A obra ‘Canumã’ é considerada o primeiro romance escrito por um indígena do povo Mundurukus.

Apresentado por Abrahim Baze, o Programa Literatura em Foco recebeu nesta edição na Biblioteca Genesino Braga, o professor da rede pública estadual e indígena Mundurukus, Ytanajé Coelho Cardoso. Nascido aldeia Kwatá, no município de Borba, o professor e escritor indígena relata durante entrevista a preocupação em manter a língua nativa do povo Mundurukus, especialmente dos anciões que são poucos. Preocupado com a perda dessas vozes ancestrais, o professor usa estratégias para manter esta tradição viva.

O autor do livro “Canumã: A travessia”, visa dar voz aos povos que habitam a aldeia Kwatá, no município de Borba, misturando ficção com lembranças da infância na região. Publicado pela Editora Valer, o livro surgiu a partir das pesquisas de graduação de Ytanajé. Tradicionalmente o povo de etnia Mundurukus é pertencente a região do Alto Tapajós que se concentra majoritariamente na Terra Indígena de mesmo nome, com a maioria das aldeias localizadas no rio Cururu, afluente do rio Tapajós, região conhecida como Mundurukânia.

O livro de ficção, intitulado “Canumã: A Travessia”, é um romance que apresenta uma linguagem de uma narrativa estruturada, que enfatiza o papel dos anciãos, a ameaça do desaparecimento da Língua Munduruku com a morte dos velhos e a vida na comunidade. Ytanajé traz para o leitor, numa linguagem simples, tanto divertida quanto trágica, o conhecimento da cultura, o dia a dia, as relações de amor, de amizade e da infância.

Ytanajé Coelho Cardoso, é Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Amazonas. Mestrado em Letras e Artes pela Universidade do Estado do Amazonas. Graduação em Letras – Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do Amazonas. Foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, desde a graduação até o doutorado.

Professor da Secretaria de Educação e Desporto do Amazonas (SEDUC), desde 2016. Atuou como professor substituto e colaborador dos cursos de Pedagogia Intercultural Indígena, da Universidade do Estado do Amazonas, desde 2017. Faz parte do Núcleo de Estudos de Linguagens da Amazônia – NEL- AMAZÔNIA (UFAM) e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Escolar Indígena e Etnografia (UEA).

Siga nossas redes sociais:
Instagram: @academiadeletras.am
Facebook: academiadeletras.am
Youtube: @academiaamazonensedeletras1981
Tiktok: @academiadeletras.am