Silvino Santos mergulhou na arte de fotografar, documentarista. Já Aurélio Michiles enriquece não apenas o patrimônio e imagético da Amazônia, mas a própria cultura fotográfica e do cinema, de um período não muito distante, porém, histórico.
A velocidade de transformação da cidade de Manaus é narrada por um longo período por Silvino Santos. Sua obra iconográfica se destaca não só pela experiência da nova síntese de período glamoroso, mas pelo congelamento futurista que, somada a colagem de fragmentos, visões rápidas e múltiplas do nosso cotidiano urbano, aparenta hoje uma vida moderna da época em que se instalava o período do látex.
É nesse ambiente de efervescência cultural, econômica e política, de significados e alterações no espaço urbano e do cotidiano interiorano é que devemos inserir e entender a lente que documentou todo o momento com fotografias e filmes.
Silvino Santos. Acervo: Abrahim Baze
Silvino Santos, um imigrante português que tem uma importância diferenciada na história iconográfica da Amazônia como também temos que se considerá-lo como um dos pioneiros, juntamente como o alemão Huebner, na tentativa de documentar e organizar a memória iconográfica de Manaus em seu entorno.
Exímio fotógrafo e cineasta, como nenhum outro, soube retratar a atmosfera da cidade e seu cotidiano interiorano nas primeiras décadas do século XX. Sua produção retrata tudo aquilo que ele via, ao mesmo tempo, com as novidades que adentravam no espaço urbano. Pouco se mostra do seu trabalho e atuação em estúdios, com retratos e crayon, produções praticamente pequena diante da exuberância de sua fotografia documental urbana. Isso é bastante raro na história da fotografia universal, já que, no período foram poucas as fotografias que conseguiram escapar da tradição do ateliê.
Silvino Santos mergulhou na arte de fotografar, documentarista – cronista, que deu relevância à fotografia como informação na história das representações visuais, e foram muitas.
É nessa particularidade que Aurélio Michiles recupera para a história e futuros estudiosos em DVD a vida e obra de Silvino Santos. O cineasta Aurélio Michiles com seu trabalho de qualidade excepcional, que enriquece não apenas o patrimônio e imagético da Amazônia, mas a própria cultura fotográfica e do cinema, de um período não muito distante, porém, histórico.
Aurélio Michiles dirigindo José de Abreu, no filme documentário Silvino Santos o cineasta da Amazônia. Acervo: Aurélio Michiles.
O cineasta Aurélio Michiles com o seu filme “Silvino Santos o Cineasta da Selva”, nos dá a oportunidade de ampliarmos a investigação e a pesquisa tanto no campo da fotografia quanto do cinema, do cotidiano urbano e da paisagem humana. Tudo isso, garante o acesso irrestrito para pesquisadores, estudantes e interessados neste segmento.
O filme – documentário de Aurélio Michiles é também importante permitindo reparar uma injustiça histórica. É claro que muito já se fez para lembrar Silvino Santos, porém, ainda somos devedores. O filme documentário de Aurélio Michiles vem estimular o interesse e o estudo pela obra de Silvino Santos, o fenômeno da fotografia e do cinema.
Vale lembrar um período de ampliadores, câmeras, obturadores, lentes e tripés, balanças, bacias, prensas, lanternas e cortadores, químicas, filmes e chapas de vidro, papéis e fórmulas especiais, álbum, cartões, pass-partouts, produtos para o acabamento e a apresentação dos trabalhos. Todas essas variedades de materiais e marcas é a consolidação do mercado, tanto profissional quanto o amador da época, hoje estamos na época digital.
É neste contexto que o cineasta Aurélio Michiles aparece como um profissional notável. Na condição de permitir a redescoberta com certo atraso da história do monstro sagrado Silvino Santos.
Aurélio Michiles procurou fazer esse registro, todo esse fragmento da realidade, do tempo sem antes nem depois. Um recorte fixado que representa através dos vestígios deixados por Silvino Santos, um olhar possível sobre o nosso mundo amazônico. Seu filme – documentário, tem esse desejo de olhar e documentar para posteridade, anos que se organizam e eternizam uma época.
Algumas delas têm uma luz e uma atmosfera absolutamente fascinante, pois é possível perceber que ele buscou em Silvino Santos a singularidade de todo um cotidiano amazônico.
O apresentador Abrahim Baze entrevistou na Biblioteca Genesino Braga, o artista plástico, professor, jornalista, escritor e historiador Otoni Moreira de Mesquita. Natural do município de Autazes – AM, o artista reside em Manaus desde o ano de 1955, durante sua infância deu início aos seus desenhos e realizou sua primeira exposição em 1975. Atualmente é graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ (1983).
A obra literária produzida pela Editora Valer, retrata a cidade como artefato cultural, revelando nela a pluralidade dos seus sentidos: material, simbólico e político. Todos entrelaçados na invenção de identidade local da cidade de Manaus.
Com a produção de Juliana Neves e imagens de Yohane Honda, a entrevista completa você pode conferir através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.
Foi no Governo de Eduardo Ribeiro, o grande urbanista, promulgada em 24 de agosto de 1895 a Lei nº. 124, pela qual é efetuada concorrência pública para a instalação dos bondes.
