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A programação contou com apresentações de músicas eruditas, poesias e entrega de certificados aos premiados.  

O encerramento do Concurso Literomusical Maria Callas foi marcado pelo lançamento da obra literária intitulada “Maria Callas, 100 anos; O Encanto da Música” de Aristóteles Alencar, o evento aconteceu no Salão do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras e reuniu membros da Academia Amazonense de Letras, membros da Academia Amazonense de Música, Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, representantes de instituições culturais e convidados especiais, além da presença dos homenageados e vencedores do concurso.

A programação iniciou com a composição da Mesa Presidencial formado pelo Presidente da Academia Amazonense de Letras, Dr. Aristóteles Alencar, acadêmico Euler Esteves Ribeiro, Presidente da FUNATI – Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade; Oiana Couto e Silva, Gerente do Departamento de Literatura, representando o Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa e Josenor Rocha de Oliveira, Presidente da Academia Amazonense de Música, em seguida o Hino Nacional Brasileiro foi executado pela cantora lírica Carol Martins, acompanhada pelo pianista e cantor lírico Moises Rodrigues.

A Solenidade de encerramento teve como objetivo de render homenagem ao Centenário de nascimento de Maria Callas, artista imortalizada como uma das maiores cantoras líricas do Século XX. Por sua poderosa voz, foi considerada uma das expressões artísticas mais completas que já existiu, unindo sua interpretação personalíssima com a arte dramática e as artes visuais, momento também marcado pelo lançamento do livro “Maria Callas 100 anos – O ENCANTO DA MÚSICA”, através do recurso proveniente oriundo da Emenda Parlamentar de autoria da Deputada Estadual Alessandra Campêlo, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa.

A Academia promoveu durante a solenidade um momento de outorga aos artistas e músicos através da entrega de certificado, uma singela homenagem pelo reconhecimento notável de contribuição e compromisso com a música no Amazonas, na ocasião os agraciados receberam das mãos das Acadêmicas Carmen Novoa, Mazé Mourão e Artêmis Soares, Certificado de Homenagem, entre eles presentes, Cleomar dos Anjos Feitosa – Mecenas das artes musicais, mantenedora do Coral João Gomes Junior / Davi Nunes da Silva – Maestro Regente da Orquestra de Violões do Amazonas e Diretor do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro / Humberto de Oliveira Amorim – radialista, apresentador do Programa Blues em Harmonia na Rádio Verde Oliva, cantor de jazz na Banda My Manhattan Jazz Showband e membro imortal da Academia Amazonense de Música / José Humberto Pessoa Vieira, graduado e pós-graduado em letras língua portuguesa, tenor lírico e diretor artístico do Coral Vozes da Caixa Econômica / Josenor Rocha de Oliveira, barítono lírico, integrante do coral do amazonas e presidente da Academia Amazonense de Música / Ketlen Nascimento Gomes – cantora, compositora, psicóloga especialista em psicomotricidade, gerontologia e saúde do idoso e musicoterapia. membro da Academia Amazonense de Música / Marcelo Mourão Gomes – bailarino do american ballet theatre de nova iorque desde 1997, atuando como solista desde agosto de 2000, e bailarino principal desde agosto de 2002, representado por sua mãe, acadêmica Mazé Mourão / Maria Carolina Martins Lima – cantora lírica, integrante do coral do amazonas e membro imortal da Academia Amazonense de Música / Moisés Rodrigues da Silva – pianista e cantor lírico, monitor do naipe dos baixos no Coral do Amazonas, maestro regente do Coral João Gomes Junior, imortal da Academia Amazonense de Música, Academia de Literatura, Arte e Cultura da Amazônia, Academia Amazonense Maçônica de Letras e Viviane Antony Afonso – pianista formada pela Escola Ivete Freire Ibiapina, fundadora do curso de música da escola com seu nome.

As Acadêmicas Carmen Novoa, Mazé Mourão e Artêmis Soares foram convidadas à entregar o buquê de flores amazônicas e o certificado de reconhecimento aos vencedores do Concurso Literomusical Maria Callas; Lucas Lopes da Silva Aflitos, Fernando de Araujo Oliveira e Leslye Anne Monteiro Moutinho, a palavra em nome dos premiados foi proferida por Lucas Lopes da Silva Aflitos, contemplado em primeiro lugar.

Conforme a tradição centenária da Academia, o público presente prestigiou também a seção Literomusical, na recitação dos poemas Veio d’água, do Acadêmico Álvaro Maia | Fibras Lucilantes, do Acadêmico Moacir Andrade | Notícias, da Acadêmica Violeta Branca, pela atriz Mariana Baldoíno, o momento também contou com apresentações das peças musicais; da Ópera Turandot, Signore, ascolta! de Giacomo Puccini. Libreto e poesia: Giuseppe Adami, Ópera Turandot, Tu, che de gel sei cinta de Giacomo Puccini. Libreto e poesia: Giuseppe Adami e Ópera Gianni Schicchi: O mio babbino caro de Giacomo Puccini. Libreto de Giovacchino Forzano. Roteiro de Dante Alighieri, apresentadas pelos artistas Carol Martins e Moisés Rodrigues.

Após as apresentações musicais, durante a distribuição gratuita da obra, o Acadêmico Aristóteles Alencar autografou para os convidados presentes e um Porto de Honra ofertado ao público presente. O título lançado estará disponível para consulta local na Biblioteca Genesino Braga, na sede da Academia, localizada na Rua Ramos Ferreira, 1009 Centro, das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira.

*Com informações da ASCOM-AAL
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Contatos: (92) 99219.6767 / (92) 98835.9047 – Leidy Amaral

Fotos: Koynov

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Por meio da literatura, a autora retrata a identidade e a cultura de uma região que, apesar de grandiosa, ainda é pouco conhecida pelos outros “Brasis”.

A Academia Amazonense de Letras recebeu neste último sábado (09) de novembro, o lançamento do livro intitulado “Amazonidades: Gesta das Águas”, a ocasião contou com a presença de amigos, familiares, público em geral e membros da Academia e de instituições literárias.

Apresentada pela autora Marta Cortezão, a obra é construída em trovas, que carrega em suas páginas o imaginário, a oralidade e a rica cultura da região amazônica e oferece um mergulho profundo na cultura ribeirinha, indígena e cabocla da Amazônia, cantando a voz de um povo e sua rica diversidade.

