves e da senhora Joanita Cetraro do Carmo Chaves. O professor foi homenageado por indicação do Deputado Estadual Dr. Gomes (Podemos).

Na Academia Amazonense de Letras, o professor Cláudio Chaves é o terceiro ocupante da Cadeira n.º 14, eleito em 27 de abril de 2001, na sucessão de Moacyr Rosas, e recebido em, pelo acadêmico Robério dos Santos Pereira Braga. Trata-se da Cadeira originalmente patrocinada por Adolpho Caminha da qual foi fundador Genésio Cavalcante.

*Com informações da ASCOM-AAL
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Imagens cedidas pela ALEAM

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Naturalmente estou falando de um passado que não assumiu o desafio da manutenção daquela obra que era orgulho de nossa cidade.

Comendador J. G. Araújo assinando a Ata no lançamento da Pedra Fundamental da construção do edifício sede da Associação Comercial do Amazonas, 1939. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Em sociedades complexas, multiculturais e pluri étnicas, falar dos temas da cultura constituem um desafio enorme. Nessas sociedades, o desenvolvimento passa sempre necessariamente pelo respeito a construção dos museus e pelo exercício de novos direitos, dentre eles a responsabilidade da manutenção de uma história ali construída. E principalmente a memória, ao patrimônio e ao museu ali existente que fora abandonado e perdido em administrações anteriores lá atrás.

Os museus de origem particulares ou públicos são ou devem ser espaços preservados e privilegiados de uma Instituição. Naturalmente estou falando de um passado que não assumiu o desafio da manutenção daquela obra que era orgulho de nossa cidade. Pensá-los por este prisma significa também compreendê-los como lugar de direito de uma população e naturalmente como um lugar de inclusão cultural de nossa cidade.

Álvaro Botelho Maia assinando a Ata no lançamento da Pedra Fundamental da construção do edifício sede da Associação Comercial do Amazonas, 1939. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

É claro e evidente que falo das administrações que ficaram lá atrás. Entre os mais diferentes grupos culturais e sociais há uma nítida necessidade e uma vontade de preservação daquela memória, de patrimônio e de história não só da Associação Comercial do Amazonas, mas principalmente de uma cidade e de um povo.

Temos que entender que existe um publico exclusivo do turismo museológico. O Museu da Associação Comercial do Amazonas foi criado em sua época e mantido pela mesma instituição e naturalmente instalado no prédio da mesma.

Visita ao Museu da Associação Comercial do Amazonas, 1942. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Neste final de semana, ao remexer o meu acervo, fui reencontrar esse passado e naturalmente tentei encontrar respostas para as motivações que levaram naquela época essa respeitável instituição a desmontá-lo. Voltei ao passado com lembranças de velhas tardes ensolaradas aos meus dezenove anos quando trabalhava com propaganda médica lá buscava matar o tempo enquanto aguardava a chegada do Dr. Rayol dos Santos, cujo consultório era na mesma rua.

Para nós, o encontro desse universo é tecer lentamente os fios emaranhados e pacientemente trazidos à memória, procurando desatar os nós e reorganizá-los outra vez em formato de carretel que me transportava para dentro deste museu. Esse fato mostra a tessitura que passa cheias de recordações de um passado não muito distante que foram caminhos que atualmente percorremos e já não nos permite vislumbrar o mesmo espaço.

O lançamento da Pedra Fundamental da construção do edifício sede da Associação Comercial d Amazonas ocorreu no dia 21 de abril de 1939. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

O Museu da Associação Comercial do Amazonas era um acontecimento consagrado que rememorava sistematicamente a nossa Amazônia, projetando no imaginário social do seu visitante uma verdadeira viagem a tudo que se pudesse encontrar na Amazônia.

Associação Comercial do Amazonas 150 anos de História.

O envolvimento do Brasil na Segunda Guerra Mundial como fornecedor de materiais estratégicos para os países aliados, trouxe para o primeiro plano dos interesses do governo de Getúlio Vargas uma economia de guerra. A Associação Comercial do Amazonas que por tantas vezes travou batalhas para a sustentação da nossa economia com o período do látex, via-se agora as voltas com o governo federal estimulando a emigração de nordestinos para a Amazônia, em especial para o Estado do Amazonas, fato que já houvera ocorrido tempos atrás.

Visita ao Museu da Associação Comercial do Amazonas, 1942. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Era novamente a descoberta do ouro negro que levara novamente e mão de obra nordestina para o seringal. A Batalha da Borracha, conforme ficou conhecido esse episódio, for administrada pela Comissão de Mobilização Econômica, organismo criado pelo presidente Getúlio Vargas para organizar a economia brasileira no período da guerra e, mediante o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para Amazônia (Semta), serviço encarregado de garantir a migração para os seringais.

