A solenidade tem o objetivo de promover o reconhecimento e a valorização dos trabalhos acadêmicos, científicos e culturais realizados a partir dos acervos arquivístico, bibliográfico, museológico e da história e memória do Poder Judiciário do Amazonas.
O Tribunal de Justiça do Amazonas, por meio de sua Comissão de Gestão de Memória, realizou a solenidade de entrega do “Prêmio Eduardo Ribeiro” e do “Prêmio Memória TJAM”. O evento aconteceu no auditório do Centro Administrativo Des. José de Jesus F. Lopes, no prédio Anexo à Sede do TJAM, no Aleixo. Mediante a presença de autoridades, o Acadêmico Júlio Antonio Lopes representou o Presidente da Academia Amazonense de Letras, Dr. Aristóteles Alencar.
Ambas as premiações foram instituídas pelo Tribunal por meio da Portaria n.º 2394/2021, como fomento e reconhecimento à utilização e divulgação de trabalhos acadêmicos, científicos e culturais realizados a partir dos acervos arquivístico, bibliográfico, museológico e da história e memória do Poder Judiciário do Amazonas.
Ao instituir as duas premiações, a Presidência do TJAM considerou, entre outros aspectos, o disposto na Resolução n.º 429/2021, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que instituiu o “Prêmio CNJ Memória do Judiciário”; as diretrizes contidas na Resolução CNJ n.º 324/2020, que tornou obrigatória a observância, pelos tribunais, das normas, princípios, diretrizes e instrumentos de gestão documental e de memória; bem como a Política Nacional de Gestão de Pessoas no âmbito do Judiciário”, estabelecida pelo CNJ na Resolução n.° 240/2021.
Também foram consideradas as orientações do “Manual de Gestão de Memória do Judiciário” quanto à necessidade de fomento às atividades de preservação, pesquisa e divulgação da história do Poder Judiciário; a Lei n.º 12.288/10, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial; a Lei n.º 12.519/2011, que criou o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”, em 20 de novembro; e a Lei Estadual n.º 84/2010, que instituiu no calendário estadual o dia 20 de novembro como feriado.
Agraciados ao recebimento do “Prêmio Eduardo Ribeiro”
– Caio Giulliano de Souza Paião – Pela tese: “Os lugares da marinhagem: trabalho e associativismo em Manaus, 1905-1919”. Tese de doutorado em História.
– James Roberto Silva – pelo artigo: “Entre a escravidão e a liberdade: narrativas e memórias do cativeiro na Província do Amazonas”.
– Keith Barbosa – pelo artigo: “Entre a escravidão e a liberdade: narrativas e memórias do cativeiro na Província do Amazonas”.
“Prêmio Memória”:
– Desembargador César Oyama Ituassu (in memorian) – pela autoria de livros relacionados à memória do TJAM.
– Desembargador Cezar Luiz Bandiera – pelo livro “Leis de organização judiciária do Amazonas. (org.)”.
– Juíza Telma de Verçosa Roessing – Pelo livro “Drogas, criminalização e punição: usuários de drogas no sistema de justiça penal em Manaus”.
– Juiz Vicente De Oliveira Rocha Pinheiro – pela monografia: “A importância da criação e estruturação da Vara Estadual Especializada do Meio Ambiente e Questões Agrárias no Amazonas”.
– Agda Lima Brito – pela tese: “Eu Trabalhei Também: o cotidiano das trabalhadoras nos seringais do Amazonas no Pós – Segunda Guerra – (1950 – 1970)”.
– César Augusto Bubolz Queirós – pela propositura da: “I Mostra de Pesquisa sobre História e Justiça”.
– Davi Avelino Leal – pela Dissertação: “Cultura, cotidiano e poder: os seringueiros e as relações de poder nos seringais do rio Madeira (1980-1920)”.
– Davi Monteiro Abreu – pela dissertação: “Uma pretensa intentona”.
– Francisco Pereira da Costa – pelo trabalho: “Entre o labor e a lei: a luta por direitos sociais e trabalhistas no Amazonas (1907- 1917)” .
– Hugo de Sousa Mendes e equipe TJRR – pelo artigo: “A utilização dos Processos Judiciais do Tribunal de Justiça do Amazonas como fonte de Pesquisa Histórica: O Ensino da História de Roraima para a Educação Escolar a Partir dos Autos Judiciais”.
– Máycon Carmo dos Santos – pelo artigo: “Arquivo Central Júlia Mourão de Brito e o fomento à pesquisa”.
– Maria Luiza Ugarte Pinheiro – pelo artigo: “Imprensa de imigrantes: vozes da colônia espanhola no Amazonas, 1901-1922.
– Sandra Bezerra Lima – pelo artigo: “A contribuição das matérias jornalísticas da imprensa amazonense para a composição de processos no Poder Judiciário do Amazonas”.
– Suellen Andrade Barroso – pela dissertação: “Casais, Violência e Poder Judiciário: Expressões jurídicas sobre a violência no casal em Manaus nos anos 1970 e 1980”.
– Wanderlene de Freitas Souza Barros – pela dissertação: “Nos trilhos da cidade: a trajetória dos motorneiros e dos bondes em Manaus (1930-1946)”.
Sebastião Paiva participou ativamente da vida política de Lábrea. Ele foi perfeito, foi vereador por duas vezes e finalizou a carreira como promotor aposentado
Apresentado pelo jornalista Abrahim Baze, o Programa Literatura em Foco recebeu nesta edição o historiador Franco Lindemberg Paiva dos Santos para falar sobre a obra literária intitulada “De Labre à Lábrea” de Sebastião José Músio Paiva, lançada neste ano pela editora Moura SA.
A obra relata a vida e trajetória política de Sebastião Paiva, histórias vividas pelo autor e narradas por parentes e amigos sobre a vida política e social da cidade de Lábrea, no rio Purus, com o foco nas disputas político-partidárias que animavam o cotidiano da cidade, proporcionando ao leitor uma importante contribuição ao conhecimento da região e a atuação da vida pública e do cotidiano das disputas políticas locais.