Segundo a escritora e poeta, Marta Cortezão, o livro legitima toda uma tradição, mostrando que a literatura nasce e pulsa do povo, sem distinção de classes sociais — ela é, antes de tudo, arte em sua forma mais pura e horizontal. Por meio da literatura, a autora retrata a identidade e a cultura de uma região que, apesar de grandiosa, ainda é pouco conhecida pelos outros “Brasis”.

A obra, é reeditada pelo selo editorial Toma Aí Um Poema, e é dividida em cinco partes, além disso, o livro conta com a participação especial dos textos de apresentação da escritora amazônida Wanda Monteiro, o historiador acreano Isaac Melo e o poeta cearense Mailson Furtado, que destacam a força e o lirismo da poética de Marta. A obra “Amazonidades: Gesta das Águas” convida o leitor a visitar as memórias amazônicas, a caminhar pelo “chão líquido” do povo das águas, e a se encantar com o vasto universo cultural, mitológico e linguístico que a autora imortaliza em suas trovas.

A cerimônia de lançamento aconteceu no salão nobre do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras, após a cerimônia de lançamento houve uma sessão de autógrafos para os convidados.

Em um ritmo próprio, tal como o das “estradas líquidas” e das pequenas comunidades marcadas pela calmaria, a obra oferece uma experiência poética de fusão entre homem, rio e terra, revelando a comunhão mágica que permeia a vida na Amazônia.

Sobre a escritora e poeta: Marta Cortezão nasceu em Tefé-AM, mas reside em Segóvia, Espanha, desde 2012. É escritora e poeta e tem realizado vários projetos literários de divulgação e promoção da literatura de autoria feminina no Brasil e no exterior.

*Com informações da ASCOM-AAL/ CMA
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O concurso teve como objetivo incentivar os candidatos a exercitarem a pesquisa e a escrita, visando estimular o ingresso dos candidatos nas próximas edições de concursos e promover a vivência nas atividades acadêmicas com os membros da entidade literária máxima do Amazonas.

O Concurso Maria Callas com o tema “A trajetória artística de Maria Callas”, lançado pela Academia Amazonense de Letras está marcado para o dia 14 de novembro, às 20h no salão do Pensamento Amazônico Álvaro Maia, a ocasião será marcada também pelo lançamento do livro intitulado “Maria Callas, 100 anos; O Encanto da Música” de Aristóteles Alencar. As inscrições para o concurso estiveram disponíveis no site no período de 22 de abril a 31 de julho.

Realizado por meio do Termo de Fomento nº 63/2023 celebrado com o Governo do Amazonas / Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, cujo recursos são provenientes da Emenda Parlamentar de autoria da Deputada Alessandra Campêlo, o concurso teve como objetivo incentivar os candidatos a exercitarem a pesquisa e a escrita, visando estimular o ingresso dos candidatos nas próximas edições de concursos e promover a vivência nas atividades acadêmicas com os membros da entidade literária máxima do Amazonas, através do seu público alvo; alunos do Ensino Médio, Universidades e Faculdades, apreciadores e pesquisadores da literatura e da música.

O processo de análises e classificação das redações ocorreu em duas fases, na primeira fase, feitas pela profissional contratada, bacharel em letras, Professora Alice Regina Paco Lira e na segunda fase de avaliação, feita pela Comissão integrada composta pelos Acadêmicos Artemis de Araújo Soares, Elson José Bentes Farias e Presidente da Academia, Dr. Aristóteles Comte de Alencar Filho. A lista dos classificados foi divulgada no site da Academia, mediante a ausência de contestação por partes dos inscritos, o cronograma seguiu normal conforme prescrito no edital.

O Concurso Literomusical teve seu resultado final divulgando a lista com os três contemplados;

Lucas Lopes da Silva Aflito, fluminense de Niterói, criado na Bahia, entre Salvador e Juazeiro, é professor e Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia. Produtor audiovisual e crítico de cinema no Cine Set, o maior portal de cinema da região norte. Diretor do Departamento de Formação da UNEGRO Amazonas e Suplente de Christopher Rocha no Conselho Estadual LGBT – CECOC AM (Assembleia do Amazonas), pelo Coletivo Difusão e Una LGBT Brasil (2024-2028).

Fernando de Araujo Oliveira, nascido em Manaus, é engenheiro químico e estudante de pedagogia pela UEA. Ama literatura, idiomas, arte e educação. Vive cercado pelas visagens nortistas, os clássicos, as fantasias e os contos infantis.

Leslye Anne Monteiro Moutinho, natural de Manaus, graduada  em Pedagogia pela Universidade Federal do Amazonas, Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação PPGE-UFAM, Especialista em Gestão de Projetos de Projetos e trabalho docente pela Universidade do Estado do Amazonas- UEA e especialista em Gestão Escolar pela Faculdade São Luís/SP. Atualmente é assessora técnica do Departamento de Planejamento – DEPLAN/SEMED e professora acadêmica do curso de pedagogia da Escola Superior Batista do Amazonas – ESBAM.

Os contemplados realizaram minipalestras sobre Maria Callas e a importância da participação do concurso para os alunos das escolas públicas do ensino médio. Durante a solenidade de encerramento do Concurso Maria Callas, os contemplados serão agraciados com premiações em espécie, em valores monetários, conforme estabelecido no edital.

Para o Presidente da Academia Amazonense de Letras, Aristóteles Alencar, o Concurso Literomusical foi uma forma de homenagear uma grande interprete do canto lírico. Considerando a música como umas das maiores expressões artísticas, Maria Callas foi no século XX, uma de suas maiores representantes. No centenário de seu nascimento é importante que ela seja lembrada e conhecida pelas novas gerações.

Maria Callas, nascida em Nova Iorque, em 2 de dezembro de 1923, foi uma soprano greco-americana. Os críticos elogiavam sua técnica bel canto, sua voz de grande alcance e suas interpretações de profunda análise psicológica, caráteres que a levaram a ser saudada como La Divina. Seu tipo vocal era classificado como o raríssimo soprano absoluto. A artista faleceu em 16 de setembro de 1977, aos 53 anos, em seu apartamento em Paris em decorrência de um ataque cardíaco. Suas cinzas foram jogadas no Mar Egeu.

*Com informações da ASCOM-AAL/ CMA
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Nasceu em Loriga, Portugal, tendo chegado a Manaus em 1963, cidade que foi para ele a descoberta dos que acreditaram na realização e na vivência seguida do prazer da própria descoberta de um amanhã venturoso.

