Autor ascom

A terceira geração de judeus marroquinos compreende o período da grande crise, que vai de 1920 a 1950, quando durante esse período de trinta anos, a economia amazônica entrou em crise.

A terceira geração de judeus marroquinos compreende o período da grande crise, que vai de 1920 a 1950, quando durante esse período de trinta anos, a economia amazônica entrou em crise e os descendentes da primeira geração e pioneiros, que se internaram nos mais remotos lugares, vilas, povoados e pequenas cidades da Amazônia, iniciaram o seu êxodo para Manaus e Belém. (BENCHIMOL, 1998).

Era, como disse acima, os tempos das vacas magras, de pobreza, penúria, quando os judeus – e juntamente os sírios-libaneses e nordestinos-cearenses – começaram a abandonar os seringais, castanhais, regatões, flutuantes, casas de comércio, sítios e fazendas, que já não valiam mais nada, em busca de sobrevivência nas capitais dos Estados do Pará e Amazonas.

E continua a narrativa do professor Samuel Isaac Benchimol, agora destacando Belém do Pará que já existiam organizadas duas comunidades religiosas:

[…] Em Belém do Pará já existiam organizadas duas comunidades, a de Essel (ou Eshel) Abraham, fundada em 1824 (1823) por Abraham Acris, e Shaar Hashamain, ao que tudo indica fundada antes, ou reinaugurada por marroquinos haviam emigrado para o Pará, no período de 1810 a 1920, ou seja durante cerca de um século, afluiu a Belém considerável massa de judeus que abandonaram as suas vilas e cidades de origem: Cametá, Baião, Gurupá, Breves, Macapá, Altamira, Santarém, Óbidos, Alenquer, Faro, Oriximiná, Itaituba, Boim, Aveiros, deixando pra trás os seus cemitérios abandonados, com os nomes de seus pais e mães esculpidos na lápide de mármore. Abandonaram as suas casas de moradias, os seus negócios e até, como no caso da Cametá, as duas sinagogas que chegaram a funcionar nessa cidade, de onde trouxeram os seus sefarim (rolos da Torah) para as sinagogas de Belém.

Muitos, principalmente mandaram os seus filhos para serem educados no pensionato de D. Sol Israel, bondosa e lutadora, esposa do senhor Elias Israel, filho pioneiro Judah (Leão) Elias Israel, que teve papel muito importante na salvação das crianças judias do interior do Pará e Amazonas, dando-lhes educação judaica e abrigando-as apesar da pobreza no seu lar. Seu marido, o senhor Elias Israel, que chegou a ser rico e próspero, para sobreviver foi ser Shaliaha da Sinagoga Shaar Hashamaim e como nada ou pouco recebia, vivia de ensinar, de casa em casa, os meninos judeus e, ao mesmo tempo, de vender no varejo como ambulante, botões de todos os tipos, para confecção e costureiras. Botões esses que os rebeldes e traquinos judeus tiquitos (pequenos) ralampeavam (haquitia para surrupiar) nas aulas de hebraico, para brincar nos seus times de futebol de botão.

Eram numerosas as famílias judias da terceira geração que haviam abandonado o interior para viver em Belém: Athias, Pazuelo, Benzecry, Serfaty, Levy, Obadia, Abtibol, Nahon, Bemergui, Benjó, Dahan, Elmescany, Bentes, Benchimol, Anijar, Aguiar, Benzaquem, Zagury, Hamu, Melul e centenas de outras famílias que, juntamente com os judeus locais, formavam um grupo de cerca de 600 famílias, num total de cerca de 3.000 judeus na década dos anos de 1930 a 1950.

A atividade comunitária era intensa, pois as duas sinagogas se encarregavam em proporcionar consolo espiritual para esses empobrecidos judeus que haviam, outrora, conseguido alcançar prosperidade durante o ciclo da borracha, de 1890 a 1910. As sinagogas Essel Abraham – Bosque, Arvoredo ou Pousada de Abraham, na Rua Campo Sales abrigavam os judeus mais pobres e os forasteiros (Toshavin), cuja rivalidade contra os sefaradins megorashin ainda permanecia.

Essa primeira e mais antiga sinagoga sempre foi denominada Esnoga de Los Pobres, (os judeus forasteiros, na sua pronúncia em hebraico, suprimiam a diferença fonológica entre o shin (chiante) e o sin (sibilante), e, por isso ao invés de Eshel Abraham se referiam a Essel Abraham, nome incorreto, pelo qual ficou sendo conhecida a esnoga dos forasteiros da Rua Campos Sales (Inácio Obadia, depoimento e correligionário), porém nunca faltava minyan (quórum de 10 judeus) para poder fazer certas orações como abrir o Hehal (área onde são guardadas os sefarim – rolos da lei) e dizer o Kadish (oração pelos mortos). Os forasteiros como eram muito mais religiosos e doutos do que os sefaraditas mantinham as suas tradições e eram muitas vezes mais exigentes no ritual, sobretudo na leitura da Torah, onde o Baal-Korê (leitor das escrituras em Lashon-Hakodesh-Língua Hebraica Sagrada) não podia cometer mais do que três erros.

Por esse motivo havia muitas discussões na sinagoga e muitas delas geravam brigas, desafios e malquerências, o que forçavam os revoltosos e dissidentes, muito a contragosto, a frequentar a sinagoga dos sefaraditas Shaar Hashamain, da Rua Arcipreste Manoel Teodoro, para depois regressar e fazer as pazes com a sua esnoga original. Esta era considerada, no passado, a esnoga dos aviadores e dos ricos, pois tinha muita imponência, embora o ritual não fosse tão rigoroso como na sinagoga da Campos Sales. Com o empobrecimento dos judeus de ambas as sinagogas, a primeira se tornou esnoga de los pobres forasteiros e a outra a pobre esnoga dos judeus aviadores falidos.