Com todo o desenvolvimento da cidade de Manaus, veio a necessidade de se colocar um meio de transporte à altura do progresso da cidade. A era dos bondes com tração animal estava no fim. A novidade era o bonde elétrico e, assim, “já segundo Waldemar Corrêa Stiel, Manaus foi a segunda cidade do Brasil, depois de Campos, no Rio de Janeiro, a introduzir a eletricidade na iluminação pública, nada mais lógico do que se adotar o bonde elétrico“.
Foi no Governo de Eduardo Ribeiro, o grande urbanista, promulgada em 24 de agosto de 1895 a Lei nº. 124, pela qual é efetuada concorrência pública para a instalação dos bondes.
O vencedor da referida concorrência foi o engenheiro Frank Hirst Habbletwhite, que na época assinou o contrato para as construções das linhas, num total de 20 km, com uma subvenção anual de 200:000$000 no primeiro quinquênio, 160:000$000 no segundo e 120:000$000 no terceiro. Daí em diante cessava a subvenção. Previa-se, também, a possibilidade do concessionário poder aumentar as linhas de trilhos por mais 15 km.
Avenida Eduardo Ribeiro com a Sete de Setembro, década de 1940. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
É formada então a empresa Manaus Railway Company que deu início a instalação das linhas. Em 24 de fevereiro de 1896 é efetuada uma inauguração provisória para experiência. Em 1897, conforme relatório do governador Fileto Pires Ferreira, a companhia já construíra 16 km de linhas, possuindo 16 bondes para cargas e 10 para passeios, tendo transportado 171.783 pessoas. O preço da passagem era de 250 réis.
“Ainda segundo o mesmo autor, para a movimentação dos bondes, que funcionava a partir das 5 da manhã até as 22 horas, foi instalada uma usina hidrelétrica em um dos igarapés da cidade”. Pág. 195 ¹
Foi inaugurado com grandes festejos, os serviços de transporte de passageiros por bondes em 1º de agosto de 1899. Oficialmente Manaus foi a terceira cidade do Brasil a inaugurar os serviços de bondes elétricos. Suas linhas de tráfego eram: Flores, com 24 viagens diárias; Plano Inclinado, com 39; Cachoeirinha, com 67; Circular, com 16 viagens e, finalmente a linha da Saudade, com 53 viagens.
O Estado encampou o serviço de bondes em 24 de julho de 1902 e o repassou a firma Travassos e Moranhas, que por sua vez o transferiu para o engenheiro Antônio Lavadeyra.
Rua Silva Ramos, década de 1940. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Em 1908 é fundada a Manaus Tramways and Ligth Co, com concessão para luz e bondes elétricos durante 60 anos a partir de 27 de abril de 1908, eram seus diretores: James Mitchell, G. M. Both, W.C. Burton e G. Watson. Esta nova empresa absorve a antiga Manaus Railway Co. e entra em atividade em 9 de junho de 1909.
“Por essa época, o coronel Costa Tapajós, superintendente municipal, publica as instruções que acompanham o decreto que proibia cuspir e fumar nos bondes dos serviços elétricos, cujas, multas cobradas dos infratores seriam revertidas em duas terças partes, para a Santa Casa de Misericórdia”. Pág. 198 ²
A decadência desse tipo de transporte advém do início da Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918, que impediu a importação de material, como peças de reposição para os bondes. O bonde era um meio de transporte barato, consequentemente não rendia muito à concessionária e sem possibilidade de ampliação, pois necessitava de grandes investimentos e importação de materiais.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial de 1939 a 1945, os serviços decaíram tanto que em setembro de 1946, o presidente da República assina um decreto autorizando a intervenção federal na Manaus Tramways, a fim de assegurar a normalidade dos serviços. Em 1947 foi extinta a intervenção também por decreto presidencial, mas a companhia estava numa situação de penúria.
Mapa de 1897, mostrando linhas de bonde em Manaus. Imagem: Acervo/The Tramways of Brazil, a 130 year survey, by Allen Morrison
Em 11 de fevereiro de 1950 a Manaus Tramways foi encampada, quando já eram obsoletas e insuficientes as usinas de produção de energia elétrica. Por esse motivo e por economia de energia, os serviços de bondes foram interrompidos. A Serviços Elétrico do Estado, que incorporou a Manaus Tramways, foi obrigada a paralisar totalmente a produção de energia elétrica para a cidade e, por muitos meses Manaus viveu às escuras. A partir daí, foi criada a CEM – Companhia Elétrica de Manaus, que reorganizou os serviços elétricos e, em 1956, numa tentativa efêmera, coloca novamente os bondes em funcionamento. Havia, porém, somente nove bondes em tráfego e não existiam possibilidades de compra e reposição de novos carros e a expansão das linhas. Além disso, a antiga companhia inglesa ainda lutava nos tribunais pela posse de sua concessão, o que motivou a extinção definitiva dos serviços de bondes de Manaus em 28 de fevereiro de 1957.