Foto: Reprodução/Youtube – Rui Alves

Ouvimos dizer que uma das formas da manutenção e perpetuação da espécie humana é através da escrita biográfica, cuja materialização lhe promove a imortalidade, no olhar de seus leitores. Como artífice de muitos trabalhos, especialmente consertando rádio da Oficina Antena, na época de José Azevedo, José Fonseca Moura tomou para si, a tarefa muitas vezes árdua, porém sensível, de agasalhar nos seus pensamentos, no seu mundo interior, todos os motivos, todos os sonhos, especialmente sua crença em Nossa Senhora de Fátima e muito mais trabalhando duro para seu crescimento financeiro.

Foram ações que ele se dedicou carinhosamente, tudo quanto fez e promoveu na sua passagem entre nós. É neste apostolado de eleitos que o homem José Fonseca Moura trabalhou com a generosidade de seus talentos e ofereceu o labor humanamente inexplicável de toda sua arte de criar e recriar para aproximar amigos do seu convívio social.

Há quem construa na trajetória da vida a sua própria história. José Fonseca de Moura, hoje ausente de nosso convívio pessoal, pôde apresentar-se já a partir de sua inserção no mundo do trabalho e da luta pela sobrevivência, um exemplo de conquista. Feliz o homem que faz de seu existir um testemunho de luta diária para construir sua própria história, são seres desta estirpe que ajudam a vida a ser melhor. Foi essa ação constante, metódica, consciente, heroica algumas vezes e abnegada outras tantas, que forjou seu caráter, sua história, com tantas passagens importantes que ele conseguiu constituir o mútuo e legítimo orgulho de seus familiares.

São tantos os portugueses que dedicaram suas vidas ao Luso Sporting Club e a Sociedade Beneficente Portuguesa que acabaram escrevendo suas narrativas com linhas de ouro e que ficam marcadas nas águas do rio da memória, tão caudalosas são suas vidas que se confundem, com os rios da Amazônia.

José Fonseca de Moura foi diretor do Luso e da Beneficente em Manaus. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Histórias de vidas como se fossem o triângulo que movimenta nossas canoas na batida compassada e rítmica, nos remos que a faz deslizar. José Fonseca Moura é um desses portugueses que em busca de dias melhores, aportou em Manaus trazendo consigo a sua juventude e a saudade dos familiares que ficaram para trás em Portugal. Já se foram anos com a forte lembrança dos sábados à noite e dos domingos pela manhã que ele trabalhava como discotecário nas manhãs ensolaradas do Amazonas no Luso Sporting Clube.

No sábado era a noite do bolero e no domingo as manhãs de sol. José Fonseca Moura colocava toda sua sensibilidade musical trabalhando como discotecário, perlustrava uma verdadeira viagem musical. Outro momento que vale a pena lembrar é a sua participação nas pastorinhas, fato que até hoje é referência neste clube lusitano. Como diretor atuante passou por várias funções, inclusive tendo presidido o Conselho Deliberativo do Clube.

Homem sensível na percepção dos significados humanos, cuja generosidade estava sempre presente na sua melhor tradição na colônia portuguesa. Nasceu lá em além-mar, exatamente em Loriga, Portugal, tendo chegado a Manaus no dia 10 de março de 1963.

Trabalhador e homem simples, teve sua vida construída profissionalmente de início na empresa S. Monteiro, nos períodos de folga e finais de semana ajudava o Rádio Técnico José Azevedo na oficina de sua propriedade, Oficina Rádio Técnica Antena. Manaus foi para ele a descoberta, acredito para tantos outros portugueses, que acreditaram na realização e na vivência seguida do prazer da própria descoberta de um amanhã venturoso. José Fonseca Moura como tantos outros portugueses partilhou da ideia de construir sua trajetória de vida em outra pátria e configurando um modelo aplicável de que trabalhando é possível vencer. Em nenhum momento curvou-se diante dos problemas e das dificuldades, pois, problemas eram sempre comuns especialmente a saudade da família que logo fora superado.

Logo o coração buscou companhia e encontrou abrigo no calor humano da jovem Benvinda. Mulher, companheira, amiga que o recebeu em matrimônio e logo Deus lhe ofereceu as filhas: Ida Paula, Maria dos Anjos e Cinthia. Filhas que completaram argumentação de que se pode ser feliz em qualquer lugar deste mundo de meu Deus. Ela nasceu no dia 3 de maio de 1946 e faleceu no dia 11 de outubro de 2023.

Ida Paula Brandão, esposa de Ronaldo Tafuri Brandão, com quem teve os filhos Guilherme Moura Brandão e Leonardo Moura Brandão. Maria dos Anjos da Silva, casou-se com Hamilton Pereira da Silva Júnior, ficou viúva. Teve os filhos: Gabriella Duanne da Silva Moura e Hamilton José Pereira da Silva. E Cinthia da Silva Moura dos Reis, casada com Victor Pereira dos Reis, com quem teve as filhas Beatriz Moura dos Reis e Isabella Moura dos Reis.

Dona Benvinda, esposa de José Fonseca Moura. Foto: Acervo da família

Dona Benvida em companhia dos genros. Foto: Acervo da família

Loriga, a cidade de nascimento de José Fonseca Moura

Fundada originalmente no alto de uma colina entre ribeiras onde hoje existe o Centro Histórico da Vila. Loriga foi escolhida a mais de 2 mil anos devido à facilidade de defesa (uma colina entre ribeiras), a abundância de água e de pastos, bem como ao fato de as terras mais baixas providenciarem alguma caça e condições mínimas para a prática da agricultura. Desta forma estavam garantidas as condições mínimas de sobrevivência para uma população e povoação com alguma importância.

Última visita da família à Portugal. José Fonseca (à esquerda) com a família. Foto: Acervo da família

Quando os romanos chegaram, a povoação estava dividida em dois núcleos. O maior, mais antigo e principal, situava-se na área onde hoje existem a Igreja Matriz e parte da Rua de Viriato e estava fortificado com muralhas e paliçada. No local do atual Bairro de São Guinés, existiam já algumas habitações encostadas ao promontório rochoso, em cima do qual os Visigodos constituíram mais tarde uma ermida dedicada aquele santo.

Loriga era uma paróquia pertencente a Vigararia do Padroado Real e a Igreja Matriz foi mandada construir em 1233, pelo Rei Dom Sancho II. Esta Igreja, cujo orago (padroeiro) era já o de Santa Maria Maior e que se mantêm. De estilo romântico, com três naves e traça exterior lembrando a Sé Velha de Coimbra, esta Igreja foi construída pelo sismo de 1755, dela restando apenas partes das paredes laterais.