Esta instituição, criado na década de 1940, teve sua sede financeira instalada do Rio de Janeiro. Inicialmente sua sede de recrutamento instalou-se em São Luís do Maranhão e, mais tarde, em Janeiro de 1943, foi transferida para Fortaleza, no Ceará.

[…] As atividades de propaganda de Semta como órgão do governo encarregado do recrutamento e do encaminhamento de nordestinos para a Amazônia, tem como determinantes primários a economia de guerra, na qual a borracha, alçada a categoria de bem estratégico, sofre um processo brusco de valorização. A ocupação demográfica da Amazônia com intensidade em busca da mão de obra de nordestinos, cuja razões principais que incentivavam essa prática eram as secas constantes e a fragilidade e sua economia agrária. Essas bases constituem o cenário da Batalha da Borracha como episódio de guerra.¹

Visita ao Museu da Associação Comercial do Amazonas, 1942. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Em meio a tantos problemas que vivíamos no Estado do Amazonas, ainda em decorrência da queda da borracha, nossa economia procurava sua estabilidade por meio da exportação da sorva, breu virgem, resina de jutaicica, sarrapilha, piaçava, timbó, sumaúma munguba, guaraná, cumaru, cacau, jarina, puxuri, juta, artefatos de fibras, cipó titica, couros e peles, madeiras, em geral, andiroba, babaçu, bacaba, buriti copaíba e, etc.

Vivíamos, naquela época, com forte domínio da Associação Comercial do Amazonas liderando o empresariado local na tentativa das exportações de nossos produtos. Tempo em que a convivência empresarial era extremamente importante no contexto da nossa economia, com destaque para O Jornal encarregar um jornalista especialmente para cobrir os fatos diários e seu papel informativo, contribuindo sobremaneira para solidificar o empresariado local e as exportações.

Apesar de todas as dificuldades a Associação Comercial do Amazonas não limitava-se a conduzir suas ações comerciais que caracterizavam o mundo dos negócios em nossa região, tendo como compromisso um futuro seguro e próspero. Isso explica o intenso trabalho realizado por sua diretoria.

Sede da Associação Comercial foi projetada pelo engenheiro e arquiteto Aluysio Araújo. Rua Guilherme Moreira, esquina com a Rua Quintino Bocaiúva. Foto: Acervo Instituto Durango Duarte

A Associação Comercial neste período já não mais promovia exposições internacionais, no entanto mantinha um trabalho de relevância social, com destaque para o seu museu, com um departamento de Propaganda e Museu Comercial, Departamento de Estatística, Departamento de Informações Comerciais e Publicidade, Serviço de Assistência à Agricultura, Serviço de Beneficiamento de Cereais, Serviço de Imprensa e Divulgação, Serviço de Pesquisa, Revista da Associação Comercial.

Tudo isso, dedicado especialmente as atividades de difusão e conhecimento. Seu museu mostrava a preservação e a riqueza da nossa diversidade, mantendo inclusive um catálogo comercial do que produzia na época e exportava o Amazonas.

O lançamento da Pedra Fundamental da construção do prédio próprio da Associação Comercial do Amazonas ocorreu no dia 21 de abril de 1939. Foi uma festa, com nomes importantes presentes com discurso, brindes e a esperança da instalação de sua sede própria. Localizada a Rua Guilherme Moreira esquina da Rua Quintino Bocaiuva a sede nova, foi projetava pelo engenheiro e arquiteto Aluysio Araújo, propiciando acomodações modernas e de funcionalidade, sede em a mesma se encontra até os dias atuais.

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A obra relata uma história da vida transfigurada em Lazone, destacando a arte que inspirou no folclore uma das características da cultura popular; a expressão da diversidade cultural.

Intitulada “TEATRO URBANO DAS MULHERES DE LAZONE – Quatro Dramaturgias Barehs”, o lançamento da obra de Sergio Cardoso reuniu familiares, amigos e amantes da literatura local, além dos membros efetivos da Academia Amazonense de Letras e de instituições literárias e históricas entre elas, a Federação de Teatro do Amazonas (FETAM) e o Clube Literário do Amazonas (CLAM).

O autor Sergio Cardoso fez questão de lançar a obra dentro de uma programação cultural, destacando que o lançamento da obra é também uma singela homenagem e valorização à cultura, a arte e teatro local, pois segundo o autor, a arte inspira no folclore a expressão marcante da cultura popular; a diversidade cultural, reflexão de valores, crenças e comportamentos.

A composição de mesa presidencial foi formada pelos membros efetivos da Academia Amazonense de Letras, presidente Dr. Aristóteles Alencar, diretor de edições da Academia, Dr. Robério Braga, autor da obra literária, Sergio Cardoso, acadêmico Marcos Frederico Kruger, chefe do departamento de literatura da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Antônio Auzier.