Prezença de Israel, Samuel e Isaac Benchimol, prefeito de Manaus Loris Cordovil, além de outros membros da Comunidade Judaica de Manaus, no lançamento da Pedra Fundamental da Sinagoga Beth Yaacov. Foto: Anne Benchimol/Acervo Sinagoga

Outra grande figura de judeu foi a do Major Eliezer Moyses Levy, que foi duas vezes Prefeito de Macapá e uma de Afuá, tendo o seu irmão Moyses sido Prefeito de Igarapé-Mirim. O Major Eliezer, mesmo nesses tempos de crise, jamais perdeu a sua consciência política e comunitária, pois após haver deixado o interior, onde além de político tinha uma companhia de navegação, foi um ardoroso sionista, tendo fundado o jornal A Voz de Israel. A sua filha Anita Levy fundou, na década dos anos 30, juntamente com seu primo, o erudito e sábio David José Perez, o Deborah Clube, uma associação de moças com o objetivo de fazer reuniões, festas e ajudar a comunidade. Um dos seus filhos, o Dr. Judah Eliezer Levy foi o arquiteto, construtor ou reformador de 3 sinagogas: Essel Abraham e Shaar Hashamain em Belém e Beth-Yaacov/Rebi Meyer em Manaus.

Muitos outros eminentes judeus atuaram, nesse período, tanto no campo religioso como na área comunitária e empresarial. Porém no campo religioso não podemos deixar de mencionar a liderança de Levy Obadia, Isaac Pinhas Melul, judeu de Cametá que ao se mudar para Belém, pelo seu notável conhecimento das escrituras e da Torah, tornou-se o Shaliah comunitário da Sinagoga Essel Abraham, até a sua morte aos 106 anos de idade, em 30/04/1974; Samuel Benjó, Leon Benjó, Isaac Dahan( natural de Alenquer), Abraham El-Mescany (de Óbidos), Abraham Moyses Melul, José Ricardo Anijar e o professor Inacio Obadia, todos eles ilustres hahamin, leitores da escritura (Baal Korê) e profundos conhecedores da Torah da Sinagoga Essel Abraham da Rua Campos Sales, de los pobres forasteiros toshavim.

Na outra sinagoga, da outrora rica, e durante a terceira geração dos judeus pobres judeus aviadores e comerciantes falidos – Shaar Hashamaim da Rua Arcipestre Manoel Teodoro- funcionaram como líderes espirituais: Judah (Leão) David Israel, no período de 1890 a 1898, Rebby Messod Dabella, Rebbi Jacob Benualid, Elias Leão Israel (1909 a 1912), Abraham Anijar (rabino atual da Sinagoga Shel Guemilut Hassadim do Rio de Janeiro), Leão Samuel Aguiar, David Benzaquem, Leon Bengio, Menasseh Zagury, Rabino Abraham Hamu e Rabino Moyses Elmescany, este último da cidade de Óbidos e que hoje é o líder religioso e espiritual do Centro Israelita do Pará, dirigido pela arquiteta Oro Serruya e pelo Dr. Marcos Serruya que a sucedeu no período de 1998-2000. Há ainda uma terceira Sinagoga do Grupo Beit/Chabad, dirigida pelo Rabino Disraeli Zagury, que tem conseguido aumentar o número de seus fiéis mais conservadores, atraídos pelo seu fervor religioso.

O Centro Israelita do Pará foi fundado em 20/06/1918 em Belém, e desde então tem sido presidido por grandes figuras do judaísmo paraense: Moyses Levy, Marcos Athias, Abraham Athias, Jaime Bentes (durante cerca de 20 anos) Isaac Barcessat, Elias Pazuello, Ramiro Isaac Bentes, Aarão Isaac Serruya, Isaac David Nahon, Oro serruya e agora Marcos Serruya.

Lançamento da Pedra Fundamental da Sinagoga Beth Yaacov. Foto: Anne Benchimol/Acervo Sinagoga

Na parte empresarial, os judeus paraenses da terceira geração, que haviam falido durante a crise da borracha, ou ficaram muito empobrecidos, tentaram reerguer-se com a ajuda de suas esposas, trazendo as suas famílias para Belém, onde reiniciaram a sua luta e a sua nova vida. Uns como empregados e funcionários públicos, outros como vendedores, negociantes e lojistas. Alguns se transformaram em grandes exportadores de borracha, sorva, castanha, couros e peles, cumaru, timbó e outros produtos regionais, na década dos anos de 1930 a 1950. Nesse período sobressaíram-se: Jayme Pazuello, Marcos, Marcos Athias, Jacob Benzecry, Y. Serfaty, Major Levy e Samuel Levy (de Macapá) Marcos Abitbol e muitos outros.

Os negócios durante a Segunda Grande Guerra, com os Acordos de Washington de 1942, a criação do Banco da Amazônia, em 1940, e a Nova Constituição Federal de 1946, que no seu artigo 199 instituiu o Fundo de Valorização da Amazônia, com recursos de 3% retirado da receita federal durante 20 anos, ajudou a recuperar a economia amazônica, e os judeus tiveram uma prosperidade efêmera, pois passaram a dominar o comércio exterior e a agregar valor aos produtos nativos através da industrialização e beneficiamento da borracha, castanha, couros de jacaré, timbó, serraria, destilação de pau-rosa e etc.

E continua o professor Samuel Isaac Benchimol a narrativa histórica da civilização deste povo que se constituiu sob o signo do sofrimento, do silêncio e da esperança. Rio sem margens que converge para o largo mar da memória, cemitério de lembranças, onde jazem velhos barcos arruinados, náufragos e viajantes em busca de um porto seguro. Como se fossem velhos navegadores conduzindo suas naus através de rotas antigas, reconstruindo a geografia de um passado perdido no tempo e que descrevo aqui na minha obra. Agora com destaque para a cidade de Manaus de um período importante para nossa história.