O sismo (terremoto) de 1755 provocou enormes estragos na vila, tendo arruinado também a residência paroquial e aberto algumas fendas nas robustas e espessas paredes do edifício da Câmara Municipal construído no século XII. Um emissário do Marquês de Pombal esteve em Loriga a avaliar os estragos, mas ao contrário do que aconteceu com a Covilhã (outra localidade serrana muito afetada em Portugal), não chegou do governo de Lisboa qualquer auxílio.

Após o século XVIII

Loriga é uma vila industrial (têxtil) desde a segunda metade do século XIX. Chegou a ser uma das localidades mais industrializadas da Beira Interior e a atual sede de conselho só conseguiu suplantá-la quase em meados do século XX. Tempos houve em que só a Covilhã ultrapassava Loriga no número de empresas.

Nomes de empresas, tais como: Regato, Redondinha, Fonte dos Amores, Tapadas, Fandega, Leitão & Irmãos, Augusto Luís Mendes, Lamas, Nunes Brito, Moura Cabral, Lorimalhas, etc, fazem parte da rica história industrial desta vila. A principal e maior avenida de Loriga tem o nome de Augusto Luís Mendes, o mais destacado dos antigos industriais loriguenses, apesar dos maus acessos, que se resumiam a velhinha estrada romana de Loriga numa vila industrial.

Foto tirada da “Penha dos Abutres” – Uma das Sentinelas Vigilantes e altivas de Loriga. Foto: Reprodução/Vila de Loriga

Porém, a partir da segunda metade do século XIX, como já foi mencionado, tornou-se um dos principais polos da Beira Alta, com a implantação, da indústria dos lanifícios (produtos de lã), que entrou em declínio durante a última década do século XX, o que está a levar a desertificação da Vila. Atualmente, a economia loriguense baseia-se nas indústrias metalúrgica e de panificação, no comércio, na agricultura e pastorícia.

Loriga e a sua região possuem enormes potencialidades turísticas e as únicas pistas e estância de esqui existentes em Portugal estão localizadas na Serra da Estrela, dentro da área da freguesia de Loriga.

Em termos de patrimônio histórico, destacam-se a ponte e a estrada romanas (século I a. C.), uma sepultura antropomórfica (século VI a. C.) chamada popularmente de caixão da moura, a Igreja Matriz (século XIII, reconstruída), o Pelorinho (século XIII, reconstruído), o bairro de São Ginês, a Rua de Viriato e a Rua da Oliveira.

A estrada romana e uma das duas pontes (a outra ruiu no século XVI após uma grande cheia na Ribeira de São Bento), com as quais os romanos ligaram Loriga, na Lusitânia, ao restante do império.

A Rua da Oliveira é uma rua situada no centro histórico da vila. A sua escadaria tem cerca de 80 degraus em granito, o que lhe dá características peculiares. Esta rua recorda muitas das características urbanas medievais. O Bairro de São Ginês, histórico de Loriga, tem características que o tornam um dos bairros mais típicos da vila. Curioso é o fato de este bairro dever o nome a São Gens, um santo de origem céltica martirizado em Arles, na Gália, no tempo do imperador Diocleciano. Com o passar dos séculos os loriguenses mudaram o nome do santo para São Ginês.

Vale ressaltar a importância dos imigrantes portugueses oriundos de Loriga ao Amazonas. Eram comerciantes importantes na praça de Manaus e no dia 5 de junho de 1909 fizeram publicar um jornal em número único que retratava a importância desses portugueses longe de sua pátria mãe.

Página original da edição única do jornal A Voz de Loriga. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Foram muitos recursos enviados a partir de Manaus contabilizados pelos loriguenses. Entre os melhoramentos levados a efeito em Loriga, destaca-se até uma canalização de água para abastecimento público (foto de destaque na matéria). Foi enviado para Loriga, importâncias em 1 mil reis, especialmente para implantação das fontes e pela necessidade da ausência de água encanada seus moradores se abasteciam nas fontes. Muito foi feito também para implantação da iluminação pública.

Outro fato interessante da contribuição dos Loriguenses residentes em Manaus, foi quando chegou as notícias do grande terremoto que sofreu Portugal. Logo começaram enviar recursos para país natal.

Crescia dia a dia o grande entusiasmo da Colônia Loriguense residentes em Manaus. Notícias chegadas de Loriga informavam sobre as quatro fontes que jorravam água cristalina. Vale lembrar que os loriguenses residentes em Belém do Pará também se uniram em prol de enviar recursos para atender a necessidade de Loriga, no entanto, Manaus se destacou, com número expressivo.

Os contribuintes de Manaus foram: Jeremias Pina, João Marques da Fonseca, Pedro d’Almeida, Emília Augusta, Dr. Manoel da Mota Veiga, estes sócios honorários.

Sócios contribuintes de Manaus: Emygdio Alves Nunes de Pina, Antônio Ambrósio de Pina, José Ambrósio de Pina, Abílio Diogo Gouveia, Albino Pinto Martins, Joaquim de Pina Monteiro, Antônio Duarte dos Santos, Alfredo de Moura Frade, João de Moura Pina, José Martins de Pina, Albano de Mello, José Pinto Matheus, Emílio Freire Mendes de Reis.

Sócios contribuintes em Belém do Pará: Manoel Nunes Ferreira, Antônio Diogo Gouveia, José Fernandes Maurício, Augusto Simões Carril, Antônio Apáricio Martins, Alexandre de Moura Galvão, Antônio de Moura Lemos, Manoel dos Santos Silva, Antônio Duarte Pina, João de Moura Pina.

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Por meio da literatura, a autora retrata a identidade e a cultura de uma região que, apesar de grandiosa, ainda é pouco conhecida pelos outros “Brasis”.

A Academia Amazonense de Letras recebe neste sábado (09) de novembro, o lançamento do livro intitulado “Amazonidades: Gesta das Águas”, a obra é construída em trovas, que carrega em suas páginas o imaginário, a oralidade e a rica cultura da região amazônica e oferece um mergulho profundo na cultura ribeirinha, indígena e cabocla da Amazônia, cantando a voz de um povo e sua rica diversidade.

Segundo a escritora e poeta, Marta Cortezão, o livro legitima toda uma tradição, mostrando que a literatura nasce e pulsa do povo, sem distinção de classes sociais — ela é, antes de tudo, arte em sua forma mais pura e horizontal. Por meio da literatura, a autora retrata a identidade e a cultura de uma região que, apesar de grandiosa, ainda é pouco conhecida pelos outros “Brasis”.