Durante a entrevista o historiador e neto do ex-prefeito do município de Lábrea-AM, destacou os desafios enfrentados na época, a importância da família Paiva no município e os feitos no desenvolvimento e progresso do município, a nomeação do ex-prefeito no cargo de Promotor público em 1890, além da vinda de imigrantes nordestinos no período áureo da borracha.
Em vida, o ex-prefeito do município tentou por diversas vezes lançar a obra, mas sem sucesso, somente após sua morte, ocorrida em agosto de 1987, a obra póstuma foi lançada em maio deste ano por parentes e amigos na Escola do Legislativo no auditório João Bosco Ramos de Lima da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Franco Lindemberg Paiva dos Santos possui graduação em História pela Universidade Federal do Amazonas (2009) e Mestrado em História pela Universidade Federal do Amazonas. Atualmente é professor-formador do Centro de Formação Padre Anchieta (CEPAN) da Secretaria de Estado de Educação e Desportos do Amazonas SEDUC-AM. Tem experiência na área de História, com ênfase em metodologias docente em História e História Moderna e Contemporânea.
Com imagens de Pedro Gabriel, Layanna Coelho e produção de Juliana Neves, você confere a entrevista completa através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.
Bem mais além do que mero meio de comunicação, o rádio em todo país e muito especialmente no Amazonas, possibilitou a consolidação de gêneros musicais.
Jornalista Josué Cláudio de Souza, sócio honorário. Manaus, 10 de junho de 1972. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Bem mais além do que mero meio de comunicação, o rádio em todo país e muito especialmente no Amazonas, possibilitou a consolidação de gêneros musicais e teve importante participação na formação política do Brasil no decorrer da primeira metade do século XX, cuja, participação, crescimento e difusão das ondas radiofônicas foram importantes nas décadas de 1920 e 1930.
“… A primeira transmissão do rádio ocorreu em 7 de setembro de 1922, como parte das comemorações que celebravam o centenário da Independência do Brasil. A transmissão teve como destaque um discurso do então presidente da República Epitácio Pessoa. Também foram espalhadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Petrópolis, aproximadamente oitenta receptores que captavam áreas encenadas no teatro municipal de São Paulo d’O Guarani, de Carlos Gomes. A primeira transmissão por rádio já prenunciava, de alguma maneira, o futuro ligado às manifestações nacionalistas que seriam recorrentes durante o governo Vargas, época de maior expansão das ondas radiofônicas”.
Ainda na década de 1920, dois episódios marcaram inicio da era do rádio no Brasil, de acordo com Sérgio Cabral:
“… A fundação da Rádio Sociedade, por Roquette Pinto e Henrique Morize, em 1923 e a fundação da Rádio Clube no Brasil no ano seguinte. Tais rádios funcionavam por poucas horas e em dias alternados, o que há no entanto, no estudo de Sérgio Cabral, que nos chama atenção é a sua tese de que o Rádio retira a música popular do terreno do amadorismo e a situa, em um processo paulatino, como também, uma forma de profissionalização: isso viria a ocorrer de modo mais acentuado na década de 1930”.
À esquerda: Roque de Souza, Rádio Baré. À direita: Fred, locutor esportivo Rádio Baré. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
A profissionalização dos cantores do rádio tanto no Brasil quanto no Amazonas veio junto de um repertório, por isso, não foi ao acaso que a partir de 1930 o samba ganha cada vez mais relevância no cenário cultural brasileiro, se torna mais comercial e alia a figura do cantor às ondas radiofônicas, a venda de discos e ao gênero musical, em um circuito que nos permite visualizar uma lógica mercadológica sobre as canções. No entanto, foi a partir deste momento que passam a serem ouvidas com destaque as composições de Ismael Silva, Wilson Batista, Noel Rosa e outros. Como também, surgia grandes interpretes como Mário Reis e Francisco Alves e as interpretes Araci de Almeida, Carmem Miranda e Dalva de Oliveira.
“… Como destaca o autor Francisco Weffort, o Governo de Vargas pode ser compreendido pela chave do populismo: um fenômeno político de bastante recorrência na América Latina que tem por objetivo ser paternalista, desenvolvimentista e patriótico. Getúlio operou mudanças significativas na vida do povo brasileiro. Ele tratou de criar um aparelho estatal nas rádios brasileiras, a exemplo do que fez também outro presidente sul-americano Juan Domingo Perón na Argentina. Desse modo a Rádio Nacional que quando criada em 1936, tinha um caráter de empresa privada, tornou-se em 1940, uma empresa pertencente ao Governo Brasileiro. Seu modo de operar por meio de ondas curtas fez com que todo território brasileiro fosse preenchido pelas ondas da emissora. O Estado Novo, mais precisamente o Departamento de Imprensa e Propaganda criou um modelo de programação onde e jornalismo e entretenimento caminhava lado a lado na Rádio Nacional desse período datam o surgimento da Ora do Brasil, dedicada as notícias do executivo brasileiro, o Repórter Esso, jornalismo de plantão que informava os fatos emergenciais, e programas humorísticos que consagraram artistas brasileiros, como a Balança mais não cai e PRK-8, onde atuavam grandes nomes como: Paulo Gracindo, Valter D’Ávila e Brandão Filho e, mais tarde dar-se inicio as radionovelas”.
À esquerda: Danilo Silva, Rádio Baré. À direita: Belmiro Vianez, Rádio Baré. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Por este caminho, cada vez mais focaliza-se a figura do artista e sua representatividade na sociedade, esse processo se transforma com o tempo, mas é o embrião da figura do ídolo que ficou conhecido a época e que não foi diferente em Manaus nos anos 50 na Rádio Difusora e Rádio Baré, fosse por meio dos concursos das rainhas do rádio na década de 1950 que, a nível nacional imortalizaram Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Emilinha Borba ou pelo fenômeno que se tornou Cauby Peixoto, Orlando Silva e Nelson Gonçalves.
“… O paradigma musical consolidado pelo rádio na primeira década do século 20 no Brasil trouxe a tona muitos nomes da musicalidade, tinha-se um entendimento de que a canção necessitava de ampla orquestra e grande potência vocal e, desse modo está inscrita no imaginário brasileiro”.