[…] Em Manaus idêntico movimento repetiu os mesmos padrões seguidos pela terceira geração de judeus paraenses. A luta talvez tenha sido mais difícil para os israelitas amazonenses, pois vivendo no interior da selva, a 1500 Km de Belém, tudo se tornava mais difícil, oneroso e caro.

Os judeus falidos e empobrecidos do interior começaram a chegar a Manaus que, em 1930, tinha cerca de 90.000 habitantes (o senso de 1920 indicou 75.704 e o de 1940 106.399 habitantes). Como não houve senso em 1930, pode se estimar a população de Manaus em cerca de 90.000 habitantes. A maioria dos judeus amazonenses veio de Itacoatiara (Perez, Ezagui, Azulay), Parintins (Cohen, Assayag), Maués (Levy, Abecassis), Borba (Laredo), Humaitá (Julio Levy), Porto Velho (Querub), Guajará Mirim (Benesby), Fortaleza do Rio Abunã (Isaac Israel Benchimol e seus 8 filhos), Tefé (Siqueira, Cagy), Coari (Pinto), Tarauacá (Henry Cerf Levy e seus 12 filhos católicos), Iquitos (Tapiero, Toledano), apenas para mencionar alguns nomes, correndo sempre o risco grave de omissão que será reparada quando mencionar os nomes dos judeus das cidades interioranas, em outro capítulo.

Deve-se também mencionar que muitos judeus paraenses de Alenquer, Óbidos, Santarém e, sobretudo, de Belém começaram a migrar para Manaus, em busca de novas oportunidades de trabalho e emprego. Entre os judeus paraenses que vieram reforçar a comunidade de Manaus, devemos mencionar nessa terceira geração os Sabbá, Benarrós, Bemergui, Benmuyal, Aguiar, Azulay,Benzecry e outros que se estabeleceram e muitos tiveram extraordinário sucesso e liderança na economia e sociedade amazônica. O maior deles foi Isaac Benayon Sabbá, que foi o pioneiro da industrialização da Amazônia, com a construção da Refinaria de Petróleo de Manaus, inaugurada em janeiro de 1957 e que durante sua vida construiu um império de 41 empresas e estabelecimentos industriais.

A comunidade judaica de Manaus, nesse período de 1930 a 1950, cresceu para 250 famílias, com a vinda de migrantes do êxodo rural proveniente do interior do Estado e da capital Paraense, Por ser menor do que a comunidade paraense de Belém e pelo fato dos judeus viverem na sua quase totalidade, no interior do Estado, somente em meados da década dos anos 20 tiveram oportunidade de organizar as instituições da comunidade judaica (sinagoga, cemitério, hebrá, escola, clube social e os cinco pilares da vida comunitária).

Essas organizações foram sendo criadas pelos novos migrantes do interior que se estabeleceram em Manaus. Depois de reconstruir as suas vidas, alguns judeus se tornaram líderes como: Isaac José Perez, o grande prefeito judeu que revolucionou, urbanizou Itacoatiara (1926 a 1930) e fundou os cemitérios judeus de Manaus.

Era casado com Rachel Hilel Benchimol, cujos pais vieram de Gilbratar para Cametá em 1850 e depois se transferiu para Itacoatiara, onde realizou como prefeito a urbanização da cidade como veremos em capítulo especial, no segundo volume desta pesquisa. Isaac José Perez veio para Manaus em 1928, ainda como Prefeito de Itacoatiara conseguiu, com o seu prestígio, junto ao Governador Efigênio de Sales, a troca de um terreno aos fundos do Cemitério São João Batista, que havia sido comprado para ser o cemitério judeu por um terreno melhor situado ao lado do Cemitério São João Batista, na esquina do Boulevard Amazonas, hoje Avenida Álvaro Maia.

Comprado o cemitério judaico e feito seu gradeamento, Isaac José Perez teve o grande infortúnio e desdita de ver morrer de febre amarela o seu querido e amado filho Leon Perez, jovem engenheiro politécnico, que estava em visita aos seus pais. Por ironia do destino, o fundador do Cemitério Judeu de Manaus o inaugurou, enterrando seu próprio filho, em 12 de setembro de 1928. Foi o primeiro kadish (oração pelos mortos) dito por um judeu para seu filho na Mearah (cemitério em haquitia) de Manaus, pois anteriormente os judeus eram enterrados no cemitério católico ao lado sem nenhuma cerimômia, pois praticamente não existia comunidade organizada e nem talvez minyan (quórum de 10 judeus) para poder dizer o kadish à beira da sepultura (qeburah).

O segundo passo para organizar uma sinagoga. Os exilados (os novos megorashim e toshavim-sefaraditas e forasteiros) do interior resolveram a Sinagoga Beth Yaacov, cuja a primeira sede foi na Rua Lobo D’Almada, perto do antigo escritório de A Crítica, e depois transferida para Rua Barroso, quase em frente da Biblioteca Pública, para em seguida ser novamente mudada para um sobrado na Avenida 13 de Maio (atual Getúlio Vargas), ao lado do cine Polytheama, onde coloquei os meus telefim (bar-mitzvh), cerimônia de maior idade e integração à comunidade, realizada aos 13 anos de idade no ano de 1936.

Sede da antiga Sinagoga Beth Yaacov. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

No ano seguinte, Isaac Israel Benchimol, um próspero e rico seringalista da Fortaleza do Rio Abunã, que faliu e empobreceu na grande crise da borracha, de 1930 e que se transferiu para Manaus com seus 8 filhos em 1933, recomeçou a sua vida como humilde e pobre guarda-livros.

É eleito Presidente do Comitê Israelita do Amazonas e um dos seus primeiros atos foi comprar a sede própria da Sinagoga Beth-Jacob, que passou a funcionar no novo prédio, adquirido na Rua Ramos Ferreira nº 596 (Praça da Saudade), desde o dia 4 de junho de 1937, quando o referido prédio foi comprado de D. Francisca Regallo Araújo.