Com uma linguagem poética que entrelaça os rios, a floresta e a beleza da vida regional, criando um retrato profundo da Amazônia, traduzindo em trovas a complexidade e o encanto desse lugar. Em versos, a autora captura de forma poética a relação íntima entre o povo amazônida e a natureza, revelando como a identidade cultural se entrelaça com os elementos naturais da região.

A obra, é reeditada pelo selo editorial Toma Aí Um Poema, e é dividida em cinco partes, além disso, o livro conta com a participação especial dos textos de apresentação da escritora amazônida Wanda Monteiro, o historiador acreano Isaac Melo e o poeta cearense Mailson Furtado, que destacam a força e o lirismo da poética de Marta. A obra “Amazonidades: Gesta das Águas” convida o leitor a visitar as memórias amazônicas, a caminhar pelo “chão líquido” do povo das águas, e a se encantar com o vasto universo cultural, mitológico e linguístico que a autora imortaliza em suas trovas.

Em um ritmo próprio, tal como o das “estradas líquidas” e das pequenas comunidades marcadas pela calmaria, a obra oferece uma experiência poética de fusão entre homem, rio e terra, revelando a comunhão mágica que permeia a vida na Amazônia.

A entrada é gratuita e a obra estará disponível para venda no local.

O lançamento será realizado no dia 09 de novembro (sábado), às 10h no Salão do Pensamento Amazônico Álvaro Maia, localizado na rua Ramos Ferreira,1009 – Centro.

Sobre a escritora e poeta: Marta Cortezão nasceu em Tefé-AM, mas reside em Segóvia, Espanha, desde 2012. É escritora e poeta e tem realizado vários projetos literários de divulgação e promoção da literatura de autoria feminina no Brasil e no exterior.

*Com informações da ASCOM-AAL
E-mail: [email protected]
Para mais informações: Zemaria Pinto (92) 9984-2407 ou Marta Cortezão +34 691 55 86 37 (WhatsApp)

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As últimas eleições municipais na capital amazonense, ao que pude acompanhar mesmo à distância, tiveram embates muito acirrados entre os principais candidatos ao cargo de Prefeito, transformando a disputa democrática quase em um tele ringue que atravessou os programas do horário eleitoral gratuito, chegou aos debates em televisão, porém, de forma ainda mais agressiva e até desproposital e desproporcional a esse tipo de campanha, invadiu o mundo das redes sociais que, para muitos, parece ser terra sem dono e sem lei. Deu-se um verdadeiro tiroteio em terra de muro baixo, como se dizia em tempos antigos.

Passado esse temporal, armado por interesse de uns e ao qual alguns tiveram de aderir e outros submergiram, procurando fugir ao fogo cruzado que se estabeleceu até com o uso dos chamados petardos perdidos (do tipo bala perdida), aqueles que acabam atingindo quem não está no campo da disputa, após tudo isso, se impõe que vencedores e vencidos se voltem para os verdadeiros interesses e necessidades da cidade e da população, porque, afinal, o que deve interessar é o bem-estar de todos e o desenvolvimento (verdadeiro desenvolvimento) do Estado e de nossa capital que é, agora, o objeto imediato desse modesto artigo de canto de página.

No fundo, no fundo, creio que todos os envolvidos, ou pelo menos a maioria deles, tem a noção exata das necessidades que nos afligem enquanto cidadãos assim como no que diz respeito ao sítio urbano em que residimos e trabalhamos, com grande parte da população impedida de usufruir das mínimas condições adequadas de vida, furtados que têm sido os próprios direitos de cidadania. Não precisa ir muito longe para constatar essa dura realidade a qual, aliás, vinha ficando distante dos olhos de boa parte dos moradores e, nos últimos anos, está batendo à porta de todos, seja pela desordem urbana, pelo sistema viário precário, pelo transporte coletivo ineficiente, pela insuficiência da arborização e ajardinamento, pela insegurança que se espalha por todos os recantos, pela alta de praças e parques públicos, pela falta de energia e de esgoto, pela necessidade cada vez maior de oportunidade de trabalho… e por aí seguiríamos com um sem-número de questões, algumas das quais chegam a ferir a dignidade da pessoa humana.

Calamitoso é o estado do Centro Histórico que poderia ser transformado em atração de boa valia para o turismo, para moradias de qualidade e de interesse real para a defesa do patrimônio histórico edificado, o qual, apesar de alguns esforços nesse sentido, segue sendo dilacerado e sendo ainda mais escarnecido. Ouso dizer que a formação de polos de boa atração ou módulos como o original do Largo de São Sebastião e as ações iniciadas nas praças da Polícia e do Congresso é que poderiam responder de forma mais positiva e com alguma presteza ao propósito de reabilitar o Centro da condição deplorável em que se encontra.

Em todas as cidades que se prezam e aspiram movimento turístico, as ações e equipamentos de cultura, a limpeza, iluminação, calcetamento das vias, calçadas, sinalização, segurança, hotelaria, casas de gastronomia… preferem e são feitos para valorizar os centros históricos e estes se tornam importantes, bem valiosos, e o poder público e a iniciativa privada caminham juntos para que seja possível criar as condições adequadas a essa característica urbana. Ações isoladas, estanques, ainda que positivas, acabam se perdendo se a vizinhança continuar apodrecida.

Creio que é chegada a hora (já até passamos) para a composição de um grande mutirão de planejamento sério e trabalho conjunto, com uma única meta, qual seja a de todos assumirmos que, depois do tiroteio, vamos cuidar de Manaus. De minha parte, sem qualquer interesse outro e de qualquer natureza, mormente como cidadão manauense, estendo a mão para contribuir com essa iniciativa.

Por: Robério Braga
Membro da Academia Amazonense de Letras (AAL), advogado e ex-secretário de Cultura do Amazonas

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Durante a solenidade, o vice-presidente da Academia Amazonense de Letras, jornalista Abrahim Baze foi um dos agraciados em receber o diploma “AMIGO DO CMA”.

O Comando Militar da Amazônia promoveu uma celebração especial para comemorar os 68 anos de fundação, mediante a presença de autoridades civis, militares, representantes de instituições academicas e convidados, o evento iniciou com o lançamento do livro sobre a operação desencadeada nas Terras Indígenas Yanomami (TIY), elaborado pelo Núcleo de Estudos Estratégicos, reforçando o compromisso do Exército Brasileiro com o apoio às comunidades indígenas e a defesa da região amazônica.

