Criada em 1900, a Academia Paraense de Letras é a mais antiga da Amazônia e uma das primeiras do Brasil.

Querida Belém!

Nos últimos dias tenho pensado na ultima viagem que aí estive a convite da poetiza Sarah Rodrigues, era um momento especial, acontecia a feira Pan Amazônica do livro. Tive oportunidade de participar da feira, rever amigos e fazer outros amigos, muito especial os imortais da Academia Paraense de Letras, revendo e vivenciando a Belle Époque dos teus casarões, que a modernidade dos teus sonhos não apagou, os teus desenganos e, porque não, o teu amanhã de uma Amazônia iluminada.

O meu sonho de te encontrar em traje de soirée o dernier cri do Paris n’América, te vejo a assistir La Bohéme, no esplendor do teu Teatro da Paz. Em êxtase, a bailar nos saraus do Palacete Pinho, onde impecáveis acepipes foram encomendados à Casa Carvalhaes. Soberbamente cocotte, a mostrar sua arquitetura construída no período do látex. Tardes alegres na matinée do Cinema Olympio e, necessariamente depois, saborear o charlotine, na terrasse do Grande Hotel, às 17h a espera da tradicional chuva da tarde.


Foto: Divulgação/Academia Paraense de Letras

Ah! Belém, quanta saudade! E perdoe-me a pretensão de querer ver-te na sedução do teu passado.

Também te vejo e nem por isso menos querida em estamparia de chita, a seduzir a sonolência da cidade velha com a frivolidade do teu comercio pujante. A luz das lamparinas e lampiões perdendo seus brilhos para o sol que acabara de nascer reluzindo frenesi de suor na pele morena de tuas meninas moças, nos batuques, dos arrabaldes da grã-finagem.

Ah! Belém, quanta saudade da hora do ângelus e o quanto das cigarras, cúmplice da missa das 18h da Matriz, com a participação da população simples e dos acadêmicos membros de tua intelectualidade.

Belém querida, me afogo em nostalgia do teu passado glorioso e desperto para o teu amanha venturoso. Preservar os teus retratos, guardar tuas memórias e principalmente recolher tuas ruínas transformando-os os teus pedaços e a partir deles reinventar os teus sonhos.

Permaneço na minha Manaus, a continuar sentindo saudades, com fortes lembranças do tempo que te conheci, lembrando a sombra das mangueiras frondosas da Avenida Nazaré, do Sírio de Nazaré, do carimbó, da tua culinária, que é só tua.

Quero te fotografar na minha mente e apropriar-me de retratos múltiplos e variados na beleza dos tempos de antanho. Teus imortais da Academia Paraense de Letras com seus discursos inflamados promovem as realizações do espírito para cultivar o saber e as artes, que se reveste de uma importância ainda maior. Isso evidencia o compromisso e as responsabilidades dos membros desta casa consagrada ao saber, que trabalham incansavelmente os valores, os bens espirituais e a construção de uma sociedade esclarecida e cidadã.

Academia Paraense de Letras

Abrahim Baze em visita à Belém do Pará, Ivanildo Ferreira Alves, Presidente da Academia Paraense de Letras, Sara Rodrigues, membro da Academia Paraense de Letras e Nazaré de Melo, também membro da Academia Paraense de Letras na Feira Pan Amazônica do livro. Foto: Acervo Abrahim Baze.

“[…] Fundada em 3 de maio de 1900, por um grupo de escritores e teve como primeiro presidente Domingos Antônio Raiol, o Barão de Guajará. A mais importante entidade literária do Estado do Pará, é a terceira mais antiga do Brasil, depois da Academia Cearense e da Academia Brasileira de Letras.

Os principais objetivos da Academia Paraense de Letras são fomentar o desenvolvimento da literatura e da produção cultural regional, estimular a pesquisa em linguística e literatura e homenagear as realizações de ilustres escritores e estudiosos paraenses. Promove eventos literários, conferências e palestras, além de conceder prêmios literários de prestígio para reconhecer obras de destaque em diferentes gêneros.

A Academia Paraense de Letras (APL) é uma instituição cultural que tem como objetivo promover e preservar a literatura e a cultura paraense, além de reconhecer e homenagear os escritores e intelectuais do estado.

A instituição realiza diversas atividades, como sessões solenes, lançamentos de livros, conferências, debates e premiações literárias. Além disso, a Academia Paraense de Letras mantém uma biblioteca com um acervo significativo de obras literárias paraenses e brasileiras.

A Academia Paraense de Letras desempenha um papel importante na preservação e valorização da cultura e literatura do Pará, promovendo a produção literária local e incentivando o estudo e a divulgação das obras dos escritores paraenses”.

Ivanildo Ferreira Alves, Presidente da Academia Paraense de Letras.

Ivanildo Ferreira Alves – Jurista, atual presidente da Academia Paraense de Letras, tem uma trajetória de conquistas de vários prêmios em seus trabalhos literários. Nasceu na cidade de Maracanã, em 1961, no Estado do Pará.

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