O Comitê Israelita do Amazonas foi fundado em 15 de julho de 1929, sendo seu primeiro presidente o Sr. Raphael Benoliel, sócio presidente da firma B. Levy & Cia., a mais rica e próspera firma exportadora de aviamentos para o interior do Estado, que nessa altura já estava em situação difícil, vindo a liquidar-se em 1943. Os fundadores do Comitê que assinaram a ata de presença foram, além de Raphael Benoliel, os Srs. Raphael Benayon, Isaac José Perez, David Alberto Sicsú, Alberto Abraham, Jacob Benchimol, S. J. Aben-Althar, Pacífico Ezagui, Moyses Benchimol, Jacob Abecasis, Jacob Chocron, Isaac Sabbá, David Leão Israel, Samuel J. Benoliel, Simão Benchimol, Marcos Ezagui, Abraham Samuel Alves, Leão Abraham Azulay, Jacob I. Benzaquen, Salomão Alves, Augusto Ezagui, Marcos Esquenasi, Isaac Rozenstein, José David Israel, Laão Abraham Pinto, Nessim Pessah, Mogluff Cohen, Salomão Benemond, Solon Benemond, Moyses Julio Levy, Isaac S. Benoliel, David Israel, Julio Levy, Raphael José, David Fortunato Benarrosh, Samuel A. Ohana, David J. Israel, Joseph Tapiero, Hebron Levy, Lazaro Klein, José Samuel Levy, Lazaro Sasson Tayah, Elias Benchimol, Jacob Sabbá, Fortunato Berrarrosh, José David Sicsú (Fonte: Manuscrito descoberto pelo Dr. Isaac Dahan, atual Presidente do Comitê Israelita do Amazonas).

Todos esses fundadores eram na sua maioria, líderes empresariais de Manaus, com exceção do Dr. Raphael Benayon, que era advogado e Professor e Catedrático de Direito Internacional Privado da Faculdade de Direito do Amazonas e que havia traduzido do francês para o português o famoso livro de R. Von Ihering -O Espírito do Direito Romano, que durante várias gerações foi livro de teto de quase todas as Faculdades de direito do Brasil ( Menezes, Aderson, 1959:57).

Interior atual da Sinagoga Beth Yaacov. Foto: Anne Benchimol/Acervo Sinagoga

Interior antigo da Sinagoga. Foto: Anne Benchimol/Acervo Sinagoga

Desde a sua fundação, o Comitê teve 11 Presidentes: Raphael Benoliel (1929/1931), Jacob Benoliel (1932/1937), Isaac Israel Benchimol (1937/1957), Israel Siqueira Benchimol (1958/1961), Isaac Israel Benchimol (1962/1974), Samuel Isaac Benchimol (1975/1985), José Laredo (1985/1988), Franklin Isaac Pazuello (1988/1991), Samuel Koifman (1991/1994), Celso Neves Assayag (1994/1997) e Isaac Dahan (1997/2000).

A segunda sinagoga de Manaus foi fundada pelo nosso correligionário Jacob Azulay com um grupo de judeus forasteiros (Toshavim) e sefaraditas (megorashin), descontentes com a comunidade da esnoga Beth-Yaacov, que era considerada a sinagoga dos sefaraditas megorashin y de los ricos. Este segundo templo com o nome Rebby Meyr funcionou no começo num prédio familiar cito a Praça 15 de Novembro, perto da antiga firma Higson & Cia., e da Rua Tamandaré. Posteriormente foi transferida para um prédio próprio na Av. 7 de Setembro 385 com fundos para a Rua Visconde de Mauá nº 301, conforme escritura de 20 de maio de 1945.

Eram seus dirigentes e depois de sucessivos presidentes os correligionários Salvador Bemergui, Salomão Benmuyal, Augusto Pacíficico Ezagui, David José Israel, Vidal David Israel, Samuel D. Israel, Elias D. Israel, Salomão José Laredo, Miguel Cohen e outros. Era conhecida como la esnoga de los pobres, tal como a esnoga Essel Abraham da Rua Campos Sales, de Belém do Pará.

Ambas as sinagogas foram fundidas com a construção do novo templo, em 18 de janeiro de 1962, com o novo nome de Esnoga Beth-Jacob/Rebi Meyr, que assinala o fim da rivalidade sefaraditas/megorashim e forasteiros/toshavim em Manaus, com a reconciliação das duas correntes do judaísmo marroquino do século XIX. Esta fusão foi realizada graças ao trabalho do Presidente Isaac Israel Benchimol Z’L’ (Zichronô Libracha – de abençoada memória) falecido em 24 de dezembro de 1974, e Vice-Presidente Samuel Isaac Benchimol, com a plena cooperação do Sr. Jacob Azulay, que passou a funcionar como nosso Shaliah (oficiante) comunitário, grande conhecedor da Torah (Baal Korê) até a sua morte, em 09 de fevereiro de 1976.

Funcionaram como Shaliah, Hazan, Baal Korê (oficiante, cantor, leitor das escrituras bíblicas), desde a fundação os nossos correligionários: Jacob Azulay, Isaias Abensur, Isaac Pazuelo, Miguel Cohen, todos Z’L’ de abençoada memória e, mais recentemente, os Srs. Leon Benjó, Dr. Isaac Dahan, Moyses Elmescany (atual rabino da comunidade de Belém) Prof. Dr. Inácio Obadia, também Shaliah da Esnoga Essel Abraham de Belém, David Salgado Filho, Dr. Abraham Elmescany e novamente, a partir de 1998, o Prof. Inácio Obadia.

Sinagoga Beth Yaacov. Foto: Anne Benchimol/Acervo Sinagoga

A vida social comunitária de Manaus foi iniciada em 1940 com a fundação do Clube Azul e Branco, pelo nosso correligionário David Israel jornalista fundador do jornal Folha Israelita, que circulou em Manaus no período de 1948 a 1958), sendo a sua primeira presidente a jovem Gimol Levy, esposa do sr. Israel Siqueira Benchimol. Posteriormente, esse clube foi transformado em 1945, no Grêmio Cultural e Recreativo Sion, que funcionava na casa de D. Sultana Esquenazi e depois passou a funcionar na Rua Henrique Martins (conhecida como a Rua dos Judeus, pois lá viviam, naquela época, cerca de 40 famílias e casa comerciais de judeus).