Durante o lançamento do livro, o Comandante Militar da Amazônia, general Costa Neves em um breve discurso destacou a região amazônica como riqueza inigualável, pois em sua defesa soberana, o Exército Brasileiro é representado na região pelo Comando Militar da Amazônia, atuando na defesa e proteção a Amazônia, uma responsabilidade de todas as esferas governamentais e ressaltando que um dos grandes ativos da CMA são os recursos humanos.

Após o lançamento do livro, militares e civis se dirigiram para o campo, na área externa do CMA, onde foram agraciados com diplomas e medalhas, em reconhecimento às contribuições prestadas para a instituição e para a defesa da Amazônia, ações que contribuíram para o cumprimento da missão constitucional do Exército Brasileiro na Amazônia Ocidental

A solenidade contou também com uma formatura e a entrega de diploma para 15 agraciados, assim como a concessão das medalhas: Marechal José Pessoa; Militar; Corpo de Tropa; Mérito Blindado e Aviação do Exército.

Entre os agraciados, o vice-presidente da Academia Amazonense de Letras, jornalista Abrahim Baze recebeu o Diploma de “Amigo do CMA”, homenagem que marca a personalidade reconhecida pelos relevantes serviços prestados e demonstração de amizade pelo CMA.

O evento encerrou com desfiles das tropas militares, promovendo ao público presente a apresentação da estrutura organizacional, unidades reconhecidas como as melhores unidades de combate na selva do mundo, formada por militares oriundos de outras regiões, profissionais especialistas em guerra na selva.

A criação do Comando remonta ao decreto n° 40.179, de 27 de outubro de 1956, durante a presidência de Juscelino Kubitscheck, com a sede original em Belém do Pará, sendo transferida para Manaus em 1969.

*Com informações da ASCOM-AAL/ CMA
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Imagens: Divulgação/CMA

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Pesquisando sobre W. Peters, para atender solicitação de um amigo, entre anotações antigas encontrei coisa bastante curiosa que não quero deixar de passar ao conhecimento dos leitores que me honram em acompanhar os artigos que, semanalmente, ouso oferecer neste canto de página.

Em 1910, a serviço da empresa da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, o grande cientista brasileiro, Oswaldo Cruz, esteve de passagem por Manaus a caminho de Porto Velho, tendo aqui chegado pelas cinco horas da manhã do dia 8 de julho, e largado os cabos de uma confortável lancha da empresa por volta das 20 horas, na companhia de vários outros cientistas. Um dos seus companheiros de excursão científica, médico de formação, logo no dia 13 escreveu ao Rio de Janeiro contando as novidades. E é uma parte dessas novidades que está transcrita em jornais de Manaus e de Belém e que apanhei em notas em um dos muitos cadernos de pesquisa que mantenho desde há muito, quando o tempo era mais folgado e os anos de vida mais verdes, muito embora não fossem mais juvenis.

A descrição que faz da cidade de Manaus, conforme a impressão que teve após uma breve circulada de dia inteiro, é o que trago ao leitor, repetindo palavra a palavra o que ele disse a um amigo em missiva particular que se tornou pública: “percorri toda a cidade que não é muito grande, porém é bem situada e bastante confortável, com viação e iluminação elétrica muito boas. Tem inúmero e colossal movimento comercial, uma verdadeira miniatura de Nova York. Só se ouve aí falar em seringa, dinheiro e política”.

Digo eu, agora, que ele conseguiu captar o clima geral da cidade, ao que sabemos de outros autores, e o fez com boa precisão, mas adianto que a descrição continuada que segue adiante, ainda que possa incomodar a alguns manauenses, tem as cores mais fortes, porém é de igual modo verdadeira, capaz de demonstrar com clareza e objetividade, o grau de devaneio em que vivia boa parte da população embriagada e cega pela borracha. Escreveu ele: “Tudo é caríssimo e tanto se ganha como se perde. É uma vertigem, uma alucinação que entontece a quem, como eu, está habituado a vida pacífica e patriarcal de Minas. Narram-se coisas fabulosas a respeito de grandes lucros e grandes prejuízos, contam-se loucuras praticadas pela febre do dinheiro, moléstia comumíssimas nos aventureiros da borracha, irmãos gêmeos dos antigos descobridores de oiro da minha terra. Foi para mim um alívio quando o nosso navio levantou ferro e daí a pouco nos achávamos longe daquele burburinho metálico e maldizente”.

A natureza exuberante o encantou, como se tornara comum e ainda se repete com os viajantes que aqui aportam. O pôr do sol do rio Madeira tal como ele descreve, era sem igual, mas o que se vê dessa descrição particular coincide com tudo que se fala e escreve a respeito do período áureo da exportação da borracha no qual a cidade tinha vida agitada, frenética, cara, de esbanjamentos, com grandes lucros e enormes prejuízos para alguns poucos, mas experimentava um desenvolvimento urbano sem igual e escondia a parte mais pobre da população sobre a qual poucos falam.

Pouco ou quase nada das coisas boas daqueles anos nos chegou ao presente, e nem a zona franca nos propiciou nada parecido, ainda que assegure a nossa sobrevivência em plena selva.

Por: Robério Braga
Membro da Academia Amazonense de Letras (AAL), advogado e ex-secretário de Cultura do Amazonas

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Foram mais de três décadas atuando no rádio em Manaus. Edson Ribeiro Paiva, amazonense de Manaus, teve sua primeira participação no rádio em 26 de março de 1956.

Entre tantos títulos dos programas produzidos e apresentados por Edson Paiva, este foi o de maior destaque: “Esta Noite Feliz de Todos Nós”. Este era o título de um programa que fez muito sucesso na década de 70. Embalado pelo som da Jovem Guarda, que era grande sucesso na época, esse programa era obrigatório todos os sábados, quando Manaus ainda não tinha televisão. Foi um tempo em que, as rádios comandavam a programação. No comando, um disque jóquei de voz firme, porém agradável, que tratava as meninas da época por “guria” e prendia a atenção dos seus ouvintes. Seu nome: Edson Paiva, esse amigo de sempre.

Foram mais de três décadas atuando no rádio em Manaus. Edson Ribeiro Paiva, amazonense de Manaus, capricorniano e naturalmente torcedor do Clube de Regatas Flamengo. Sua primeira participação no rádio foi em 26 de março de 1956. Edson Paiva comentava sempre como fato inusitado.