De acordo com as autoras Ierecê Barbosa Monteiro e Edilene Mafra, contam a história do rádio na capital do Amazonas:
“… Nos anos de 1920, o Amazonas amargava dias difíceis na economia. Após o fim do apogeu da borracha, a produção amazônica respondia por apenas 5% do consumo mundial de borracha. Mário de Andrade um dos lideres do movimento modernista brasileiro, em visita a Manaus no ano de 1927 afirmou que a capital amazonense de “virgem de luxo” estava se transformando em “mulher fecunda”, metáfora que ilustra a decadência da outrora Paris dos trópicos. Foi nesse cenário de estagnação econômica pós primeiro ciclo da borracha que antecederam as primeiras transmissões de rádio no Amazonas. Segundo a doutora em educação Ierecê Barbosa Monteiro, autora de o livro Favor Transmitir ao Destinatário: uma análise semiológica dos avisos de rádio no Amazonas, obra que se transformou em um clássico e faz parte das bibliografias básicas de várias disciplinas de cursos superiores, o rádio surge no Amazonas em 1927”.
A Professora Doutora Edilene Mafra acrescenta ainda que, diferentemente da maior parte do Brasil, onde surgiu como no Amazonas o rádio foi introduzido como veículo estatal.
“… A primeira emissora instalada no Amazonas, em abril de 1927 foi a voz de Manáos, que atendia aos interesses comerciais e políticos dos barões da borracha, transmitindo diariamente as cotações do látex no mercado internacional, a situação econômica do país anunciando a chegada e saída dos navios, os feitos do governo e notícias de interesse público. Tinha a prioridade semanal de três dias, entrava no ar nas segundas, quartas e sextas-feiras a noite de 21h às 22h. Afirma ainda, a professora Ierecê Barbosa que após este primeiro impulso de radiófilos aumentou consideravelmente, o que levou ao investimento de receptores de alta qualidade e sofisticação para época, todos importados. No entanto, impactado pela crise de 1929 que afetou a economia de todo planeta, a emissora pioneira sofreu vários cortes dos governantes e quebrou. Na sequência o Amazonas amargou um período de quase uma década sem rádio. Depois vieram a voz da Baricéa, em 1938, a Rádio Baré em 1939, a Rádio Difusora em 1948 e a Rádio Rio Mar em 1954″.
À esquerda: Josapha Pires, Rádio Baré. À direita: Ayrton Pinheiro, Rádio Baré. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Cidade apaixonada – Etelvina Garcia
“… A Manaus dos primeiros tempos da Difusora era uma cidade de pouco mais de 100 mil habitantes, que almoçava em casa, fazia a sesta, passeava de bonde, lia jornal e ouvia rádio.
O rádio fazia parte da vida do povo, que formava dois times apaixonados e adversários, o da Difusora e o da Baré. A rivalidade entre as duas emissoras começou no dia da inauguração da Difusora. Em quanto Orlando Silva cantava no auditório da Rua Joaquim Sarmento n. 100, a Baré apresentava Jorge Veiga e Ademilde Fonseca no Cine Teatro Politheama.
Nesse clima de disputa, a difusora diversificava a sua programação de auditório. O Bonde da Alegria era a grande atração do carnaval de 49, com desfiles da escola de samba Tem Batucada no Morro e apresentação do valoroso Cast-S8, cantando os grandes sucessos carnavalescos do ano, Chiquita Bacana, Jacaré Paguá e Pedreiro Valdemar. O Programa tem gato na tuba, distribuía prêmios para o auditório, gongando sem piedade os calouros desafinados e revelando alguns dos muitos talentos que ajudaram a fazer a história do rádio no Amazonas. Semana a semana, as duas emissoras proporcionavam aos seus torcedores inesquecíveis espetáculos com os ídolos do rádio brasileiro. Em resposta ao aparecimento da Maloca dos Barés, a Difusora instalava a Festa da Mocidade. Os fãs de Dalva de Oliveira que torciam pela Difusora perdiam a oportunidade de vê-la cantar com o Trio de Ouro na Maloca dos Barés, porque se recusavam a pisar em território inimigo, motivando Josué a contratar a grande estrela para uma temporada exclusiva na Festa da Mocidade.
Os fanáticos torcedores invariavelmente se defrontavam em acirradas discussões, nas escolas, nos bares, nas calçadas da vizinhança, defendendo o som da sua emissora preferida. Mas, os índices de audiência da época diziam que a Difusora era mesmo a mais querida.
A magia do rádio incorporou o marketing dos patrocinadores à vida desta cidade, que por muito tempo falou no Juca, o louco da rua dos barés 150 e, cantarolou o jingle da Sapataria Salvador”.
No traçar desta evolução histórica do rádio e seus cantores, apresentadores, destacamos esse período rico desta fase do rádio no Amazonas. Foram muitos aqueles que escreveram seus nomes na história do nosso rádio, cuja contribuição singular e preciosa foi artífices deste período.
Príncipes da melodia. Rádio Baré. Tapiri Radiofônico. Manaus, junho de 1952. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal.