Finalmente, em 1976, na gestão do Presidente do Comitê Israelita do Amazonas, sr. Samuel Isaac Benchimol, foi fundado o atual Clube A Hebraica, com a compra do prédio situado na Av. Joaquim Nabuco, 1842, com fundos para a Rua Dr. Machado, adquirido em 30 de janeiro de 1976, da Grande Loja do Amazonas, com a ajuda financeira de toda a comunidade e com o produto da venda da antiga sinagoga da Praça da Saudade ao Banco Nacional de Habitação.

O seu primeiro presidente foi o correligionário Ilko Minev, seguido de Samuel Benzecry, e depois um colegiado dirigido por Nora Benchimol Minev, Sonia Assayag Cohen, Denise Benchimol Rezende, Fátima Assayag, Sarah Foiquinos, Bonina Bemergui. Em 1995 foi eleito Presidente Dany Schwarcz e, em 1997, a nossa correligionária Nora Benchimol Minev, tendo como Vice-Presidente o Sr. Samuel Appenzeller.

Fonte: BENCHIMOL, Samuel. Eretz Amazônia: os judeus na Amazônia. Manaus: Valer, 1998, p. 104-122. … – Veja mais em https://portalamazonia.com/historias-da-amazonia/judeus-amazonia-terceira-geracao/

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Na pandemia da Covid-19, a Maçonaria promoveu diversas ações solidárias, entre elas a distribuição de refeições aos acompanhantes de pacientes em tratamento nos hospitais da capital amazonense.

O apresentador Abrahim Baze do Programa Literatura em Foco, gravado na Biblioteca Genesino Braga, recebeu nesta edição o Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Amazonas, Marcelo Barbosa Peixoto para falar sobre a história da Maçonaria e suas obras sociais, além de destacar a Revista GLOMAM, uma das mais sólidas e respeitadas instituições do Estado que tem desenvolvido a Grande Arte Real em todas as latitudes da sociedade em geral, na defesa da soberania da Amazônia tem sido vanguarda desde 1904.

Durante a entrevista o Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Amazonas, Marcelo Barbosa Peixoto destacou alguns pontos sobre a Maçonaria e sobre a Revista GLOMAM produzida pela Editora Wega, uma revista interativa de conteúdo histórico sobre a Maçonaria e seus feitos, produzida em dois idiomas português e inglês com assuntos relacionados ao desenvolvimento das organizações fraternais, foi destacado também durante entrevista as ações sociais na luta contra a Covid-19,  onde a participação da Maçonaria foi fundamental para sociedade.

Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Amazonas, Marcelo Barbosa Peixoto é manauara, nascido em 17 de janeiro de 1968 no seio de uma família tradicional, filho de Renan Corrêa Peixoto e a senhora Maria Regina Barbosa Peixoto. É empresário com grande participação na empresa mais antiga, a LOJA MAÇÔNICA DO AMAZONAS GLOMAM, aberta em 28/02/1992 e atualmente ativa.

Recebeu as letras do primeiro e segundo grau no antigo Colégio Ida Nelson, começou a trabalhar muito cedo na companhia de seu pai, mas, tinha em mente sua qualificação universitária, o que concluiu o curso de Bacharel em Administração no dia 28 de agosto de 1993, sua profissão herdada da orientação paterna logo vai fazer o curso em Comércio Exterior de Logística pela Faculdade Aduaneiras, em 1997, no Estado de São Paulo. Logo em seguida, fez o curso de Comércio Exterior de Classificação Fiscal pela mesma faculdade.

Recebeu sua primeira luz maçônica no dia 10 de julho de 1993, na Grande Benemérita Loja Simbólica Amazonas, foi elevado ao Grau de Companheiro, no dia 3 de março de 1994, foi exaltado no dia 18 de junho de 1994 e tornou Venerável Mestre da Grande Benemérita Loja Simbólica Amazonas, no dia 20 de agosto de 2013. A busca pelo conhecimento maçônico o levou a buscar filosofismo tendo sido Exaltado no Grau Maçom do Santo Arco Real Capítulo Ocasional Amazonas, no dia 10 de setembro de 2016. Instalado no Santo Real Arco Grau 3, 2 e 1, Principal Capítulo Amazonas, no dia 10 de setembro de 2016.

Com imagens de Nélio Costa e produção de Juliana Neves, você confere a entrevista completa através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.

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A inspiração para a obra surgiu de diálogos em sala de aula, onde ele enfatizava a importância de fundamentar opiniões com dados e fatos.

Mediante a presença do público de mais de cem pessoas e autoridades, a obra intitulada “Políticas Públicas no Brasil: Reflexões Contemporâneas” pela Editora UEA, foi lançada no Salão Nobre do Pensamento Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras (AAL). 

A programação de lançamento iniciou com a apresentação do concerto realizado pelo Madrigal Amazonas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) com a regência ministrada pelo Prof. Dr. Adroaldo Cauduro composta pelo coral dos acadêmicos do curso de Música e de outros cursos da universidade.

A Composição de Mesa de Honra foi formada pelo autor e Reitor da UEA,  André Luiz Nunes Zogahib, Presidente da Academia Amazonense de Letras – Dr. Aristóteles  Comte de Alencar Filho  – Acadêmico e Reitor da Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FunATI), Doutor Euler Ribeiro, neste ato representou o Governador do Estado do Amazonas, Wilson Miranda Lima – Vice-Reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Professora Doutora Kátia do Nascimento Couceiro – Diretor de Organizações Sem Fins Lucrativos da Southeast Missouri University, James Newman – Editor Executivo da Editora da UEA, Sr. Wesley Vitor Sá Pereira e o Deputado Federal Alberto Neto.