Naquela época, a rádio Rio Mar que funcionava no antigo Iapetec estava contratando locutores comerciais. Duzentos candidatos fizeram a inscrição, dentre eles Edson Paiva e Deni Menezes, por ironia do destino Deni Menezes não fora classificado e mais tarde transferiu-se para o Rio de Janeiro, tornando-se repórter esportivo da Rede Globo.

Edson Paiva, Nonato Oliveira, Luiz Fabiano, Epami, com o cantor Roberto Carlos em sua primeira visita à Manaus, em 1968. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

No dia seguinte, o grupo de amigos de Edson e Deni, que costumava se reunir na Praça Dom Pedro II, em frente a antiga sede da Prefeitura Municipal, parabenizava Edson Paiva, afinal ele havia sido escolhido por Wilma Pinheiro, considerada na época a mais bela voz feminina que o rádio amazonense já projetou.

Sob a direção de Alfredo Fernandes, a rádio Rio Mar era na época uma das maiores audiências do rádio em Manaus e, após alguns anos na emissora, Edson Paiva resolveu acompanhar com a amizade muito próxima de Deni Menezes, que se encontrava no Rio de Janeiro e trabalhava, na época, na área de esporte da rádio nacional.

Inicialmente, Deni Menezes tentou ingressar na Rádio JB, onde Alberto Cury comandava uma equipe de primeira linha que posteriormente cedeu aos argumentos de Deni Menezes, da equipe de esporte da Rádio Nacional.

A primeira participação de Edson Paiva como repórter de campo ocorreu no jogo Flamengo e Vitória da Bahia, com o Flamengo vencendo a Bahia por 4×1, em partida realizada em Teixeira de Castro. Além de integrar a equipe que, entre outros, contava com Jorge Cury e Oswaldo Moreira, Edson Paiva apresentava o musical Philips, no Rio de Janeiro, de grande audiência na época e tomava parte da resenha esportiva ‘Três no Mundo da Bola’.

Edson Paiva comentava com orgulho com os amigos que, em certa ocasião, faltou o terceiro apresentador e o programa foi ao ar com sua participação e de Deni Menezes, o que motivou uma declaração escrita por Deni no livro de Rádio Nacional (pela primeira vez dois amazonenses apresentam junto um programa no Rio de Janeiro).

Edson Paiva não esquecia sua cidade natal e resolve voltar a Manaus. A Jovem Guarda já começava a alcançar as paradas de sucesso, era comum na época os jovens usarem cabelos compridos, Roberto Carlos fazia sucesso com a música ‘Calhambeque’ e é nesse período que Edson chega a Manaus, naturalmente indo outra vez trabalhar na Rádio Rio Mar.

Walter Santos que era na época o representante da CBS, deixara a companhia, passando a Edson Paiva que resolveu montar um novo programa para alcançar principalmente um público jovem. Nascia assim, o programa semanal ‘Esta Noite Feliz de Todos Nós’, que era apresentado aos sábados, às 20h.

Da esquerda para a direita: João Silva, Epami, o cantor Carlos Alberto e Edson Paiva. Década de 1960. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Foi um programa de muito sucesso, as cartas e telefonemas eram constante mostrando que o novo programa tinha conquistado o público, cujo sucesso principal era os novos lançamentos da Jovem Guarda. Nas noites de sábado, Edson Paiva oferecia pelas ondas do rádio os cantores como Lenon e Lilian, Deny e Dino, Roberto Carlos, Wanderleia, Martinha, Os Vips, entre tantos, que marcaram época na Jovem Guarda.

Edson Paiva deixa a Rádio Rio Mar para trabalhar na Rádio Difusora, onde lançou o programa ‘Viva a Juventude’, que manteve novo sucesso, porém novamente sai da Difusora para a Rádio Baré, onde permaneceu até 1979.

Edson Paiva ficou um período afastado dos microfones até 1982, pois passou a representar a Empresa CBS em Manaus, como representante divulgador e, mais tarde, convidado que foi para Rádio Difusora FM, cuja passagem durou mais ou menos um ano. Foi chamado novamente para Rádio Rio Mar, onde assume a direção comercial da empresa. Na década de 80, apresentou o Jornal Baré da TV Baré (hoje TV À Crítica).

Entre as idas e vindas, ele declarava que não podia viver longe dos microfones. A prova disto é que estava de volta ao rádio, desta vez pelas ondas tropicais da Rádio Ajuricaba, onde de segunda a sábado apresentava o programa ‘Tempo de Amar’, que apesar da simplicidade tinha marca do bom gosto do apresentador. O programa destinava-se principalmente aos solitários, amantes da boa música romântica e procurava estabelecer um contato direto com seus ouvintes por telefone.

Na verdade não podemos ignorar a força do rádio, mas será possível que um “disc jockey” (DJ) evitaria que alguém cometesse um suicídio? Pois foi possível. Edson recordava que quando apresentava o programa ‘Esta Noite Feliz de Todos Nós’, costumava fazer a abertura com mensagens espirituais, com Emanuel ou André Luís, e um dia ele recebeu uma carta de uma ouvinte da região do Cambixe. Na carta, a ouvinte contava que, havia sido seduzida e só não chegara ao suicídio, porque ouvia as mensagens lidas no programa.

À esquerda: Edson Paiva, o cantor Carlos Alberto de João Silva, da Novidade Discos. À direita: Jogo do Nacional e Fluminense em 1957, repórter esportivo da Rádio Globo, Deni Menezes, ao lado do árbitro Odail Braga Martins. (Registro de Rui Heliandro Sá Valente). Fotos: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Edson Paiva amou fazer rádio. Foram mais de três décadas. Homem que seguia as orientações espíritas e com humildade guardou consigo as orientações do amigo Jaime Rebelo, da Rádio Baré. Em termos nacionais, afirmava que Aroldo de Andrade era o símbolo da Rádio no Brasil.

Edson Paiva foi casado com Maria da Conceição Corrêa Paiva, em 28 de dezembro de 1965, fruto desse casamento nasceram dois filhos, Yara Cláudia Corrêa Paiva e Edson Ribeiro Paiva Júnior.

Edson Paiva nasceu em 3 de janeiro de 1938 e faleceu no dia 3 de novembro de 2013, escrevendo uma bela história do Rádio Amazonense.

Aeroporto de Ponta Pelada, 1968. Foto: Ediúcio de Castro Alves/Acervo pessoal

Como renasceu o amor …

“… Estava eu no aeroporto de Ponta Pelada, nos idos de 1962, para recepcionar uma tia que chegava do Rio de Janeiro, quando me deparo com a bela figura de um rapaz, também chegando do Rio.