Todas as vezes que surge a oportunidade de se resgatar um pedaço da história especialmente quando trata-se de um assunto pouco explorado ganha o “BROADCASTING” valiosos argumentos de decisão na certeza de que embora fragmentos vale a pena publicar. Aliás, existem circunstâncias efetivamente interessante a ser mostrado. Nomes como:
Maria de Lourdes – Rádio Baré, Roque de Souza – Rádio Baré, Belmiro Vianez – Locutor – Rádio Baré, Dantas de Mesquita – Locutor, Jayme Rebello – Locutor, Corrêa de Araújo – Locutor – Rádio Baré, Josaphat Pires – Locutor, Produtor – Rádio Ator – Rádio Baré, Sylvia Lene – Cantora, Neuza Inês – Cantora – Rádio Baré, Grace Moema – Cantora – Rádio Difusora, Tânia Regina – Rádio Atriz – Rádio Baré, Nice de Alcântara – Rádio – Atriz Rádio Baré, Carolina Lander – Rádio Atriz – Rádio Baré, Denizar Menezes – Locutor – Rádio Difusora, mais tarde foi da Rádio Globo, André Limonge – Locutor Rádio Difusora, Índio do Brasil – Locutor Rádio do Brasil, Ayrton Pinheiro Rádio – Ator – Rádio Baré, Maria Eneida – Cantora – Rádio Baré, Ray Fernandes – Cantora – Rádio Baré, Carmen Morais – Cantora – Rádio Baré, Ângelo Amorim – Cantor – Rádio Baré, Wilson Dantas – Cantor – Rádio Difusora, Clóvis Carvalho – Cantor – Rádio Difusora, Raymundo Sena – Cantor – Rádio Difusora, Tarub e Seu Joaquim – Humoristas – Rádio Baré, Jokeide Barbosa – Cantor – Rádio Baré, Sérgio Roberto – Cantor – Rádio Baré, Corrêa Lima – Cantor – Rádio Baré, Alfredo Fernandes – Diretor Artístico, Produtor e Radio Ator – Rádio Baré, Amélia Vitória – Pianista – Rádio Baré, Príncipes da Melodia – Conjunto Vocal – Rádio Baré, Ponce de Leão – Controle Rádio Baré, Raymundo Mendes – Controle – Rádio Baré, Waldison Gondin – Controle e Chefe – Rádio Baré, Hélio Trigueiro – Sanfoneiro – Rádio Baré, Tânea e Mara (Guiomar Cunha e Lúcia Maria) Vocalistas – Rádio Difusora, Reginaldo Xavier – Rádio Ator – Rádio Baré, Danilo Silva – Contrarregra e Rádio Baré, Chiquinho – Contrabaixo – Rádio Baré, Fred (Flaviano Limonge) Rádio Baré, Rômulo Gomes – Diretor Artístico, Produtor e Rádio Ator – Rádio Difusora, entrega de prêmios pelo doutor Coqueiro Mendes a Cantora Maria de Lourdes – Rádio Baré, Almir Silva – Cantor Rádio Baré, Jorge Araújo – Cantor – Radio – Baré, Conjuntos Vocais – Rádio Difusora, Rosângela Fuentes – Cantora e Rádio Atriz – Rádio Baré, Lélia de Souza – Cantora – Rádio Baré, Los Caribes – Rádio Baré, Marivá Neide – Cantora – Rádio – Difusora, Maria Medina – Violinista – Rádio Difusora, José Eduardo – Locutor – Rádio Difusora e Genésio Bentes – Rádio – Ator e Rádio Baré. ⁷
Referências
¹CABRAL, Sérgio. AMPB na era do rádio. São Paulo: Editora Moderna. 1996 ²WEFFORT, Francisco. O populismo na política brasileira. São Paulo: Editora Paz e Terra. 1989 ³NAVES, Santuza Cambraia. Canção popular no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2010 ⁴ ⁵Portalamazonia.com/cultura/amazonas-ontemehojenasondasdoradio Ierecê Barbosa/Edilene Mafra ⁶GARCIA, Etelvina. Rádio Difusora 50 anos no coração do povo. Editora Norma Cor. Manaus, 1998. ⁷Tapiri Radiofônico. Gráfica do Jornal do Brasil. Rio de Janeiro: Junho de 1952. … – Veja mais em https://portalamazonia.com/historias-da-amazonia/a-era-dos-cantores-do-radio-no-amazonas/
A atriz foi porta-bandeira da Escola de Samba Aparecida por 26 anos
Uma das mais importantes personalidades e considerada a dama do teatro amazonense foi tema durante entrevista no Programa Literatura Em Foco, apresentado por Abrahim Baze, gravado na biblioteca Genesino Braga da Academia Amazonense de letras.
A obra intitulada “Ednelza Sahdo – A dama do Teatro, do Carnaval e da Cultura Amazonense” produzida pelo professor universitário e ator Adailson Veiga destaca a trajetória da artista e dama do teatro amazonense, atriz, cantora e diretora que se eternizou no teatro, tornando-se referência para diferentes gerações de artistas.
Para o autor, a obra visa imortalizar a memória e inspirar para que outros atores possam contribuir com a cultura amazonense com legados e obras. Dividida em 14 capítulos, a obra relata a biografia e tem como principal objetivo contribuir com o processo de resgate, registro e construção identitária do teatro e da cultura do Estado, tendo como ponto de reflexão a trajetória artística.
Em 2019, a icônica ex-porta-bandeira, apareceu na cadeira de rodas como parte da primeira ala do enredo da Mocidade Independente da Aparecida. A escola fechou o desfile do grupo especial das escolas de samba de Manaus, a atriz foi integrante da escola desde a sua fundação, sua animação e a folia da personalidade marcaram sua passagem, uma reverência respeitosa à atual porta-bandeira da escola verde e branca trazendo o pavilhão da agremiação.
Sobre o autor: Adailson Feitoza Veiga é ator, diretor e produtor de teatro, possui Mestrado em Ciências e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Pará (UFPA). É Especialista em Gestão de Pessoas pela Universidade Cândido Mendes (Ucam/RJ) e especialista em Neuropsicopedagogia pelo Centro Universitário Cidade Verde (UNICV/PR).
Possui Bacharelado em Administração de Empresas pela Universidade Paulista (Unip/AM) e Licenciatura em História pelo Centro Universitário Cidade Verde (UNICV/PR). É professor universitário e gestor de pessoas.
Iniciou sua carreira no teatro em 1994, no Grupo de Pesquisas Cênicas do SESC, dirigido por Chico Cardoso. Frequentou o Curso Técnico em Artes Cênicas pelo Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas (Caua), em 1995. Além do Grupo de Pesquisas Cênicas do Sesc, atuou na Cia. de Teatro A Rã Qi Ri e na Cia. de Teatro Metamorfose. Em 1996, fundou a Cia. Teatral Azuarte, onde passou a dirigir e produzir seus próprios espetáculos.
Com imagens de Pedro Gabriel, Layanna Coelho e produção de Juliana Neves, você confere a entrevista completa através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.