“Vivendo esse ideal de modernidade e progresso, Manaus passou a buscar com mais intensidade a implementação dos serviços de locomoção, num período em que ocorriam na capital, além das interversões urbanísticas e sanitárias, a ampliação da malha viária, bem como edificação de suntuosos prédios públicos, praças e avenidas, gerando consequentemente a necessidade de veículos de locomoção eficientes para percorrer as áreas da cidade planejada”. Pág. 38,39
Referências
¹ ² CORRÊA, Waldemar Stiel. História do Transporte Urbano no Brasil. Pág. 195, Pág. 198.
³ MAGALHÃES, Soraia Pereira – O Transporte Coletivo Urbano de Manaus: Bondes, Ônibus de Madeira e Metálicos. Manaus: Edua, 2014. Pág. 38,39.
Eles vieram do além-mar. De muito longe, deixando suas aldeias, freguesias, quintas, minifúndios e suas querências ao longo de toda a Portugal. Todos na sua maioria de pequenas cidades do norte, de onde se originava a maioria desses homens e mulheres que vieram estabelecer-se em Manaus e Belém. Alguns desses nomes muito familiares em nossa região, pois foram adotados por ocasião de fundação de vilas e cidades da região amazônica.
Esses imigrantes, quase todos jovens e pobres, eram filhos de agricultores e sitiantes, de numerosa família patriarcal, com rígida educação doméstica e obediente à tradição, valores familiares e principalmente devotos de N. S. de Fátima.
Portugal não tinha mais, ao findar do século dezenove, muito futuro. Sobretudo a região norte, terra de muitos minifúndios, pertencentes a proprietários de famílias numerosas, sem terem como encaminhar seus filhos para a lavoura, uma vez que as parcelas de terras, com a subdivisão de herança se tornaria tão pequena que eram incapazes de sustentar uma família.
Assim, a fina flor de sua juventude migrava para essas regiões do Brasil, em busca de fortuna e de um futuro de dias melhores. Mais tarde, esses parentes e amigos tornavam-se sócios e parceiros no empreendimento em que trabalhavam. E dessa forma começava a sua ascensão social. Na região Amazônica, em especial Manaus e Belém, além desses estabelecimentos varejistas, como os portugueses dominavam as casas aviadoras e o comércio do látex e gêneros regionais, muitos deles vinham diretamente para aprender seu ofício como caixeiros, balconistas, viajantes e propostas dos patrões como gerente de confiança, aos quais eram entregues grandes responsabilidades comerciais.
Entre tantos portugueses que em Manaus deram uma importante contribuição na nossa economia está o Comendador José Cláudio de Mesquita. Nasceu em Setubal, Portugal no dia 7 de outubro de 1858, aonde viveu sua infância e uma parte da juventude.
Em 1883 viajou para Manaus com a incumbência de fundar uma filial da Casa J. H. Andresen, um importante estabelecimento comercial da cidade do Porto desde 1845.
Como cita o professor Agnello Bittencourt:
“De fato em 1885, estava fundado na capital da Província do Amazonas, o estabelecimento denominado Armazéns Andresen, cujos principais negócios era a venda de vinho, ferragem e a compra da borracha. Sua prosperidade foi notável sob o dinamismo e a sagacidade ou a visão mercantil do seu fundador e gerente, despertando a absoluta confiança e apoio. A Casa Matriz era proprietária de várias embarcações, das quais duas viajavam entre Lisboa e Manaus e denominavam-se Dona Maria e Dona Amélia. Além desses barcos havia o possante rebocador Jane que viajava para o interior do estado principalmente no Rio Solimões.” ¹ Pág. 163
Armazéns Andresen na rua Theodoreto Souto, em frente à praça Tenreiro Aranha, 1910. Foto: Valdenor de Souza/Acervo pessoal de Abrahim Baze
Relata o professor Samuel Benchimol em sua obra: Manaós – Do Amazonas-Memória Empresarial.
“José Cláudio de Mesquita deve ter emigrado numa dessas levas de patrícios por volta de 1883. Contava na época o Dr. Emílio Vaz de oliveira, decano dos diretores da Associação Comercial do Amazonas. José Cláudio de Mesquita chegou a Manaus muito jovem, trazido pelo patrício João Andresen, grande comerciante português, de origem dinamarquesa. Os Irmãos Andresen – Alberto, Guilherme e João- com grandes armazéns no Porto e Vila Nova de Gaia, onde comerciavam vinho do Porto para a Inglaterra e Europa, tendo estabelecido em Manaus uma filial e sucursal Sociedade Anônima Armazéns Andresen (a primeira S/A existente em Manaus), tendo como diretor João Andresen e como gerente Joaquim Rodrigues da Silva Dias.” ² Pág.46
José Cláudio de Mesquita começou sua vida comercial como empregado dos Armazéns Andresen ou da firma Araújo e Rosas (antecessores de J. G. Araújo), pois sempre foi amigo do Comendador J. G. Araújo, de quem havia sido sócio na firma Mesquita e Araújo. O aprendizado foi rápido. Era um homem inteligente, sabendo bem ler, escrever e dominava a matemática foi trabalhador do escritório ou auxiliar de guarda-livros dessas organizações. “Possivelmente se aventurou, como era comum na época, como caixeiro viajante dos Andresen e de J. G. Araújo, na visita aos fregueses e seringalistas-aviados do interior, compra de borracha, fazer acertos das reclamações e tomar os pedidos de mercadorias”.