Durante a apresentação da obra, o autor destacou o conteúdo literário como uma breve apresentação de peças teatrais visando expressar em suas tramas os costumes e hábitos das épocas, apresentando ao público presente um misto de comédia e tragédia que retratam a confusa transição antropológica e sociológica que a região sofreu entre o Período da Borracha e a Zona Franca de Manaus.

Editada pela Academia Amazonense de Letras, a obra literária é fruto de emenda parlamentar, a partir de propositura do Ex-Deputado Serafim Corrêa com apoio do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult.

O lançamento ocorreu no salão nobre do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras, com entrada gratuita. Após a cerimônia de lançamento houve a distribuição gratuita da obra autografada pelo Acadêmico aos convidados e público presente.

O título lançado estará disponível para consulta local na Biblioteca Genesino Braga, na sede da Academia, localizada na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.

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Foi no Governo de Eduardo Ribeiro, o grande urbanista, promulgada a Lei nº. 124, em 24 de agosto de 1895, pela qual é efetuada concorrência pública para a instalação dos bondes.

Rua Silva Ramos, Manaus, 1940. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

O Brasil, apesar de sua grande dimensão e carência de transporte, não possuía uma indústria efetiva de material para transporte coletivo. A maior parte desse material era importado dos Estados Unidos. Outra parte da Inglaterra, pequena parte da Alemanha e Bélgica. O maior fornecedor de nossos bondes era o fabricante norte-americano John Stephenson Company Ltda, de Nova York, que exportou veículos para São Paulo, Santos, Salvador, Belém, Manaus, São Luís e Porto Alegre.

Para o Rio de Janeiro forneceu também os primeiros bondes elétricos, que trafegavam no país, os célebres três eixos modelo radial Robinson, em 1890. Após sua falência, por volta do princípio do século, os nossos bondes já elétricos, foram na sua maioria fornecidos pela fábrica J. G. Brill da Filadélfia. Outra parte era fornecida pela Saint Louis Car Company, de Saint Louis. Da Inglaterra, a nossa maior fornecedora era English Eletric Company, acompanhada da Hurst Nelson e Dick Kerr e Company de Londres. Da Alemanha, tivemos bonde da Siemens Schuckert; Brow Bovery, Falkenreid; e da Bélgica, a Nivelles.

Tivemos no Brasil apenas duas empresas que fabricavam esse tipo de veículo, não se contando é lógico, as próprias oficinas das companhias concessionárias, que muitas vezes construíram seus próprios bondes, como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, Salvador, Belo Horizonte, etc.

CORRÊA, Waldemar Stiel. História do Transporte Urbano no Brasil. Pág. 195, Pág. 198

Das duas indústrias específicas de material transviário e ferroviário, a maior e mais conhecida era a Trajano de Medeiros e Cia, estabelecida no Rio de Janeiro, que forneceu bondes para o próprio Rio de Janeiro, São Paulo e várias outras cidades, além de material ferroviário para quase todas as nossas ferrovias. A segunda, bem menor, era Sampaio Corrêa e Cia, também estabelecida no Rio de Janeiro. Ao que se sabia, só forneceu bondes para a cidade de Belo Horizonte.

Com todo o desenvolvimento da cidade de Manaus, veio a necessidade de se colocar um meio de transporte à altura do progresso da cidade. A era dos bondes com tração animal estava no fim. A novidade era o bonde elétrico e, assim, “já segundo Waldemar Corrêa Stiel, Manaus foi a segunda cidade do Brasil, depois de Campos no Rio de Janeiro a introduzir a eletricidade na iluminação pública, nada mais lógico do que se adotar o bonde elétrico”.

Foi no Governo de Eduardo Ribeiro, o grande urbanista, promulgada a Lei nº. 124, em 24 de agosto de 1895, pela qual é efetuada concorrência pública para a instalação dos bondes.

Avenida Sete de Setembro, década de 50. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

O vencedor da referida concorrência foi o engenheiro Frank Hirst Habbletwhite, que na época assinou o contrato para as construções das linhas, num total de 20 km, com uma subvenção anual de 200:000$000 no primeiro quinquênio, 160:000$000 no segundo e 120:000$000 no terceiro. Daí em diante cessava a subvenção. Previa-se, também, a possibilidade do concessionário poder aumentar as linhas de trilhos por mais 15 km.

É formada então a empresa Manaus Railway Company que deu início a instalação das linhas. Em 24 de fevereiro de 1896 é efetuada uma inauguração provisória para experiência. Em 1897, conforme relatório do governador Fileto Pires Ferreira, a companhia já construíra 16 km de linhas, possuindo 25 bondes para cargas e 10 para passageiros, tendo transportado 171.783 pessoas. O preço da passagem era de 250 réis.