O Dia Nacional do Escritor foi instituído em 1960, a Academia Amazonense de Letras tem o objetivo de promover a sociedade o conhecimento através de seus conteúdos literários no segmento social, educacional, cultural, entre outros.
O Dia Nacional do Escritor, comemorado 25 de julho, foi escolhido pelo ex-ministro da Educação e Cultura Pedro Paulo Penido para homenagear escritoras e escritores brasileiros. A escolha dessa data surgiu por meio de uma portaria, assinada em 21 de julho de 1960 e deve-se também à realização do I Festival do Escritor Brasileiro, patrocinado pela União Brasileira de Escritores (UBE).
Para celebrar o Dia do Escritor, a Academia Amazonense de Letras recebeu em sua sede a equipe de reportagem da TV Band, composta pela repórter Rúbia Cassol e o cinegrafista Márcio Pinto para uma entrevista com os Acadêmicos Abrahim Baze e Mazé Mourão, com a finalidade de apresentar a história da Academia em sua fundação e a produção de suas obras literárias através de recursos públicos oriunda de emendas parlamentares, com apoio do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult, a instituição obteve o reconhecimento oficial sendo declarada uma instituição de Utilidade Pública pela Lei nº 1.050, de 22 de setembro de 1920.
Atualmente a Academia Amazonense de Letras é composta por 36 membros efetivos, tendo como atual Presidente, o médico cardiologista – Dr. Aristóteles Alencar, Vice-presidente – Jornalista Abrahim Baze e Dr. Robério Braga, Chefe de Edições, a eleição para compor os membros de uma nova gestão acontece de forma bienal.
Durante as gravções da entrevista o Acadêmico Abrahim Baze destacou a história da Academia, os procedimentos para se tornar membro efetivo e suas produções literárias, entre elas o livro “Portal da Amazônia – Crônicas de um Jornalista na Amazônia” lançado neste ano, a obra reúne recordações históricas e valiosas, apresentando um resgate do passado e promovendo ao leitor o conhecimento da comunicação através de uma coletânea de fatos, que permite a recriação da difusão feita em um Portal da televisão na WEB.
A Acadêmica Mazé Mourão destacou a história da sua entrada como membro efetivo na Academia e suas obras literarias como “Testei Positivo”, lançada em 2023, na qual a Acadêmica compartilha com o leitor suas dores e medos diante da doença da Covid-19, relatando seu primeiro teste positivo, sua pós alta hospitalar e as consequências e sequelas que a doença lhe deixou mesmo depois de ter superado.
Um dos destaques durante a filmagem foi a exposição dos objetos antigos como a urna de votação e o vaso de cerâmica usado nas eleições bienal, além do quadro carnavalesco do Grêmio Recreativo da Escola de Samba Vitória Régia que em 2010 homenageou a Academia Amazonense de Letras com o enredo “Cantando o Pensamento da Amazônia, a Verde e Rosa saúda os imortais”, rendendo mais um título de campeã para a escola.
Recentemente obras literárias dos acadêmicos foram lançadas na Academia, entre elas; “Amazonas: História, Mistérios e Heroísmo – Recortes Pessoais” de Júlio Antônio Lopes, / “Além dos Muros Universitários Expansão e Democratização do Ensino Superior Federal na Amazônia”, de Márcia Perales / “Nevoeiro; Primeiras Poesias de Torquato Tapajós”, organizada por Marcos Frederico Kruger Aleixo / “Portal da Amazônia – Crônicas de um Jornalista na Amazônia” de Abrahim Baze e “Reclames Médicos da Manaus Antiga”, de Aristóteles Alencar.
Outros títulos serão lançados no decorrer do ano, com entrada franca e distribuição gratuita ao público presente, a programação acadêmica é divulgada no site e nas redes sociais oficias da instituição.
A reportagem será veiculada na programação local da TV Band.
Toda nova geração, especialmente aquela que imigra para nosso estado, e, é o caso de Luiz Antony,forja novos padrões, valores e atitudes sobre a vida e a sociedade em que se estabeleceram.
Trecho da rua Luiz Antony, no então Centro de Manaus. Em primeiro lugar, na parte central da foto, o espaço em obras é, hoje, os fundos do Colégio e Faculdade Dom Bosco. Em segundo lugar, mais adiante, vê-se a parte superior do antigo Hotel Cassina e, logo a seguir, o topo do prédio do INPS (IAPETEC). Acervo: Arquivo Público Municipal de Manaus. Foto: Reprodução/Instituto Durango Duarte.
Sonhar e acreditar. Dessas duas qualidades resultam as realizações e os afazeres do espírito humano, fatores indispensáveis para a perpetuação das aspirações enobrecedoras e a construção de possibilidades efetivas para a existência humana.
Toda nova geração, especialmente aquela que imigra para nosso estado, e, é o caso de Luiz Antony, forja novos padrões, valores e atitudes sobre a vida e a sociedade em que se estabeleceram. Esses caminhos escolhidos por ele se descortinam e na sua época foram o resultado do seu entusiasmo, da fé e da crença por dias melhores em nosso torrão e se construíram com doação e muito trabalho.
A história de um povo, de uma nação, é feita por homens e mulheres. O homem faz a história e a história faz o homem. Luiz Antony compreendeu que era possível construir e perpetuar sua história entre nós. Ele nasceu em Florença, na Itália, ainda muito jovem, em companhia de seu pai, o negociante Henrique Antony, embarcou para Manaus. Aqui cresceu e se educou ao melhor estilo da época, e muito mais tarde, tornou-se comerciante, como fora no exemplo das atividades e das amplas relações sociais de seu pai. No decorrer do tempo, viajou para o Rio de Janeiro, como destaca Agnello Bittencourt, na sua obra Dicionário Amazonense de Biografias – vultos do passado:
[…] O Brasil vivia tempos difíceis, os dois, pai e filho, se alistaram voluntariamente para Guerra do Paraguai, representando o fronte e a defesa do Brasil. O ardor da luta, assinalou a tempera de verdadeiros heróis. Chegaram ao posto de Tenente Coronel. Mas, o pai, em combate foi atingindo por um estilhaço de granada perdendo a vida”.