Durante a cerimônia de lançamento, o autor destacou a produção da obra literária como uma reunião de artigos publicados no jornal do comércio de Manaus, durante os anos de 2021 e 2022, com reedições e atualizações, além de textos inéditos, o reitor da UEA buscou traçar estratégias, por meio de análises, no sentido de contribuir para a construção de políticas públicas bem executadas, que são fundamentais para um país e um amazonas economicamente sustentáveis. Dentre os temas abordados pelo autor no material, estão: reforma administrativa, desigualdade, direitos humanos, economia criativa, investimentos em pesquisa, entre outros.

O Prof. Dr. André Luiz Nunes Zogahib é graduado em Administração de Empresas, Administração Pública e Direito. Possui especialização, mestrado e doutorado em Administração Pública. Com uma carreira marcada pelo sucesso, ele foi diretor-presidente da AmazonPrev de janeiro de 2019 a janeiro de 2022, período em que a instituição recebeu, por três anos consecutivos, o prêmio de melhor Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do Brasil.

A cerimônia encerrou com a sessão de autógrafo e o coquetel ofertado aos convidados, servido no Salão Memorial da Academia Amazonense de Letras.

*Com informações da ASCOM-AAL
E-mail: [email protected] / [email protected]
Contatos: (92) 99219.6767 / (92) 98835.9047 – Leidy Amaral

Imagens cedidas por Daniel Brito/UEA

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A Academia Amazonense de Letras prorroga até o dia 14 de junho as inscrições do Concurso Literomusical Maria Callas em comemoração ao centenário da grande soprano.

Com o tema “A trajetória artística de Maria Callas”, o concurso tem como público-alvo, alunos do Ensino Médio, Universidades e Faculdades, apreciadores e pesquisadores da literatura e da música.

As inscrições são gratuitas e realizadas em etapa única, em formato online disponível no link; https://academiaamazonensedeletras.com/editais-2/

As produções poderão serem apresentadas em modalidade de redação/artigo, em formato digital, anexado à formulário de inscrição.

As premiações cedidas de forma classificatória em primeiro R$ 1.000,00, segundo R$ 800,00 e terceiro lugar R$ 600,00, conforme estabelecido no edital.

O concurso está sendo realizado por meio do Termo de Fomento celebrado com o Governo do Estado / Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, com recursos da Emenda Parlamentar de autoria da Deputada Alessandra Campêlo.

*Com informações da ASCOM-AAL
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A obra apresenta um acervo inesquecível de textos dos poetas românticos brasileiros e portugueses sobre Torquato Tapajós.

O apresentador Abrahim Baze do Programa Literatura em Foco, gravado na Biblioteca Genesino Braga da Academia Amazonense de Letras, recebeu nesta edição o professor Marcos Frederico Krüger Aleixo para falar sobre o engenheiro Torquato Xavier Monteiro Tapajós, conhecido como Torquato Tapajós, engenheiro, geógrafo, bacharel em ciências matemáticas e principal idealizador de uma das rodovias de maior trafego e também para falar sobre sua recente obra intitulada “Nevoeiros- Primeiras Poesias de Torquato Tapajós”.

Obra organizada pelo Acadêmico Marcos Frederico Krüger Aleixo, que em seu conteúdo o autor apresenta um breve histórico sobre a produção referente ao estudo da cultura literária do Estado do Amazonas em relação a Torquato Tapajós, classificando a obra como um acervo inesquecível de textos dos poetas românticos brasileiros e portugueses sobre Torquato Tapajós. A entrevista abordou também o estudo pioneiro sobre a cidade de Manaus, referente ao planejamento de uma capital construída para atender uma demanda do capital internacional.

Marcos Frederico Krüger Aleixo nasceu em Manaus, no dia 7 de abril de 1949. Em 1982 concluiu o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde, sob a orientação do poeta e crítico Gilberto Mendonça Teles, defendeu a dissertação intitulada Introdução à Poesia no Amazonas. Possui mestrado em Letras (Letras Vernáculas) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982) e doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1997). É professor aposentado da Universidade Federal do Amazonas, tendo sido orientador de cerca de uma dezena de dissertações no mestrado.

Atualmente é membro da Academia Amazonense de Letras, ocupa a cadeira de nº 30, eleito em 27 abril de 2019, na sucessão de Armando Menezes.

Com imagens de Nélio Costa e produção de Juliana Neves, você confere a entrevista completa através do Aplicativo AMAZONSAT no Play Store ou App Store do seu celular.

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Em dezembro 1917 alguns escritores reuniram-se sob a liderança de Benjamin Lima, Pericles Moraes e José Chevalier e diante de um quadro de desastre econômico e esvaziamento urbano de Manaus, talvez estimulados pela fundação do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas em março daquele ano, retomaram a ideia de uma entidade literária.

A entidade foi criada após três reuniões de debates, estudos do estatuto e escolha de patronos para as Cadeiras, sendo fundada em 1.º de janeiro de 1918 e instalada a 17 do mesmo mês com a denominação de Sociedade Amazonense de Homens de Letras.

Confira a história completa no documentário.

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Seus discursos parlamentares, seus sermões, suas cartas pastorais e outros escritos firmaram-lhe a reputação de sábio, assim no Brasil como na Europa.

Romualdo Antônio de Seixas nasceu em Cametá/PA, em 1 de novembro de 1787, seus pais Francisco Justiniano de Seixas e dona Ângela de Souza Bittencourt, sobrinho de Dom Romualdo de Souza Coelho, oitavo Bispo do Estado do Pará.

Fez seus primeiros estudos no seminário de Belém sob os auspícios de seu tio, o Padre Romualdo de Souza Coelho que mais tarde viria a ser bispo do Pará e que também nascera na mesma cidade de Cametá. Estudou algum tempo no seminário em Lisboa, onde seu talento foi sobre modo apreciado.

