Ao longo dos anos esta Instituição também cumpriu e vem cumprindo uma importante função no cenário das artes plásticas com exposições e lançamentos de livros.
A criação de um museu é um acontecimento consagrado, um lugar de memória e que permite rememorar ao seu visitante um imaginário não vivido por ele em seu período de vida. Na verdade trata-se de uma herança cultural permitindo a dimensão pedagógica que ultrapassa seu caráter de apenas agente conservador da memória.
Infelizmente, algumas pessoas acham que o museu é um lugar velho e que permite guardar coisas velhas. Isso acontece principalmente em relação aos museus conhecido principalmente como históricos. No entanto, se o visitante procurar fazer relações entre aqueles objeto de um outro período ali expostos, esta forma de pensar muda e ganha sentido em viver aquele espaço e a comunicação entre o tempo passado e o visitante.
“[…] É de conhecimento corrente que a palavra museu origina-se na Grécia Antiga. Mouseion denominava o templo das nove musas, ligadas a diferentes ramos das artes e das ciências, filhas de Zeus com Mnemosine divindade da memória. Esses templos não se destinavam a reunir coleções para a fruição dos homens; eram locais reservados à contemplação e aos estudos e aos estudos científicos, literários e artísticos. A noção contemporânea de museu, embora esteja associada à arte, ciência e memória, como na antiguidade, adquiriu novos significados ao longo da história”.CADERNO de diretrizes museológicas I. Brasília: Ministério da Cultura/Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 2006. 2ª edição. Brasília – DF.
Historiador Abrahim Baze (organizador do Museu), professor Garcytilzo do Lago e Silva, arquiteto Michell Vidal (responsável pelo projeto do Museu) e o Desembargador Tury. Foto: Acervo pessoal/Abrahim Baze
Foi sobre a responsabilidade do Instituto Cultural da Fundação Rede Amazônica e com a organização do historiador Abrahim Baze, montava-se a época de 2005 o importante acervo com dezenas de fotografias e alguns documentos originais que passavam a compor aquele memorial, bem como equipamentos de suporte didático como projetores de filme Bell Howel 16 mm, que encantaram a juventude de muitas gerações que por ali passaram para construir conhecimento da língua inglesa, dentre eles: Márcio Souza, Joaquim Marinho, Roberto Kahane, Limongi Batista e tantos outros que marcaram seu tempo de estudo na juventude nessa importante escola.
Na entrada do Memorial, dois painéis expõem as fotos dos fundadores da Instituição Ruy Alencar e Helena Gomes da Silva. O Professor Ruy era conhecido pela simpatia e pelos gracejos que costumava contar aos alunos que passavam pelos corredores. Para ele o ideal de ensinar inglês no Amazonas significava modernidade ao derrubar fronteiras inacessíveis num longínquo Amazonas e o amor a terra, foi um acontecimento de grande importância para a história daquela instituição.
Foto: Acervo pessoal/Abrahim Baze
Ao longo dos anos esta Instituição também cumpriu e vem cumprindo uma importante função no cenário das artes plásticas com exposições e lançamentos de livros. A memória histórica cercada de lembranças do Instituto Cultural Brasil Estados Unidos a partir daquele momento não guardava só a passagem e a lembrança de seus ex-alunos, guardava sim um período rico de sua história.
A historia dos primeiros passos para romper as fronteiras culturais do Amazonas idealizados a época e liderados por Ruy Alencar e a eterna Miss Helena foram transformados em sorrisos e saudades das lembranças de muitos finais de semana que se reuniam para jogar dominó.
A produção do Memorial do ICBEU realizado a época pelo Instituto Cultural da Fundação Rede Amazônica sobre a responsabilidade do historiador e escritor Abrahim Baze era um passo importante para a preservação da memória, tudo isso, sob a orientação do então Presidente Aristóteles Thury, que mais tarde, assumia o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas.
Não podemos esquecer outro nome importante deste período que era na época Presidente do Conselho Deliberativo do ICBEU Professor Garcitylzo do Lago e Silva, que era memória viva. Professor Universitário Aposentado e Escritor que viu nascer a semente da Instituição em 1956.
Foto: Acervo pessoal/Abrahim Baze
No discurso proferido pelo historiador Abrahim Baze organizador do referido memorial no dia 6 de julho de 2005, com transmissão ao vivo para todo Brasil através do canal de televisão Amazonsat:
Este evento é uma expressão do triunfo do trabalho e do sonho. O memorial do ICBEU é um acontecimento relevante na preservação da memória dos que se dedicam a educação em nossa terra. Aqui a história será rememorada sistematicamente, projetando seu visitante no imaginário de uma época e proporcionando uma viagem ao passado.
A dimensão pedagógica, atribuída a esses espaços, começou a tomar forma em fins do seculo XIX. A partir daí foram entendidos não simplesmente pelo seu caráter de agente conservador da memória, mas, passaram a ter um caráter didático – pedagógico, contribuindo para preservar saberes indispensáveis ao forjamento da identidade nacional e da consciência social.
O espaço que está sendo inaugurado é afirmativamente um lugar dedicado a memória de uma geração de homens e mulheres cuja história de vida que se firmam pelo trabalho, perseverança e idealismo.
O Amazonas ganha um espaço novo, com suas linhas arquitetônicas modernas, afirmando-se como um majestoso patrimônio cultural. O Instituto Cultural Brasil Estados Unidos, ao longo de sua existência, tem desenvolvido várias ações nas áreas da educação, das artes plásticas e da literatura. A criação deste memorial atesta sua importância para a educação no Amazonas.
Não poderia deixar de ressaltar o papel desempenhando pela atual diretoria desta instituição, que tem cumprido com denodo e comprometimento a faina de conduzir o seu destino, dando continuidade a este projeto. Compromissado com o idealismo e com a memória, o corpo diretivo do ICBEU envidou todos os esforços para tornar realidade a construção deste memorial, como forma de desenvolver à sociedade a sua própria história, mantendo, assim, viva a lembrança de muitos de seus baluartes, que infelizmente não estão mais entre nós.
Este espaço se incorpora ao patrimônio cultural do Amazonas, como um testemunho vivo do papel transformador que a educação tem a cumprir na vida das sociedades. A história intelectual de Manaus não seria a mesma sem a presença do Instituto Cultural Brasil Estados Unidos;
O sentimento que nos move neste momento é do dever cumprido. O Instituto Cultural da Fundação Rede Amazônica tomou parte na concretização deste sonho que se fez realidade. Sentimo-nos honrados com a realização deste trabalho que guardará parte significativa da memória educacional de nossa terra.
Este memorial é fruto do idealismo da direção do ICBEU e da capacidade empreendedora do Instituto Cultural da Fundação Rede Amazônica. Nasceu do trabalho e do amor que consagramos à história, especialmente de nossa crença de que com compromisso e verdade somos capazes de realizar nossos ideais. Este momento marca o desabrochar de um sonho, que se fez pelas nossas mãos … E agora é realidade.
Muito obrigado.
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