Fonte: BITTENCOURT, Agnello. Dicionário Amazonense de Biografias: vultos do passado. Rio de Janeiro: Editora Conquista, 1973. Pag,: 333.
Luiz Antony continuou em combate, até o final da guerra, regressando vitorioso e promovido no posto de Coronel.
Já em Manaus casou-se com a senhora Francisca Perdigão, era o início de sua vida familiar na cidade que escolhera para viver. O casal trouxe ao mundo os filhos: Coronel Antônio Guerreiro Antony, que foi destaque na vida política do nosso estado e de grande prestígio local, tornou-se no decorrer do tempo funcionário público ate aposentar-se, Coronel Hidelbrando Luiz Antony, também funcionário público ate aposentar-se, Leandro Perdigão Antony, também funcionário público até aposentar-se e João Carlos Antony Engenheiro Chefe da Prefeitura Municipal de Manaus por cerca de 45 anos. A saga da família Antony são de pessoas notáveis, que marcaram e continuam marcando sua presença em Manaus.
Seu filho João Carlos Antony natural do Amazonas tornou-se umas das figuras mais representativa da ilustre família dos Antony. Sua mãe Senhora Leocádia Antony, era amazonense filha de Antônio José Brandão, um português também ilustre, irmão do celebre Arcebispo de Braga e de Lisboa Dom Frei Caetano Brandão.
Após concluir seus estudos seguiu para Florença na Itália, onde diplomou-se em Arquitetura, logo após regressando ao Brasil para Belém do Pará, no mês de julho de 1876, nesta mesma oportunidade transitava por Belém com destino aos Estados Unidos, o Imperador Dom Pedro II, nesta oportunidade João Carlos Antony integrou-se à Comissão Receptadora dos festejos em homenagens à sua Majestade.
Lucano Antony e amigos. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
De volta à Manaus iniciou sua vida profissional ao lado do Engenheiro inglês John Moreton tendo organizado a empresa de abastecimento de água em Manaus, em cujo trabalho além da rede de distribuição de água havia também o Reservatório da Castelhana e a Casa de Máquina do Bombeamento, eram um serviço que exigia grande responsabilidade, com a chegada da república, a firma Antony & Moreton encerrou seu contrato com o governo do estado.
João Carlos Antony que na verdade assinava seu nome como J. Carlos Antony ingressara na vida política e tendo sido eleito para a Assembleia Legislativa Provincial entre o biênio de 1874 à 1875. Naquele período, nomes importantes da Polícia local estiveram ao lado dele, tais como: Dr. Luiz Carneiro da Rocha, Tenente Coronel Clementino José Pereira Guimarães e outro também de família tradicional Coronel Francisco Antônio Monteiro Tapajós.
No término de seu mandato continuou na vida pública onde fora nomeado Engenheiro Chefe da Prefeitura de Manaus, cuja função permaneceu por 45 anos. Homem simples, de hábitos simples nunca pode construir uma residência para sua família, a aposentar-se cansado e envelhecido procurou comprar uma pequena casa no Bairro do Alto Nazaré, casa esta que jamais pode concluir sua obra na qual residiu até sua morte. Seu trabalho na prefeitura lhe permitiu participar da abertura do Cemitério São João Batista, tendo planejado o traçado o novo cemitério da cidade e participou de sua inauguração.
Coronel Antonio Guerreiro Antony, casado com Raimunda de Andrade Antony. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
João Carlos Antony casou-se com professora Maria Lima de Amorim Antony, filha do negociante português Alexandre Paula de Brito Amorim que a esta altura foi o primeiro Cônsul Português, em Manaus e o introdutor da navegação estrangeira inglesa para o Amazonas.
Outro fato interessante que está ligado diretamente ao João Carlos Antony ocorreu no dia 8 de novembro de 1885, quando Comendador José Cláudio Mesquita recebeu a visita do médico Dr. João Machado de Aguiar Melo oferecendo gratuitamente seus serviços médicos, logo que o Hospital dispunha de uma enfermaria que pretendia estabelecer e receber seus doentes, este fato humanitário foi aceito imediatamente. João Carlos Antony foi autor da primeira planta do projeto da construção do primeiro hospital português no Largo da Uruguaiana.
J. Carlos Antony nasceu em Manaus a 19 de março de 1833, tendo falecido no dia 2 de novembro de 1918. A tradicional família Antony escreveu com seus descendentes importantes momentos da história do Amazonas.
Raimunda de Andrade Antony. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
O livro retrata a biografia de um pastor que durante em vida dedicou seu tempo em prol da evangelização no âmbito social.
A obra literária apresentada por Maria Fernandes foi destaque no programa Literatura em Foco, apresentado por Abrahim Baze, gravado na Biblioteca Genesino Braga da Academia Amazonense de Letras. Intitulada “Benjamim Matias Fernandes – A Saga de um Apóstolo Pentecostal na Amazônia” O livro retrata a biografia de um pastor que durante em vida dedicou seu tempo em prol da evangelização no âmbito social.
Nesta edição, a advogada destacou durante a entrevista, a biografia e os obstáculos que o pastor enfrentou durante sua trajetória missionaria, destacando os anos de evangelização percorridos a pé ou de barco. Visitando locais onde a falta de recursos e a carência fizeram do obreiro um verdadeiro e abnegado herói, típico do interior acostumado às vicissitudes da vida ribeirinha.
Nascido no dia 30 de setembro de 1914, filho de um pernambucano e de uma alagoana que migraram para o Amazonas no início do século XX, o pastor Benjamim Matias Fernandes viu a Assembleia de Deus (a primeira no interior do Amazonas) nascer na casa de seus pais em 1925, na pequena localidade chamada Autaz Mirim. Pertenceu à primeira geração de obreiros da Assembleia de Deus no Amazonas.
O pastor foi homenageado, com o nome na Escola Municipal Benjamim Matias Fernandes, inaugurada no bairro Lago Azul. A instituição de ensino é de educação básica e funciona apenas na etapa de formação de Ensino Fundamental e no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Benjamim Matias Fernandes, localizado no bairro Parque 10 de Novembro, Zona Centro-Sul.
