Emocionado comunico o desencarne do meu amigo, compadre e figura exemplar de Maçom que comigo organizou a Academia Maçônica: Arlindo Porto, aos 95 anos de idade, na sua residência no Rio de Janeiro. Foi Deputado estadual, deputado federal, governador do Estado, secretário de comunicação, secretário de Administração, presidente do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas e da Academia Amazonense de Letras, fundador do sindicato dos jornalistas.
Figura excepcional, humano, sensível, espiritualista, paciente e educado, ao mesmo tempo em que leve e divertido era honrado e sério na vida pública, incapaz de uma palavra maldosa contra qualquer pessoa.
Foi ainda conselheiro do TCE.
Tive o privilégio de ser amigo, padrinho de batismo de um filho dele e de casamento.
Nunca se lamentou da vida dura que passou durante anos quando afastado da política. Foi obrigado a vender livros de porta em porta no Rio para sobreviver, mas manteve a dignidade e a honradez, depois de ter sido governador do estado e presidente da assembleia legislativa.
Harmonioso com todos e em tudo, escrevia com clareza, precisão e leveza e era um exímio revisor.
Faleceu lúcido tendo completado 95 anos em 15 de fevereiro passado.
Fica uma lacuna enorme no seio da Maçonaria, das letras, do jornalismo, e mais que isso, dentre os escassos exemplos de nobreza e honradez da vida pública.
Texto de Robério Braga