Voltando para o Pará, lecionou no Seminário Latim, Retórica, Filosofia e Francês. Posteriormente, tornou-se deputado na Assembleia Geral Legislativo. Como deputado, apesar de ter nascido no Pará, foi defensor incansável na Campanha em prol da criação da província do Amazonas e seus discursos a esse respeito constam dos Anais do Parlamento Nacional, assunto sobre o qual se refere o historiador Arthur César Ferreira Reis, em sua obra História do Amazonas, afirmando que foi a primeira voz a se erguer em favor da criação da Província do Amazonas.

Rua Marquês de Santa Cruz em Manaus (AM), 1953. Autoria: Tibor Jablonsky; Lúcio de Castro Soares. Soares. Série: Acervo dos trabalhos geográficos de campo. Foto: Reprodução/Biblioteca IBGE.

Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, em 1808, o Bispo do Pará Dom Manuel enviou o padre Manuel Evaristo de Brito Mendes e o Diácono Romualdo Antônio de Seixas para levar os cumprimentos ao Rei Dom João VI, em nome do Clero Paraense. Manuel e Romualdo voltaram a Belém com a nomeação de Cônegos da Sé Paraense e Cavaleiros da Real Ordem de Cristo.

Romualdo Antônio de Seixas foi ordenado presbítero em Belém, no dia 1 de novembro de 1810, por Dom Manuel de Almeida de Carvalho, em seguida, nomeado pároco de Cametá e posteriormente Vigário Capitular. O cônego Romualdo Antônio de Seixas presidiu a junta governativa da Província do Grão-Pará e Rio Negro entre 1821 a 1823. Recebeu de Dom Pedro I o Título de Pregador da Capela Imperial e a Grande Dignatária da Imperial Ordem da Rosa e de Dom Pedro I, por ocasião de sua coroação, em 18 de julho de 1841, a Grã-cruz da Imperial Ordem de Cristo.

Ainda no reinado de Dom Pedro I foi nomeado Arcebispo da Bahia, no dia 26 de outubro de 1826 e confirmado pelo Papa Leão XII, no dia 20 de maio de 1827.

Dom Romualdo Antônio de Seixas foi sagrado na Capela Imperial do Rio de Janeiro por Dom José Caetano da Silva Coutinho, estando presente o imperador e toda sua corte, em 1841, como único arcebispo do Brasil à época. A Província Eclesiástica de São Salvador da Bahia abrangia todo território brasileiro e todas as demais dioceses, inclusive, a do Rio de Janeiro que eram sufragâneas da Arquidiocese Metropolitana de Salvador. Presidiu a solenidade de sagração Dom Pedro II, Imperador do Brasil e dele recebeu a Grã-cruz da Imperial Ordem de Cristo. Recebeu o título de Conde de Santa Cruz, por Decreto Imperial de 2 de dezembro de 1858. Em 14 de março de 1860, foi nomeado Marques de Santa Cruz.

Dom Romualdo Antônio de Seixas pertenceu ao grupo de bispos ultramanos ou reformadores como Dom Antônio Ferreira Viçoso, de Mariana, Dom Antônio Joaquim de Melo, de São Paulo, Dom Antônio Macedo Costa, do Pará e Dom Vital de Oliveira, de Pernambuco.

Foi sócio da Academia de Monique, do Instituto da África em Paris, do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, da Sociedade Real dos Antiquários do Norte e outras sociedades de ciências e letras. Correspondeu-se com Carl Frederich Philipp von Martius e Johann Baptist von Spix após manter contato pessoal quando da viagem destes à Amazônia. Ao regressarem a Europa, os naturalistas lhe enviaram de lá o diploma de sócio da Real Academia de Ciências de Monique.

Em Cametá, há uma escola com seu nome – Grupo Escolar Dom Romualdo de Seixas – a qual é a mais antiga da cidade. Em uma das ruas do Bairro de Cambuci, em São Paulo, tem o nome Rua Dom Romualdo de Seixas. Assim como em Belém do Pará, no Bairro de Umarizal.

Seus discursos parlamentares, seus sermões, suas cartas pastorais e outros escritos firmaram-lhe a reputação de sábio, assim no Brasil como na Europa.

No dia 25 de fevereiro de 1858, escreveu seu belo e comovente testamento o qual fez executores ou testamenteiros Raimundo Barroso de Souza, seu primo, Cônego José Joaquim da Fonseca Lima, cunhado, e Cônego José de Souza Lima.  

Marquez de Santa Cruz, Arcebispo da Bahia, primaz do Imperio do Brasil. Litografia em preto e branco. Galeria dos Brasileiros Ilustres, de Sébastien Auguste, Sisson, 1861. Imagem: Abrahim Baze/Acervo.

Dom Romualdo Antônio de Seixas muito sofreu da parte de inimigos gratuitos que lhe invejavam o talento e a fama. Estes não o pouparam espalhando no Reino as mais repelentes calúnias. O prelado, entretanto, nobre e magnânimo a todos perdoou, incluindo em seu testamento esta declaração impressionante:

“… Perdôo de todo meu coração todas as calúnias, de que tenho sido objeto, sem exceção das que com inaudita injustiça se fez correr por todo o Império, de que eu tinha alcançado por meios simoníacos o arcebispado da Bahia. Reconheço-me como o mais miserável dos pecadores, mas, tomo por testemunha a Deus que me há de julgar, que não sou culpado de tão abominável delito. Nunca dei nenhum passo ou apliquei meio algum ainda indireto para conseguir esta alta dignidade, que certamente não merecia, nem jamais me tinha vindo a lembranças, pelo contrário tentei logo pedir escusa e, se o não o fiz foi movido pelosa conselhos de um sábio e respeitável prelado, mas quando chegou a Bula da confirmação, tendo já transpirado a referida atrocíssima calunia, resolvi-me então, ir pedir a Sua Majestade Imperador, que me dispensa-se de semelhante cargo, pois que ainda era tempo, mas ele não se dignou atender-me”. 