Maria Fernandes, é filha caçula do Pastor Benjamim Fernandes, vindo de uma família humilde é formada em administração de empresa e advocacia, nascida na capital manauara, é mãe de cinco filhos e avó de sete netos.
Com imagens de Nélio Costa e produção de Joiana Costa, você confere a entrevista completa através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.
Esta cidade já não existe mais, em nome da modernidade.
Avenida Eduardo Ribeiro, Centro de Manaus. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Se a arquitetura é o símbolo mais visível de uma sociedade, a fisionomia urbana de Manaus reflete bem o espírito da sociedade que aqui floresceu em fins de 1800 e início de 1900. Na verdade a arquitetura de Manaus, a arquitetura mais antiga exprime uma atitude emocional e estética do apogeu de um período do látex e da burguesia enriquecida pelo processo produtivo.
A cidade que despertou a admirarão de tantos estrangeiros imigrantes ou visitantes, nas primeiras décadas de 1900, surgiu como por encantamento.
De uma aldeia dos índios Manaus, o antigo Lugar da Barra se transformara num dos mais importantes centros do mundo tropical, graças a vitalidade econômica da borracha, que lhe deu vida, riqueza e encantos, como na antiguidade o comércio intenso no Mediterrâneo e no Adriático possibilitou a Roma, Florença e Veneza papel preponderante na economia, nas artes, nas letras e na arquitetura da Velha Europa.
Tal como Veneza, por meio de seu comércio de longo alcance com povos europeus e extras europeus, Manaus veio conhecer o gosto e a experiência de países extras americanos onde sua burguesia procurava inspirações de vida e de ação. O passeio de férias à Europa era ocorrência de rotina para a família de Manaus que, por sua vez, de lá traziam ideias e sugestões transformados em valores culturais, às vezes um tanto invulgar de uma sociedade desejosa de crescer e firmar-se como força civilizadora.
Cidade de suaves colinas, Manaus desdobrava-se em vistas múltiplas para quem a cruzasse nas avenidas e ruas de um lúcido urbanismo. E não deixa de impressionar a obra urbanizadora da capital, creditada ao governo de Eduardo Gonçalves Ribeiro, a topografia da cidade, antes do governo dele, deslumbrava-se em cortes hidrográficos: era o Igarapé do Salgado, o Igarapé da Castelhana, o Igarapé da Bica, o Igarapé do Espirito Santo, Igarapé de Manaus, Igarapé da Cachoeirinha, Igarapé de São Raimundo, Igarapé dos Educandos, etc.
Eduardo Gonçalves Ribeiro aterrou os caudais em benefício de um urbanismo funcional, que lutou contra a natureza até fazer secar os pequenos cursos d’água, transformada em amplas avenidas.
[…] Avenida Eduardo Ribeiro, com sua imponência, resultado do aterro do Igarapé do Espirito Santo. Outros tantos igarapés atravessados por sólidas pontes de ferro, em disposições geométricas artisticamente apresentadas. O Teatro Amazonas erigido no topo de uma colina, como se fosse a Acrópole dos Deuses da Floresta, marca a capital no espaço e no tempo, inaugurado em 1896.
Fonte: TOCANTINS, Leandro. O rio comanda a vida: uma interpretação da Amazônia. Manaus: Valer, 2000. Pág.: 188-189.
Cidade rica, progressista e alegre, calçadas com granito e pedra de liós, trazida de Portugal, sombreadas por frondosas mangueiras e de praças e jardins bem cuidados, com belas fontes e monumentos, tinha todos os requisitos de uma cidade grande urbe moderna: água encanada e telefonias; energia elétrica, rede de esgoto e bondes elétricos deslizando em linhas de aço espalhadas por toda malha urbana e penetrando na floresta até os arredores mais distantes do Bairro de Flores. O seu porto flutuante, obra-prima da engenharia inglesa, construído a partir de 1900, o qual recebia navios de todos os calados e das mais diversas bandeiras.
O movimentar do centro comercial regurgitando de gente de todas as raças, nordestinos, ingleses, peruanos, franceses, judeus, norte-africanos, norte-americanos, alemãs, italianos, libaneses, portugueses, caboclos e índios.
Rua Ferreira Pena, 1933. Destaque para os Bungalows, projetados pelo professor Coreolano Durand. Foto: Bazar Esrpotivo/Acervo Fundação Getúlio Vargas
A Avenida Eduardo Ribeiro concentrava um número expressivo de casas comerciais. Nas proximidades do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, Ruas Marcílio Dias, Guilherme Moreira, Quintino Bocaiúva, 7 de Setembro, Henrique Martins, Instalação, Praça XV de Novembro. Tudo o que o comércio internacional oferecia à época poderia ser encontrado nesta longínqua cidade, plantada a milhares de quilômetros dos principais centros capitalistas.
Atividades comerciais bem constituídas abrigavam, no andar inferior, o comércio e no andar superior a residência do proprietário, instalado próximo ao seu trabalho, o que ocorria normalmente das 7h às 21h da noite.
Esse espaço residencial era o que predominava em nosso centro comercial. Mas, afastadas como a Praça dos Remédios ao longo da Joaquim Nabuco, Largo de São Sebastião, Avenida 7 de Setembro, Rua Barroso, 24 de Maio, Saldanha Marinho e outras ruas circunvizinhas, dispunha-se as residências mais ricas, magníficos palacetes construídos no melhor estilo da época, assoalhos de acapu e pau amarelo, pinho-de-riga, onde o sol vazava as janelas e vitrais europeus. As salas normalmente iluminadas de belíssimos lustres europeus, paredes e tetos decorados de pinturas e telas ou de ar frescos.
Seus salões amplos exibiam luxuosíssimos móveis, porcelanas, cristais, pratarias e que permaneciam sempre abertos para receber visitas e festas de aniversários, banquetes e saraus, as diversões familiares da belle époque.
Casas de alvenaria com porões habitáveis, com fachada de painéis de azulejos europeus, com suas entradas de escadas em degraus de pedra de liós, ou madeira, sala de visita, alcova, sala de jantar, o grande corredor, ladeados de dois três quartos, cozinha em mais dependências.
