Para Rui Machado, seu trabalho é a imaginação transformada em realidade artística: uma mistura de “minhas emoções imaginárias e meu universo real e concreto”, por meio da qual ele valoriza o “ser e o existir”.

O programa Literatura em Foco desta edição recebe o artista plástico e compositor Rui Machado para falar sobre a exposição e o catálogo de “Bancos Indígenas do Brasil: Rituais”, onde nela se destaca a importância dos bancos na cultura indígena, tanto no cotidiano das aldeias quanto em cerimônias rituais.
O catálogo apresenta registros fotográficos de peças que são utilizadas em atividades diárias, em rodas de conversa, mas também que desempenham papel fundamental em ritos de passagem, celebrações e práticas espirituais.
Durante entrevista o artista plástico falou sobre a sua infância e seu desenvolvimento artístico iniciado no Instituto de Educação do Amazonas (IEA), acostumado a desenhar e pintar em casa, o artista amazonense seguia seu próprio rumo nos desenhos, sua criatividade como aluno era reconhecia entre seus colegas de classe e professores.
O artista foi criado em um ambiente repleto de referências culturais como Teatro Amazonas, Largo de São Sebastião e a Igreja de São Sebastião, sua passagem acadêmica foi marcada pela expressão do talento artístico através de desenhos, tonando com o tempo um dos maiores renomes na arte da cultura amazonense.
A memória afetiva na essência de momentos marcantes da vida na infância do artista plástico Rui Machado, torna-se uma descoberta do mundo e da cultura dos povos originários sendo uma real importância a se apresentar ao redor a arte indígena. Sua origem começou pelo banco tucano apresentado pelos indígenas do alto Rio Negro que na época fazia parte do cotidiano familiar do artista com decorrer do tempo foi adquirindo mais banco e o artista se formou uma pequena coleção com mais de 50 das mais variadas etnias.
A exposição denominada “Bancos Indígenas do Brasil: Rituais”, que visa promover ao público a apresentação de 100 bancos de 39 etnias indígenas do Brasil, todo os bancos são pertencentes ao acervo da Coleção BEĪ. A curadoria é assinada por Marisa Moreira Salles, Tomas Alvim, Danilo Garcia e Rui Machado, a exposição aborda três eixos principais Espiritualidade e cura, Iniciação e passagem, Contos e mitos. A exposição conta também com 24 peças antigas doadas pelo artista visual e colecionador Rui Machado, resultado de um desdobramento de um diálogo de duas décadas com a arte dos povos originários.
O catálogo apresenta um resgate ao longo de mais de 20 anos de convivência com a cultura dos bancos indígenas, uma coleção que se estabeleceu como a arte dos povos originários em um diálogo profundo nas descobertas e reflexões reveladoras sobre a complexidade do objeto apresentado por meio do ciclo de exposição banco indígenas rituais em suas novas dimensões nas culturas ancestrais do Brasil. Na vida indígena o banco é um objeto corriqueiro cotidiano nas aldeias que faz parte também tanto dos rituais diários com uma roda de conversa na casa dos homens ou o encontro de pajés na aldeia, quando de cerimônia pontuais com a reclusão quando os jovens são preparados para fazer a transição da adolescência para a idade adulta.


Sobre o autor: O artista plástico, uma das maiores referencias na cultura amazonense, nasceu em Manaus no dia 17 de agosto de 1956, filho do português, Inácio de Oliveira e da amazonense Aurora Machado, o artista teve sua infância diferente, pois aproveitou bastante a liberdade da época, como brincar na rua ou tomar banho no igarapé. Ainda na infância, descobriu sua veia artística através dos desenhos talento logo foi reconhecido. Na escola durante as aulas de educação artística, Rui Machado fazia desenho para os seus colegas. Entre brincadeiras e muitos desenhos, Machado se formou no Instituto de Educação do Amazonas (IEA). Ele não fez nenhum curso de graduação universitário e se tornou autodidata em sua arte.
O artista manauara Rui Machado é reconhecido nacional e internacionalmente por suas obras que estão em galerias, museus e em exposições em diversas partes do mundo nas quais retrata de forma singular e fantástica os temas amazônicos, principalmente a região do Alto Rio Negro, uma de suas principais fontes de inspiração.

Com imagens de Ronane Costa e produção de Debora Oliveira, a entrevista completa você confere no Aplicativo AMAZONSAT disponível no Play Store ou App Store do seu celular.
*Com informações da ASCOM-AAL
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