Dessa forma, cresceu na experiência do que muito lhe valeu, anos mais tarde, tendo amealhado seus primeiros contos de réis para montar o seu próprio negócio, passando a intermediar a compra e vende de gêneros regionais.
Mais tarde consegui compra um prédio na Praça Tamandaré, bem próximo dos Armazéns Andresen, no prolongamento da Guilherme Moreira, de onde passou a administrar o seu próprio negócio de comissões e consignações de látex e produtos extrativos. “Ainda segundo o professor Samuel Benchimol, o seu negócio prosperou tanto que, do vigésimo quarto lugar como recebedor de látex em 1909, com 225.203 quilos-chegou ao sétimo lugar, em 1910, com 535.027 quilos e ao terceiro lugar em 1916, quando foi consignado 814.219 quilos.” ³ Pág.46
Comendador José Cláudio Mesquita (à esquerda). José Cláudio Mesquita e Alberto Andresen. Findanza no Pará, 1885 (à direita). Fotos: Arquivo da família/Acervo pessoal de Abrahim Baze
Casamento de José Cláudio Mesquita e Alcaciba de Mesquita e Silva (à esquerda). Casamento de José Cláudio Mesquita, cidade do Porto em Portugal (à direita). Foto: Arquivo da família/Acervo pessoal de Abrahim Baze
Nesses dez anos de intensa atividade comercial, a firma Mesquita e Cia, de propriedade de José Cláudio de Mesquita, conseguiu formar grande lastro de capital, com média anual de vendas de 6,8 milhões de libras esterlinas, sendo que no auge de 1910 chegou a faturar 17,9 milhões de libras esterlinas. Sem dúvida foram anos difíceis, de muito trabalho para alcançar essa posição, como ocorria com a maioria dos seus patrícios e outros imigrantes daquela época. No dia 15 de junho de 1916, fundou a Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria de Manaus, sob a Presidência de J. G. de Araújo, Vice-Presidência de José Cláudio de Mesquita e Secretariado por Antonio Danilo Mattos Oreosa. Esta Instituição tinha por objetivo estreitar as relações comerciais luso-brasileira, desenvolver o intercâmbio entre dois países e promover a exportação dos produtos comerciais.
José Cláudio de Mesquita inventou a (faca amazônica), que ele foi aperfeiçoando a ponto de fabricantes ingleses passarem a adotar seu modelo para produzi-la em série e exportar para os seringais amazônicos e asiáticos. A introdução desse novo tipo de faca veio salvar as seringueiras de destruição causada pelos golpes da machadinha, responsáveis pela destruição de muitos seringais. A (faca amazônica), sem dúvida foi o maior avanço em termos de desenvolvimento sustentado da economia gomífera, pois permitiu, com esse novo instrumento e com o novo corte, aumentar a produtividade das árvores sem danificar o seu lenho e seu caule, que a partir de então eram rapidamente cicatrizados, em substituição á antigas práticas destrutivas e predatórias.
José Cláudio de Mesquita presidiu a Associação Comercial do Estado do Amazonas no ano de 1899, em companhia de outros nomes importantes da vida comercial da cidade de Manaus, tais como: Bertino de Miranda Lima – 1º secretário, Alfredo Moura Alves – 2º secretário, José Rodrigues Cardoso – Tesoureiro e os diretores Nicolau Witt e Antônio Joaquim da Rocha.
Projeto da ‘faca amazônica’ de propriedade de José Cláudio Mesquita. Foto: Arquivo da família/Acervo pessoal de Abrahim Baze
Amparo aos flagelados do Nordeste
Ainda na revista da Associação Comercial se destaca a solicitação para cooperar na prestação de assistência as populações nordestinas, castigadas pelo flagelo das secas, a diretoria da Associação Comercial do Amazonas, no exercício do ano 1900, se fez presente com dever o humanitário, prestando sua ajuda financeira a esses irmãos nordestinos, como destaca a Revista do Centenário dessa Instituição.