[…] As famílias de menores recursos habitavam as extensas vilas de casas populares, o que ainda encontramos hoje nas ruas 24 de maio, Lauro Cavalcante e Joaquim Nabuco e as chamadas estâncias, extensas construções de meia-água divididas em pequenos quartos para aluguel. Entre os hotéis destacavam-se o Casina, na Praça Dom Pedro II e o Grande Hotel na Rua Municipal número 70, belíssimo edifício de dois andares, com quarenta e dois quartos, cujos cômodos eram decentemente mobiliados.
Fonte: LOUREIRO, Antônio José Souto. A Grande Crise. Pág.: 33 e 34. In. BAZE, Abrahim. Luso Sporting Clube: A Sociedade Portuguesa no Amazonas. Manaus: Valer, 2007.
Conhecido por seu carisma e dedicação pastoral, o arcebispo emérito dedicou grande parte de sua vida à Igreja e à comunidade local.
A celebração foi marcada por uma missa solene na Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Conceição, presidida por Dom Luiz e concelebrada pelo Arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner, e pelos bispos auxiliares Dom Zenildo Lima, Dom Hudson Ribeiro auxiliado pelo Diácono Edson Ferreira.
A celebração contou também com a presença do público, agentes de pastorais e movimentos, além da presença de membros da Academia Amazonense de Letras, entre eles, o Presidente, Dr. Aristóteles Alencar e Carmem Novoa.
Durante sua homilia, o Arcebispo Emérito falou da importância de viver o lema episcopal ‘Ministrare non Ministrari’, ‘Servir e não ser Servido’, em sua missão de levar o evangelho de Jesus Cristo, ao longo de sua trajetória.
Em sua jornada, o arcebispo se destacou pelo seu compromisso com os mais necessitados e em defesa da Amazônia, estando à frente de diversas iniciativas na região. Seu trabalho em prol dos direitos humanos ganhou notoriedade e reconhecimento nacional e internacional, consolidando sua liderança não apenas religiosa, mas também no meio social e ambiental.
Dom Luiz Soares Vieira, além de possuir uma vocação sacerdotal, possui também uma estrema vocação e inspiração para escrita, o que rendeu seu ingresso como membro efetivo na Academia Amazonense de Letras em 2017, após dois anos teve sua primeira obra literária lançada intitulada “Já é Tempo de Pensar”, editada pela Academia Amazonense de Letras. Obra que constitui um uma coletânea de 214 substanciosos artigos publicados aos domingos nos jornais, o “Amazonas Em Tempo” e “A Crítica”. Em 2015 lançou a obra intitulada “Não Perder a Esperança” editada pela Arquidiocese de Manaus.
Sobre o Arcebispo: Nascido em 2 de maio de 1937, em Conchas – São Paulo, filho de Luiz Carlos Vieira e Juduthi Soares Vieira. Foi ordenado sacerdote na Igreja de São Marcos – Roma – Itália, no dia 21 de fevereiro de 1960.
Em 13 de novembro de 1991, foi nomeado bispo auxiliar de Manaus pelo Papa João Paulo II, e tornou-se o 5° arcebispo metropolitano da Igreja de Manaus, cargo que ocupou até sua renúncia em 2012. Ao longo de sua trajetória, Dom Luiz se destacou pelo seu compromisso com os mais pobres e pela defesa da Amazônia.
Na Academia Amazonense de Letras, o Arcebispo é o segundo ocupante da Cadeira n.º 36, eleito em, na sucessão de Josué Claudio de Souza, e recebido em 25 de novembro de 1997, pelo acadêmico Max Carphentier Luiz da Costa. Trata-se de Cadeira instituída em 1968, fundada por Josué de Souza.
Entre as personalidades está Violeta Branca, o poetismo de vanguarda, que promoveu o papel da mulher na produção literária no cenário amazonense.
O programa Literatura em Foco, apresentado por Abrahim Baze, recebeu na Biblioteca Genesino Braga da Academia Amazonense de Letras, o professor e escritor José Benedito dos Santos, autor da obra “Emergência da escrita de mulheres na literatura amazonense contemporânea (2007-2018)”.
Nesta edição, o autor destacou durante a entrevista, os principais feitos da literatura no Amazonas, através das personalidades femininas que marcaram a cultura literária com grandes feitos, em um legado riquíssimo, entre elas, Albertina Costa Rego de Albuquerque, Silva Aranha Ribeiro e Violeta Branca, que promoveu um papel da mulher na produção literária no cenário amazonense, em um tempo em que a presença da mulher na literatura amazonense era marcada pela ausência, Violeta Branca ajudou a superar preconceitos e abrir caminho para inserção de uma dicção poética feminina, além ser considerada a precursora da poesia feminina na década de 30 e a primeira mulher a ingressar na Academia Amazonense de Letras, em 1937.
Em sua obra intitulada “Emergência da escrita de mulheres na Literatura Amazonense contemporânea (2007-2018)”, o autor concebe um espaço crítico-literário para mulheres escritoras, com o intuito não apenas de trabalhar a fortuna crítica das autoras estudadas neste livro, mas para desconstruir a ideia de que mulheres escritoras não têm o direito de criarem e falarem sobre as suas próprias histórias.
Uma das principais reflexões do autor nesta obra é que a literatura produzida por mulheres, e a representação das personagens femininas na diegese, se configura como um meio de romper com estereótipos atribuídos à imagem da mulher e do ser feminino ficcional na sociedade e na literatura.
Sobre o autor: José Benedito dos Santos, possui graduação em Letras – Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Amazonas (2005), mestrado em LETRAS pela Universidade Federal do Amazonas (2013) e doutorado em Literatura pela Universidade de Brasília (2022). Atualmente é professor de Língua Portuguesa da Secretaria de Educação do Estado do Amazonas. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: Mia Couto, literatura africana de língua portuguesa, literatura brasileira, literatura afro-brasileira, literatura amazonense.
Com imagens de Nélio Costa e produção de Juliana Neves, você confere a entrevista completa através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.