“[…] Ainda segundo o mesmo autor, para a movimentação dos bondes, que funcionava a partir das 5 da manhã até as 22 horas, foi instalada uma usina hidrelétrica em um dos igarapés da cidade”. ¹ Pág. 195.

Bonde na então Avenida Eduardo Ribeiro, St. Louis, número vinte, esquina com Avenida Sete de Setembro, Centro de Manaus.
Acervo: The Tramways of Brazil a 130 year survey by Allen Morrison. Imagem: Reprodução/Instituto Durango Duarte

Foi inaugurado com grandes festejos, os serviços de transporte de passageiros por bondes em 1º de agosto de 1899. Oficialmente Manaus foi a terceira cidade do Brasil a inaugurar os serviços de bondes elétricos. Suas linhas de tráfego eram: Flores, com 24 viagens diárias; Plano Inclinado, com 39; Cachoeirinha, com 67; Circular, com 16 viagens e, finalmente, a linha da Saudade, com 53 viagens.

O Estado encampou o serviço de bondes em 24 de julho de 1902 e o repassou a firma Travassos e Maranhão, que por sua vez o transferiu para o engenheiro Antônio Lavandeyra.

Em 1908 é fundada a Manaus Tramways and Light Co, com concessão para luz e bondes elétricos durante 60 anos a partir de 27 de abril de 1908, eram seus diretores: James Mitchell, G. M. Both, W.C. Burton e G. Watson. Esta nova empresa absorve a antiga Manaus Railway Co. e entra em atividade em 9 de junho de 1909.

“[…] Por essa época, o coronel Costa Tapajós, superintendente municipal, publica as instruções que acompanhavam o decreto que proibia cuspir e fumar nos bondes dos serviços elétricos, cujas, multas cobradas dos infratores seriam revertidas em duas terças partes, para a Santa Casa de Misericórdia”. ² Pág. 198.

A decadência desse tipo de transporte advém do início da Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918, que impediu a importação de material, como peças de reposição para os bondes. O bonde era um meio de transporte barato, consequentemente não rendia muito à concessionária e sem possibilidade de ampliação, pois necessitava de grandes investimentos e importação de materiais.

Passeio de bonde em Manaus, na década de 1930. A então empresa Manáos Tramways & Light Company Limited importou caminhões e equipamentos elétricos da Inglaterra e construiu oito bondes para utilizarem em Manaus. Acervo: The Tramways of Brazil a 130 year survey by Allen Morrison. Imagem: Reprodução/Instituto Durango Duarte

Ao fim da Segunda Guerra Mundial de 1939 a 1945, os serviços decaíram tanto que em setembro de 1946, o presidente da república assina um decreto autorizando a intervenção federal na Manaus Tramways, a fim de assegurar a normalidade dos serviços. Em 1947 foi extinta a intervenção também por decreto presidencial, mas a companhia estava numa situação de penúria.

Em 11 de fevereiro de 1950 a Manaus Tramways foi encampada, quando já eram obsoletas e insuficientes as usinas de produção de energia elétrica. Por esse motivo e por economia de energia, os serviços de bondes foram interrompidos. A Serviços Elétrico do Estado, que incorporou a Manaus Tramways, foi obrigada a paralisar totalmente a produção de energia elétrica para a cidade e, por muitos meses Manaus viveu às escuras.

A partir daí, foi criada a CEM – Companhia Elétrica de Manaus, que reorganizou os serviços elétricos e, em 1956, numa tentativa efêmera, coloca novamente os bondes em funcionamento. Havia, porém, somente nove bondes em tráfego e não existiam possibilidades de compra e reposição de novos carros e a expansão das linhas. Além disso, a antiga companhia inglesa ainda lutava nos tribunais pela posse de sua concessão, o que motivou a extinção definitiva dos serviços de bondes de Manaus, em 28 de fevereiro de 1957.

“[…] Vivendo esse ideal de modernidade e progresso, Manaus passou a buscar com mais intensidade a implementação dos serviços de locomoção, num período em que ocorriam na capital, além das interversões urbanísticas e sanitárias, a ampliação da malha viária, bem como edificação de suntuosos prédios públicos, praças e avenidas, gerando consequentemente a necessidade de veículos de locomoção eficientes para percorrer as áreas da cidade planejada”.³ Pág. 38,39.

Acervo: The Tramways of Brazil a 130 year survey by Allen Morrison. Imagem: Reprodução/Manaus de Antigamente

Referências

CORRÊA, Waldemar Stiel. História do Transporte Urbano no Brasil. ¹ Pág. 195, ² Pág. 198.

MAGALHÃES, Soraia Pereira – O Transporte Coletivo Urbano de Manaus: Bondes, Ônibus de Madeira e Metálicos. Manaus: Edua, 2014. ³ Pág. 38,39. … – Veja mais em https://portalamazonia.com/historias-da-amazonia/bonde-registros-da-presenca-inglesa-no-amazonas/

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