“Excelentíssimo senhor presidente e demais membros da Associação Comercial do Ceará. Em resposta ao vosso atencioso ofício de 10 de setembro último em foi solicitado para abrirmos subscrições em favor das vítimas da seca nesse Estado. Comunico-vos que nesta data remetemos a essa corporação por intermédio do Banco Comercial do Ceará, a quantia de 1:000 $ 000, angariada entre os membros desta diretoria. Lamentando não podermos anuir ao vosso pedido de promover e angariar por meios de subscrições, como era de nosso maior desejo, quantia mais avultada, visto já ter o comércio desta capital contribuído para tal fim. Apresentamos a vossa senhoria os protestos de nossa estima e consideração. Saúde e fraternidade. J. C. Mesquita – Presidente, J. J. R. Martins – 1º Secretário, Luís Eduardo Rodrigues – 2º Secretário.” 4 Pág. 55
Aspecto tomado durante aula de sangria da seringueira ministrada pelo técnico norte-americano Harold Gustun. Seringal Miry, 1943. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Nomes que se projetaram
“Ainda na revista da Associação Comercial na década de 1891 a 1900 faz-se mister colocar em destaque, dentre outros já referidos anteriormente, dois nomes que se projetaram no cenário econômico local como figuras merecedoras da gratidão e do respeito de seus coevos, por sua incansável e esclarecida dedicação ao Amazonas, visando a solução dos problemas que mais profundamente afetavam ou viriam a comprometer a estabilidade de sua economia. São eles: José Cláudio de Mesquita, o Apóstolo da Heveicultura e Bertino de Miranda, que se exornariam de amplos conhecimentos, como economista, historiador e jornalista. Seus retratos se incluem neste documentário, como indispensável homenagem.”5 Pág. 56
Primeiro Campo Experimental para a Cultura da Seringueira
“Não se pode acusar a Associação Comercial do Amazonas de inércia ou alheamento, face ao avanço da produção asiática de borracha, resultante do desenvolvimento da plantação das seringueiras nos territórios coloniais de Ceylão (onde foi feita a primeira experiência de adaptação) Malásia, Java, Cingapura, Indo – China e outros.
Impulsionada pelo esclarecido idealismo de José Cláudio de Mesquita, iniciou seus próprios ensaios, fazendo plantar entre terreno situado o atual Boulevar Amazonas e a rua José Cláudio de Mesquita onde corriam outrora os trilhos dos bondes elétricos da antiga Manaus Tramways and Light Ltd., a plantação de mais de uma centena de seringueiras, cujos remanescentes ainda hoje enfeitam referido local. Era o exemplo em termos concretos, apontando o caminho a seguir por todos quantos, nos escalões da administração pública e no seio da iniciativa privada, deviam preservar nossa posição de grandes produtores de borracha, iniciando a heveicultura com recursos naturais e a força do trabalho de que poderíamos dispor para esse fim.
As advertências dos entendidos e a documentação prática da viabilidade da formação de seringais de cultura não foram ouvidas, acabando por gerar a catástrofe, que arruinou a Amazônia.
Ao mesmo tempo em que se iniciava a primeira plantação de seringueira, era instituído igualmente por sugestão do Comendador José Cláudio de Mesquita, “dia da seringueira”, a ser festejado juntamente com “dia da árvore”, a 24 de junho de cada ano.” 6 Pág. 79
Foto: Reprodução/Acervo pessoal
Projeto Experimental Seringal Miry
José Cláudio de Mesquita não se limitou, no entanto, a escrever e apoiar importantes memórias e relatórios sobre a crise e as soluções para sair dela, ele partiu logo para o exemplo e a ação. Plantou, em 1911, em um terreno de sua propriedade, no Boulevard Amazonas, hoje esquina da Avenida Djalma Batista, o Seringal Miry, cujo objetivo era apresentar um projeto-piloto de plantação e campo de estudo, onde pudesse fazer experiências de sua (faca amazônica) e o estudo de novos cortes de sangria e coleta de látex. Nesse local, plantou noventa e três seringueiras em fileiras, numerando-as para observar o seu crescimento e comportamento perante as doenças e pragas, e depois quando crescidas para verificar o seu rendimento e produtividade.
Este seringal experimento, foi criado e financiado pelo próprio José Cláudio de Mesquita, tinha o objetivo de treinar a mão de obra no local e servir de exemplo para outros seringalistas grandes e pequenos. Neste local ele teve oportunidade de analisar o crescimento das árvores e sustentar a viabilidade desse empreendimento, pois em terras não apropriadas em ambiente urbano, as seringueiras tiveram bom desempenho sob a supervisão técnica do Dr. Angelino Bevilacqua. Ele não se limitou a ver, ainda em vida, o resultado do seu esforço com a introdução em larga escala a (faca amazônica), do corte, sangria e da plantação experimental Seringal Miry.
O Seringal Miry foi uma escola de campo experimental fundado pelo intelectual comendador José Cláudio Mesquita em 1914. Com a morte de Mesquita em 1923, o seringal passou a ser administrado pela Associação Comercial do Amazonas. Foto: Thomas D. MCavoy/Acervo pessoal de Abrahim Baze
O seu objetivo era mais audacioso, pois desejava ver a heveicultura implantada em nosso Estado. Para tanto, criou o “Clube da Seringueira” que, conforme carta circular que foi divulgada em 30 de maio de 1916 tinha o objetivo de reunir produtores e industriais do látex. Através desse “Clube da Seringueira”, no dia 17 de junho de 1914, em plena crise do látex, ele comemorou, solenemente, pela primeira vez em Manaus, o “Dia Da Borracha”, com direito a discursos oficiais do Governador da época, Jonathas Pedrosa, do Superintendente Municipal Jorge de Morais e do Presidente da Associação Comercial, Raphael Benoliel, cujo discurso de profissão de fé e esperança no futuro do Amazonas através da Seringueira.