Estávamos todos aguardando que passasse o temporal que se abatera na cidade quando, para minha surpresa (e alegria), o belo rapaz se aproxima de mim e se apresenta. Então, passamos a conversar assuntos triviais, apenas para justificar a aproximação.

Na época ainda não dispúnhamos da tecnologia de celulares e nem eu possuía telefone. Então, combinamos um encontro na boate de domingo no Atlético Rio Negro Clube, que funcionava no parque aquático, entre 20h e 23h.

No domingo seguinte, para minha tristeza o belo rapaz que se chamava Edson Paiva, não apareceu. Então pensei: “quem sou eu para chamar a atenção de um moço recém-chegado do Rio” … Enfim …

Mas … no domingo seguinte … estava no parque aquático quando vejo surgir Edson Paiva! Dançamos, conversamos, combinamos novo encontro.

Nesse novo encontro, eu que já estava caidinha pelo moço, ele me disse que tinha resolvido não voltar mais para o Rio de Janeiro, para se estabelecer em Manaus, onde morava sua família.

Mas … (novamente o mas …) não continuaríamos com nossos encontros, pois iria recomeçar do zero e não poderia assumir um compromisso comigo.

Então eu, audaciosamente, perguntei: “Eu não posso fazer parte desse recomeço?”

E foi assim que nosso Amor se reencontrou por 50 anos, nesta vida e, que seguirá pela eternidade, porque a Vida continua …

Eu sou Conceição Paiva e esta é a nossa história.

*Informações cedidas pela senhora Maria da Conceição Corrêa Paiva.

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A obra destaca os 100 primeiros médicos inscritos no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas.

Na última sexta-feira (18), a Academia Amazonense de Letras promoveu uma solenidade especial em homenagem ao Dia do Médico, com a presença de profissionais da área da saúde, convidados especiais, representantes de instituições federativas voltadas a medicina e membros da Academia, o momento foi marcado também pelo lançamento do livro, “Vultos da Medicina Amazonense; os 100 Primeiros Médicos Inscritos no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas” do Dr. Aristóteles Alencar, uma obra dedicada aos cem primeiros médicos inscritos no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas.

A data no Brasil foi idealizada por Eurico Branco Ribeiro, um conhecido médico paranaense, nascido em Guarapuava no ano de 1902, se formou em Medicina pela Faculdade de Medicina de São Paulo, foi professor de cirurgia e fundou o Sanatório São Lucas, um dos primeiros apóstolos do cristianismo a ser reconhecido como médico grego, tornando-se padroeiro da profissão. A solenidade teve como objetivo de homenagear aqueles que dedicam suas vidas ao cuidado da saúde humana e para ressaltar a importância e a valorização destes profissionais e sua profissões no âmbito social.

Entre os convidados, estiveram presentes na composição de mesa presidencial, o Acadêmico José Braga, presidente do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), Dr. Euler Ribeiro, reitor da Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI), Dr. Cláudio Chaves, fundador da Academia Amazonense de Medicina, Antônio Francisco Auzier Ramos, diretor do Departamento de Literatura da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, representando o secretário Cândido Jeremias Cumaru Neto, Deputado Estadual Dr. Gomes e Dr. Amarildo Brito, presidente do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM).

Em um momento cívico, a solenidade iniciou com o canto do Hino Nacional Brasileiro, logo após houve o pronunciamento do presidente da Academia Amazonense de Letras, Dr. Aristóteles Alencar, com a participação dos membros da composição de mesa presidencial; Dr. Euler Ribeiro, Deputado Estadual Dr. Gomes e Dr. Manuel Jesus Pinheiro Coelho.

As atrações foram marcadas pela recitação de poemas dos acadêmicos Luiz Barcellar – A Mário Quitanda, Almir Diniz – Canto da Liberdade e De Madeira Lilás de Thiago de Mello, todos proclamados pela atriz Ariane Feitoza, além  das apresentações musicais com as participações dos artistas Mirian Abad e Hilo Carriel que proporcionaram aos convidados uma seção especial em litero-musical.

Realizada no salão nobre do Pensamento Amazônico Álvaro Maia da Academia Amazonense de Letras, a solenidade é fruto de Emenda Parlamentar do Deputado Estadual Dr. Gomes, além de ampliar o Programa de Edição de Livros com a publicação e artigos sobre o tema e como forma de retribuição e reconhecimento pelos serviços prestados à sociedade amazonense, os médicos homenageados receberam certificados pela notável contribuição e compromisso com a medicina amazonense, dois buquês de flores amazônicas foram entregues pelas mãos das Acadêmicas Rosa Brito e Artemis Soares ao Médico e Deputado Estadual, Francisco Gomes e Suely Cardoso, secretária e funcionária mais antiga do Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM).

Durante a solenidade, os convidados puderam prestigiar o lançamento do livro intitulado, “Vultos da Medicina Amazonense; os 100 Primeiros Médicos Inscritos no Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas”, do médico cardiologista e coordenador do Programa Estadual de Controle do Tabagismo do Estado do Amazonas, Dr.  Aristóteles Alencar, obra dedicada aos médicos e profissionais de saúde que ao longo de suas trajetórias deixaram um grande legado de inestimável profissionalismo, cuidado e humanismo à saúde do povo amazonense.  De uma forma simbólica, a obra visa eternizar a memória dos profissionais que honraram a medicina amazonense com registros fotográficos e depoimentos. Após a cerimônia de lançamento houve a distribuição gratuita da obra autografada pelo Acadêmico aos convidados e um coquetel ofertado ao público presente.

Homenagem na ALEAM

Durante a semana na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM) por indicação do Deputado estadual, Dr. Gomes, uma singela homenagem foi promovida aos médicos, entre os homenageados, Dr. Aristóteles Alencar, foi agraciado com o certificado de homenagem pelos serviços prestados a população amazonense, a homenagem teve como objetivo de materializar e eternizar a importância dos médicos e suas obras em prol da saúde amazonense.

Segundo o Deputado Estadual, o momento foi de muita emoção e reconhecimento mediante a presença de grandes personalidades, como a secretária de saúde do Amazonas, Nayara Maksoud entre outros representantes, para o Deputado, a homenagem é um pequeno gesto de agradecimento a todos os médicos que, com dedicação, ética e empatia, enfrentam desafios, superam barreiras e se dedicam ao que há de mais valioso: a vida humana.

*Com informações da ASCOM-AAL
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Contatos: (92) 99219.6767 / (92) 98835.9047 – Leidy Amaral

Imagens cedida pelo fotografo Koynov

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