Antologia Nacional de Werneck.

Dom Romualdo Antônio de Seixas é Patrono da Poltrona n. 46 do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas. Chorado pelo seu rebanho, faleceu no dia 29 de dezembro de 1860, em Salvador, aos 73 anos.

Fontes:
BAENA, Antônio Ladislau Monteiro (1782-1850). Compendio das eras da Província do Pará, Belém: Universidade Federal do Pará, 1969.
BLACK, Augusto Victorio Alves Sacramento. Dicionário Bibliográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, 1883-1902.
COUTINHO, Afrânio; SOUZA, J. Galante de (dir.). Enciclopédia de Literatura Brasileira. 2. Ed. Ver. Ampl, atual. e Il. Sob a coordenação de Graça Coutinho e Rita Moutinho. São Paulo: Global; Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional e Academia Brasileira de Letras, 2001.
Guia Histórico e catálogo da Arquidiocese de Belém, 1982.
RAMOS, Alberto Gaudêncio. Cronologia eclesiástica do Pará. Belém: Falângola, 1985.
SILVA, Cândido da Costa e; AZZI, Riolando. Dois estudos sobre D. Romualdo Antônio de Seixas Arcebispo da Bahia. Salvador: CEB, UFBA, 1981. (Centro de Estudos Baianos).

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A Academia Amazonense de Letras promoveu o lançamento de duas obras literárias dos Acadêmicos Márcia Perales e Marcos Frederico Kruger Aleixo no Salão do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras com entrada franca.

Além dos amantes da literatura, a cerimônia contou com a presença dos membros acadêmicos, professores, alunos do curso de Letras da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), parentes e amigos dos autores.

A cerimônia iniciou com a composição de mesa, formada pelo Presidente da Academia, Vice-presidente da Academia, autores acadêmicos das obras literárias e Diretor de Departamento de Literatura da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa – SEC, Antônio Auzier Ramos, representando neste ato o Secretário Marcos Apollo Muniz.

Intitulada “Além dos Muros Universitários Expansão e Democratização do Ensino Superior Federal na Amazônia”, a Acadêmica Márcia Perales apresentou em sua obra o objetivo de promover ao leitor uma atenção para a educação inclusiva e de enorme alcance social e aproveitou o momento para ressaltar as dificuldades encontradas pelos estudantes para a permanência na universidade durante o processo de formação acadêmica.

Organizada pelo Acadêmico Marcos Frederico Kruger Aleixo, a obra intitulada “Nevoeiro; Primeiras Poesias de Torquato Tapajós”, o autor apresentou um breve histórico sobre a produção referente ao estudo da cultura literária do Estado do Amazonas em relação a Torquato Tapajós, classificando a obra como um acervo inesquecível de textos dos poetas românticos brasileiros e portugueses sobre Torquato Tapajós.

Após a cerimônia de lançamento as obras foram autografadas e distribuídas gratuitamente ao público presente. Editada pela Academia Amazonense de Letras, as obras são frutos de emenda parlamentar, a partir de propositura do Ex-Deputado Serafim Corrêa com apoio do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult.

Os títulos lançados estarão disponíveis para consulta local no Memorial e Biblioteca Genesino Braga, localizado na sede da Academia, na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.

*Com informações da ASCOM-AAL
E-mail: [email protected] / [email protected]
Contatos: (92) 99219.6767 / (92) 98835.9047 – Leidy Amaral

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A entrada é gratuita.

As obras intituladas “Além dos Muros Universitários Expansão e Democratização do Ensino Superior Federal na Amazônia” da Acadêmica Márcia Perales e “Nevoeiro; Primeiras Poesias de Torquato Tapajós”, organizado pelo Acadêmico Marcos Frederico Kruger Aleixo, serão lançadas neste sábado, no salão nobre do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras. A entrada é gratuita.

A Acadêmica Márcia Perales, autora da obra intitulada “Além dos Muros Universitários Expansão e Democratização do Ensino Superior Federal na Amazônia” em sua mais recente produção, visa promover ao leitor uma atenção para a educação, a potência de uma política educacional superior inclusiva e de enorme alcance social, a obra é fruto da pesquisa de avaliação de impacto que visa promover ao leitor o conhecimento da centralidade ao recente processo de expansão educacional, por meio da implantação do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais.

O livro intitulado “Nevoeiro; Primeiras Poesias de Torquato Tapajós”, organizado pelo Acadêmico Marcos Frederico Kruger Aleixo, trata-se de uma obra historicamente relevante ao estudo da cultura literária do Estado do Amazonas, além de apresentar uma demonstração de diversas influências sobre o processo criativo de Torquato, este acervo aproxima o público leitor e os pesquisadores a uma inesquecível leitura dos textos que compõem a relevância e influência dos poetas românticos brasileiros e portugueses sobre Torquato Tapajós.

Os livros editados pela Academia Amazonense de Letras são frutos de emenda parlamentar, a partir de propositura do Deputado Serafim Corrêa com apoio do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manaus, por meio da Manauscult. Após o lançamento haverá a distribuição gratuita das obras autografadas pelos Acadêmicos aos convidados e público presente.

Todos os títulos lançados ao longo do ano estarão disponíveis para consulta local no Memorial e Biblioteca Genesino Braga, localizado na sede da Academia, na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.

*Com informações da ASCOM-AAL
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Nascido em Conchas, 2 de maio de 1937, é um bispo católico brasileiro. Foi o terceiro bispo de Macapá e o quinto arcebispo de Manaus.  Atualmente reside em Santa Fé, interior do estado do Paraná, na Diocese de Apucarana.

No dia 12 de dezembro de 2012 o Papa Bento XVI aceitou o seu pedido de renúncia, por limite de idade, ao governo da Arquidiocese de Manaus. É membro acadêmico titular da Academia Amazonense de Letras, na cadeira nº 36, tendo tomado posse em 25 de novembro de 1997.

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