Na sessão da Associação Comercial do Amazonas, realizada no dia 6 de novembro de 1923, foi prestada uma significativa homenagem póstuma a uma das mais destacadas figuras do cenário empresarial amazonense da época que durante muito tempo exerceu cargos diretivos.
“A diretoria da Associação Comercial do Amazonas, profundamente penalizada pelo passamento do saudoso companheiro e amigo que foi José Cláudio de Mesquita lançam voto de pesar nesta ata, em homenagem a sua memória e paz a sua alma.”7 Pág. 98
Bento Carqueja professor e jornalista proprietário do Jornal “O Comércio do Porto”, procurou instituir uma reputação jornalística de isenção e de credibilidade introduzindo profundas mudanças. Pela primeira vez, usou correspondentes de grandes vultos da cultura nacional à época, criou bibliotecas e instituiu o jornal “O Lavrador” em 1903, folha mensal gratuita dedicada aos agricultores patrocinada a época por José Cláudio de Mesquita, que por sua vez se envolveu e patrocinou a Fundação de Escolas Agrícolas Móveis. José Cláudio de Mesquita embora vivendo no Amazonas preocupava-se com o desenvolvimento de sua terra.
Referências
BITTENCOURT, Agnello. Dicionário Amazonense de Biografias – Vultos do Passado. Rio de Janeiro. Editora Conquista 1973. ¹ Pág. 163
BENCHIMOL, Samuel. Manaós-do-Amazonas: Memória Empresarial. Manaus, 1994. Edição do Governo do Amazonas. ² ³ Pág. 46
REVISTA – Primeiro Centenário da Associação Comercial do Amazonas – 18 de Junho de 1971. Editora Umberto Calderaro Ltda. Manaus, 1971 – 4, 5,6 e 7.
*Valiosas informações cedidas por Selma Vasquez de Mesquita Silva (Bisneta do Comendador José Cláudio de Mesquita).
O amazonense Francisco Gomes da Silva nasceu em Itacoatiara, atualmente é Promotor de Justiça aposentado, advogado e escritor é também membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas e da Academia Amazonense de Letras.
Na Academia Amazonense de Letras, Francisco Gomes é o terceiro ocupante da Cadeira n.º 20, eleito em 24 de setembro de 1999 na sucessão de Raimundo Nonato Pinheiro, padre, recebido em 14 de abril de 2000 pelo acadêmico Robério dos Santos Pereira Braga. Trata-se da Cadeira originalmente patrocinada por Affonso Arinos da qual foi fundador José Chevalier Carneiro de Almeida.
O itacoatiarense participou das gravações do Programa Literatura em Foco, na Biblioteca Genesino Braga, apresentado por Abrahim Baze. Na entrevista ele relata a origem e ações dos jesuítas no município, além de ressaltar sua produção nas obras literárias que atualmente chega em seu 18º livro dedicado exclusivamente a cidade de Itacoatiara.
O historiador retrata a história dos jesuítas no município sob o comando da Igreja Católica. Na época, o pontífice italiano Inocêncio XI pelos acordos estabelecidos junto à Coroa portuguesa, conseguiu proibir a escravidão do índio mesmo que conquistado por resgate ou por “guerra justa”, o que contribuiu para o desenvolvimento do projeto colonial sustentado no plano espiritual – salvação das almas; e no temporal – a expansão e conservação das conquistas portuguesas.
O livro intitulado “As Pedras do Rosário”, lançado em 2022 pela editora do Autor, conta história colonial dos jesuítas na Amazônia, ressalta também a memória da Igreja do Rosário em Itacoatiara e a fundação da cidade aos dias atuais (1683-2022). Uma obra repleta de informações históricas dedicada aos Bispos, padres, irmãs religiosas, músicos e paroquiano da cidade. Para Francisco Gomes, o Rosário é uma vocação que veio para Itacoatiara e região pelos jesuítas, ainda no século XVII.
As gravações contaram com a produção de Juliana Neves e imagens de Nélio Costa.
A entrevista completa você pode conferir através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.
Alfredo da Silva Fernandes era filho de portugueses e nasceu em Manaus, professor do Instituto de Educação do Amazonas e Diretor do Teatro Amazonas e idealizador do Primeiro Festival do Teatro Infantil.
No dia 16 de outubro de 1998 comemorava-se cinquenta anos do inicio do Teatro Infantil no Brasil. Naquela época, esse dia o Teatro Infantil apresentava com um elenco de primeira qualidade, entre tantos nomes importantes tivemos Henriette Morineau e Fregolente que se apresentaram com a peça O Casaco Encantado de autoria de Lúcia Benedette, que foi encenada no palco de Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.
Aqui em Manaus quase simultaneamente, aparecia o primeiro grupo de teatro infantil, cujo nome principal haveria de marcar sua época na arte de representar: Américo Alvarez, o famoso Vovô Branco, filho de imigrantes espanhóis, Américo Alvarez sobrevivia da arte de consertar sapatos e prestava serviços no Colégio Dom Bosco. Aliás, exatamente ali, no teatro do oratório do Colégio Dom Bosco, que ele apresentou sua primeira peça na década de cinquenta.
Mais tarde, conquistou o espaço sagrado da dramaturgia nas manhãs de domingo, o Teatro Amazonas, também apresentava no pátio da Usina Alegria entre (Usina de Castanha), onde trabalhava e morava. Logo seu teatro tomou asas das ondas sonoras nas rádios Baré e Rio Mar e, partir daí temos a presença de outros nomes importantes que fazia dupla com ele, Alfredo da Silva Fernandes, juntos faziam a dupla Vovô Branco e Vovô Preto.
Alfredo da Silva Fernandes já era velho conhecido do teatro do Luso Sporting Clube com suas participações nas pastorinhas.
Mais tarde, Alfredo da Silva Fernandes montou seu próprio grupo de teatro, com um elenco composto de crianças, cujas vozes eram dubladas. Em 1958 começou a florir seu lado de dramaturgo, produzindo textos para o teatro infantil. Teve como inspiração a música Coração que Sente de Ernesto Nazareth, assim escreveu sua obra prima Lágrimas de Brinquedo que até os dias atuais, sempre está sendo levada em cena em Manaus.
A estréia da peça foi na Maloca dos Barés, em dezembro do mesmo ano. Porém, mais tarde, produziu outras peças, Um Brinquedo Atrás da Porta, Bruxa de Louça e Um Brinquedo Igual a Gente. Na década de 60, Alfredo da Silva Fernandes deixa o teatro infantil e passa a atuar como produtor teatral.
“… Considero uma peça deliciosa, quando digo peça quero dizer teatro, Lágrimas de Brinquedo é uma obra teatral, revelando uma decisiva vocação para as letras cênicas.”
“Espero que com tanto talento, escreva também para adultos, de vez que o teatro para crianças em nossa terra ainda é um problema a resolver.”
Procópio Ferreira
Alfredo da Silva Fernandes foi para sua época com o teatro infantil um nome reverenciado com instrumentos mais vivos e de resultados mais profundos na arte de representar.
Assim fizeram os jesuítas, quando tiveram de enfrentar o convencimento para incorporar multidões de gentios em nossa terra, compreenderam-lhe a importância do teatro dele socorrendo-se com maior sucesso para a solução de suas dificuldades.
Toda essa experiência admirável de Alfredo da Silva Fernandes justificou em nossa cidade e deixaram grandes lições para as crianças de ontem e os adultos de hoje.
O teatro infantil em nossa terra impõe-se de forma adulta e acabou proporcionando bons momentos daqueles elementos que sobreviveram para guardar boas lembranças, destaco aqui o intelectual hoje na presidência da Academia Amazonense de Letras Robério Braga. O teatro infantil penetrou como força educadora. Alfredo da Silva Fernandes escreveu e dirigiu na execução por meio de nossos artistas pequenos e construíram uma viagem na imaginação feliz, na sensibilidade do homem e do espírito desse gênio do teatro.
Lágrimas de Brinquedo foi também apresentado no palco do auditório da Rádio Baré, emissora associada na noite de 17 de dezembro de 1953. O elenco estava assim constituído: Mãe de Dorinha (Ariasta Sampaio), Dorinha (Lima de Abreu), Palhaço (Genésio Bentes), Papai Noel (Reginaldo Xavier) Coelhinho (Douglas Pinto de Castro), Ursinho (Domingos Demasi Filho), Soldadinho (José Cardoso), Bailarina (Ruth Maria Paes Barreto), Boneca (Avelina Duarte).
No Teatro Amazonas, na noite de 29 de dezembro de 1963, a peça Lágrimas de Brinquedo seguiu a cena com os seguintes atores: Mãe de Dorinha (Tarciluce Fonseca), Dorinha (Ilena Fernandes), Palhaço (Francisco Aragão), Papai Noel (Jorge Salermo), Coelhinho (Robério Braga), Ursinho (Douglas Pinto de Castro), Soldadinho (José Jorge Oliveira), Bailarina (Eliane Mendonça), Boneca (Labile Pereira).
Alfredo da Silva Fernandes era filho de portugueses e nasceu em Manaus, professor do Instituto de Educação do Amazonas representante e membro da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, Diretor do Teatro Amazonas e idealizador do Primeiro Festival do Teatro Infantil, escreveu também o livro Teatro Infantil, publicado em Manaus em 1966. Figura tradicional na cidade, cuja, identidade era vê-lo transitando pelas ruas da cidade com sua lambreta importada da Itália.
Robério Braga aquele menino de 10 anos de idade, já naquela época mostrava talento para as artes em geral. Hoje é autor de mais de uma centena de livros e preside pela segunda vez a Academia Amazonense de Letras.
BAZE, Abrahim. Luso Sporting Clube – A Sociedade Portuguesa no Amazonas. Manaus. Editora Valer, 2007.
O médico e escritor Aristóteles Comte de Alencar Filho foi reeleito presidente da Academia Amazonense de Letras (AAL) neste sábado (16), em Assembleia Geral que elegeu a diretoria para o biênio 2024/2025.
As eleições acontecem a cada dois anos.
A Assembleia de Eleição aconteceu no Salão Nobre do Pensamento Amazônico Álvaro Maia, e contou com a presença dos Acadêmicos e Acadêmicas que escolheram através de voto secreto. Após a contagem dos votos, todas as cédulas de votação foram incineradas em um vaso de cerâmica que é um antigo ritual do processo eleitoral.
Dentre as manifestações dos presentes, a Acadêmica Marilene Corrêa enfatizou a reeleição como uma condição de aprovação das atividades da atual gestão. Realçou também da importância da Academia para a sociedade, nesses 105 anos de existência.
Com o resultado da eleição, a Assembleia Geral apresenta a nova diretoria composta pelos acadêmicos;
Presidente: Aristóteles Comte de Alencar Filho Vice-Presidente: Abrahim Sena Baze Secretária-Geral: Marilene Corrêa da Silva Freitas Secretário-Adjunto: Marcos Frederico Kruger Aleixo Tesoureiro: Euler esteves Ribeiro Tesoureiro-Adjunto: Max Carphentier Luiz da Costa Diretor de Patrimônio: Marcus Luiz Barroso Barros Diretora de Promoções e Eventos: Artemis de Araújo Soares Diretor de Edições: Robério Dos Santos Pereira Conselho Fiscal: José dos Santos Pereira Braga, José Geraldo Xavier dos Anjos e Sérgio Vieira Cardoso Suplentes: Carmen Novoa Silva, Lafayette carneiro Vieira e Maria José Mazé Santiago Mourão.
A Academia Amazonense de Letras recebeu o advogado e escritor Carlos Almir Ferreira para a gravação do Programa Literatura em Foco, apresentado por Abrahim Baze, a entrevista aborda temas da literatura na produção de seus livros intitulados “Médico e o Poeta” e “Vinte e vinte um”, pela Editora Penalux e “Palavras Intimas” pela editora Talentos da Literatura Brasileira.
O escritor é formado em Ciências Contábeis e Direito, atua na advocacia e há mais de treze anos é Analista Processual do Ministério Público da União, exercendo suas atividades no Ministério Público Federal. As gravações contaram com a produção de Juliana Neves e imagens de Nélio Costa.
A entrevista completa você pode conferir através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.
Nesta semana a Academia Amazonense de Letras recebeu alunos do ensino médio da Escola Estadual San’Ana para a gravação do Projeto “Amanhecer Amazônico”, as gravações ocorreram no salão nobre do Pensamento Amazônico Alvaro Maia na sede da Academia amazonense de Letras com a participação do Acadêmico Zemaria Pinto.
O projeto “Amanhecer Amazônico: histórias de protagonismos de escritores da Literatura Amazonense por meio da produção de um documentário” feito pelo Programa Ciência na Escola (PCE) e tem como objetivo de mostrar as vivências e experiências dos escritores Antonino Bacellar, Pedro Calheiros e Zemaria Pinto.
O projeto também faz uma introdução ao estudo da arte literária e sua compreensão para escrita e oralidade e o estudo da arte audiovisual para criatividade e originalidade na determinação do protagonismo juvenil, utilizado pelo Novo Ensino Médio, no itinerário Projeto de Vida, com a devida responsabilidade, liberdade, consciência crítica e autonomia dos alunos da Escola Estadual Sant’ Ana.
Após as gravações, alunos e a professora na companhia do Acadêmico Zemaria Pinto, tiveram a oportunidade de conhecer as demais dependências da Academia, entre elas a Biblioteca Genesino Braga da qual abriga todas as obras literárias escritas pelos imortais, além da visita ao salão memorial onde se encontra os registros fotográficos dos grandes acadêmicos desde sua fundação até os dias atuais.
Coordenado pela professora Irlene Pinheiro Costa de Sousa, o projeto conta com a participação de alunos do projeto: João Pedro Albuquerque, Marcos Miranda, Maria Eduarda Marques e a aluna voluntária Gizela no Programa Ciência na Escola (PCE).
O Presidente da Academia Amazonense de Letras, Dr. Aristóteles Alencar esteve presente na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para realizar a doação de 2.204 livros. A solenidade de entrega contou com a presença da vice-reitora da UEA, Prof.ª Dra. Kátia Couceiro; o diretor da ENS/UEA, Prof. Dr. Otávio Rios; e a diretora do SIB/UEA, Sheyla Lobo.
Para o reitor da UEA, Prof. Dr. André Zogahib, a entrega é um ato de e parceria que visa promover melhorias das bibliotecas das universidades, segundo o diretor, a universidade tem o compromisso de enriquecer o conhecimento dos alunos através dos acervos além do sucesso dos alunos e a qualidade dos cursos.
O presidente da AAL, Dr. Aristóteles Alencar, afirma que a UEA é uma parceira importante para a academia por tratar-se de um local que respira cultura, pois a doação é uma oportunidade de poder apresentar aos alunos e professores conteúdos riquíssimos através de livros que são fruto de emendas parlamentares, com verbas destinadas à publicação de obras dos acadêmicos, ele destaca também que os temas bordados nas obras literárias são os mais diversos, como contos, poesias, biografias, entre outros.
Os livros doados pela Academia Amazonense de Letras serão gradativamente entregues a unidades da universidade no interior.